Alunos da Pós em Educação da UFSC visitam escola secular em Florianópolis
Mestrandos e Doutorandos da Disciplina “História de instituições escolares: questões teóricas e metodológicas”, oferecida pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), do Centro de Ciências da Educação (CED) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), sob a coordenação do professor Ademir Valdir dos Santos, visitaram, no dia 10 de julho, a Escola Básica Silveira de Souza. O prédio, que está situado em área central de Florianópolis, foi inaugurado em 1913 e desativado em 2009, ano em que a gestão do espaço passou a ser municipal e, hoje, destina-se aos ensaios do Coral Municipal e à Educação de Jovens e Adultos (EJA).
O trabalho de investigação, acompanhado por funcionários da Escola, foi realizado por meio do conhecimento e observação de ambientes que compõe esse secular estabelecimento de ensino: pátio, salas de aulas, refeitório, laboratórios, biblioteca, secretarias, salas de professores, banheiros, entre outras dependências. Os espaços foram fotografados pelos participantes a fim de dialogar com o conhecimento científico resultante de estudos sistemáticos e reflexivos durante a disciplina.
Com base nos conhecimentos construídos em sala de aula, os acadêmicos puderam observar a arquitetura, seus utensílios, a organização dos espaços e seus usos e desusos, em suma, o conjunto de elementos materiais e simbólicos que formam e conformam a cultura escolar. E também, discutir, sob perspectiva histórica, a finalidade social da instituição.

O trabalho foi realizado por meio do conhecimento e observação de ambientes que compõe esse secular estabelecimento de ensino. Foto: João Dimas Nazário
Para o grupo de pesquisadores, a intenção central não foi estabelecer juízos de valor acerca do funcionamento interno da Escola nem de suas condições estruturais. O objetivo é problematizar o conjunto de condições históricas envolvidas no processo de criação da escola em Santa Catarina ao longo do século XX e perceber transformações que chegam aos nossos dias. O grupo, que visitou o local, lembra que segundo o Regulamento Interno dos Grupos Escolares, de 1914, “Cada edifício deveria ter, no mínimo, oito salões para cada uma das quatro classes das duas seções. Deveria ter ainda um gabinete para o diretor e outro para o museu escolar, um cômodo para a portaria, biblioteca, cozinha, banheiros e pátios arborizados.”
Portanto, pode-se dizer que o motivo da análise é baseado na curiosidade intelectual e na necessidade que o homem tem de compreender o mundo em que vive, discutindo o papel da educação no processo de humanização e hominização, neste caso, com o auxílio da História da Educação, perscrutando pelos processos históricos de instituição dos espaços educativos.
Sobre a Escola Básica Silveira de Souza
(Fonte: www.assessoriasme.blogspot)
De acordo com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Florianópolis (PMF), no site Notícias da Educação, a Escola Básica Silveira de Souza foi “o quinto grupo escolar (1913-1984) inaugurado em Santa Catarina e a segunda escola pública fundada pelo governador Vidal Ramos, em 28 de setembro de 1913”. O prédio está situado na Rua Alves de Brito, área central da cidade, sendo símbolo de um período em que a proposta da política educacional afirmava se pautar por oferecer educação gratuita e de qualidade para a população estudantil brasileira.
O nome da escola é uma homenagem a João Silveira de Souza, nascido em 1824. Formado em Direito e Jornalismo, foi poeta e político e escreveu o livro de poemas Minhas Canções (1849). É patrono da cadeira 18 da Academia Catarinense de Letras. Faleceu em 11 de Dezembro de 1906.
Ainda de acordo com as informações deste site, a Escola funcionou como pública estadual até novembro de 2009, quando foi desativada e cedida ao Município, que destinou o espaço aos ensaios do Coral Municipal e à Educação de Jovens e Adultos, atendendo cerca de 150 alunos. Acrescenta-se que o imponente prédio é composto por duas alas simétricas, onde havia uma seção masculina e outra feminina
Um dos últimos atos de melhoria quanto à infraestrutura desta instituição foi uma parceria entre poder público e a iniciativa privada, em 2011. A proposição foi recuperar este edifício. Com base na nota publicada no site da PMF, foi formalizado um convênio com a empresa Akzonobel – fabricante das Tintas Coral – para pintura. Lê-se: “Não podemos como agentes públicos deixar uma escola fechada ou sem atividade. Por isso, essa cerimônia é sublime e importante para o futuro da cidade, porque depende da comunhão de esforços”, palavras do prefeito Dário Berger, parabenizando as instituições parceiras.
Mais informações com o professor Ademir Valdir dos Santos: (48) 3721-2791 ademir.santos@ufsc.br
Fotos: João Dimas Nazário
Foto destaque: Ademir Valdir dos Santos
Confira mais fotos:
- Doutorandos e Mestrandos em Educação da UFSC visitam escola secular em Florianópolis. Foto: João Dimas Nazário
- Fotos: João Dimas Nazário