Notícias da UFSC

Na última quinta-feira, 2 de maio, os alunos da disciplina Cátedra UFSC RBS, do curso de Jornalismo, receberam o editor-chefe do Diário Catarinense, Edgar Gonçalves, e o editor de Diagramação, Rafael Rosa, para um bate papo sobre o design de um jornal.

Edgar Gonçalves nasceu em Alegrete (RS) e se mudou na juventude para Porto Alegre, onde cursou Jornalismo na UFRGS. Filho de professora, influenciou-se pela literatura e aos 13 anos já sabia que queria ser jornalista – apesar de ter cogitado ser poeta. Um tanto decepcionado com o curso, pegou o diploma e decidiu cursar Ciências Sociais, faculdade que levou até o penúltimo período. Edgar está há 20 anos no Grupo RBS, 12 deles em Blumenau, no Jornal de Santa Catarina. Desde agosto do ano passado está em Florianópolis, como editor-chefe do Diário Catarinense.

Rafael Rosa entrou na área comercial do Diário Catarinense há 13 anos, quando era responsável por montar os anúncios. Já em 2005 foi convidado a trabalhar na diagramação, em seis meses virou subeditor e, em 2010, tornou-se editor da área. Formado em Administração, faz MBA em Gerenciamento de Projetos, pois acredita que a gestão é de extrema importância no processo de escolha das pautas e matérias.

Edgar Gonçalves, editor-chefe do Diário Catarinense, fez a palestra da Cátedra RBS no curso de Jornalismo da UFSC na quinta-feira, 2 de maio. Foto: divulgação

Os convidados enfatizaram que, quando se trata de diagramação em um jornal, não existe certo ou errado. Tudo depende do ponto de vista de cada pessoa, o que está certo para um pode estar errado para outros. Por isso a importância de se trabalhar em equipe. Para ganhar tempo é preciso que todos estejam envolvidos: repórteres, editores, diagramadores, fotógrafos. “As pessoas que conseguem ao mesmo tempo dar sua opinião e absorver a dos outros são as que melhor se dão na redação”, diz Gonçalves.

A cobertura das enchentes em Blumenau em 2008 rendeu à equipe do Jornal de Santa Catarina o prêmio Esso de Jornalismo. Apesar de muita gente da redação estar sofrendo as consequências da enchente com suas próprias famílias, rapidamente as equipes foram definidas, e o pessoal da diagramação teve papel importante, pois eram os responsáveis por alinhar as páginas, já que as fotos eram de extrema importância naquele caso. Outro problema enfrentado foi fazer o jornal chegar à população, já que muitas ruas sequer existiam devido aos desmoronamentos, enquanto outras estavam completamente alagadas. O jornal foi disponibilizado na internet e entregue aos assinantes conforme fosse possível.

Em 2010 a equipe do Jornal de Santa Catarina ganhou novamente o prêmio Esso, dessa vez como melhor primeira página, com uma capa surpreendente sobre a derrota do Brasil na Copa do Mundo de futebol daquele mesmo ano. O medo do editor era de ser compreendido pelos leitores, e isso acabar custando o seu emprego. Mas o esforço foi recompensado pelo prêmio.  Edgar Gonçalves conta que a decisão de publicar uma foto ou de fazer algo para o jornal é de todos, pois cada um traz o seu olhar sobre aquela situação. Fazer trabalho pra ganhar prêmio não é o objetivo.

Após o bate papo com o editor-chefe do Diário Catarinense, os alunos puderam participar de uma oficina com o diagramador Rafael Rosa. A proposta era diagramar uma página, já pronta, no período de 30 minutos, para depois ser avaliada. A atividade serviu para demonstrar as dificuldades de diagramar muitas páginas em tão pouco tempo, tendo de adequar fotos, anúncios, títulos, tudo em um mesmo espaço.

Para o próximo encontro os alunos terão a presença de Thiago Medeiros, jornalista do jornal Zero Hora de Porto Alegre e membro do Tecnopuc, parque tecnológico da PUCRS, que estimula a pesquisa e inovação, articulando academia, instituições privadas e governo.

Texto: Andressa Prates- andressa.pratesfreitas@gmail.com
Revisão: João Schmitz – joaaoschmitz@gmail.com