Linguística e Inglês: quatro décadas lembradas em livro da EdUFSC
Unindo 40 anos de teoria, reflexão, história e desafios de dois importantes programas de pós-graduação, a Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (EdUFSC) está lançando na 10ª Feira do Livro de Joinville a obra Arquivos de passagens, paisagens, organizada por Carlos Eduardo Schmidt Capela e Liliana Reales. Os artigos dão uma ideia das pesquisas desenvolvidas pelos Programas de Pós-Graduação em Línguística e em Inglês da UFSC, criados em 1971. A feira prossegue até 14 de abril no Centreventos Cau Hansen, em Joinville.
Arquivos de passagens, paisagens é o resultado da contribuição de professores da UFSC, de egressos e de pesquisadores nacionais e internacionais convidados pelos organizadores do simpósio comemorativo aos 40 anos dos Programas de Pós-Graduação, realizado em 2011. São 17 ensaios sobre temáticas variadas, mas que têm em comum a qualidade estética e literária dos autores convidados. Procuram, segundo os organizadores, “responder aos mais diferentes influxos que nestas últimas décadas atuaram sobre o campo dos estudos da literatura e da cultura, de ordem conceitual e teórica, crítica e analítica”. Raúl Antelo, em Arqueologia de 1971, apresenta um texto que faz pensar sobre a trajetória e a produção das pós-graduações nestas quatro décadas.
Liliana Reales, uma das organizadoras, faz uma relação entre a obra do uruguaio Juan Carlos Onetti e o dinamarquês Soren Kierkegaard. “Em Kierkegaard se lê que a ironia consiste em estar sempre dizendo algo diferente daquilo que se diz, e em Onetti se compreende que essa descontinuidade inerente à ironia, essa distância constitutiva da ironia, apontam para algo que nunca se alcança, para a impossibilidade de se fixar um significado estável, e se perfila como uma negatividade infinita”.
O outro organizador, Carlos Eduardo Schmidt Capela, dá uma contribuição também bastante original, abordando em Arquivos do desejo”, as técnicas e as funções das fotografias, pensando as imagens das mulheres não ocidentais a partir da “pose e da pausa”. A fotografia, segundo Capela, “revela o corpo revelado, enquanto presença ausente, e ao mesmo tempo o corpo que revela, o do fotógrafo, enquanto ausência presente, postos em relação, ou contato, através da técnica”.
Em “A modernidade residual do contemporâneo”, Eneida Maria de Souza sublinha que na comemoração dos 40 anos da pós-graduação da UFSC, “a figura de Roland Barthes – sua obra e vida – poderá servir de emblema para a reflexão sobre a atual situação de sobrevida ou morte da crítica literária”. Citando Silviano Santiago, sublinha que o texto artístico ou crítico não se configura como núcleo estável, “transformando-se e relacionando-se com outros por meio da tradução e da metáfora”.
Jefferson Agostini Mello lembra, em seu artigo, a pesquisa dos periódicos literários e culturais realizada pelo Núcleo de Estudos Literários & Culturais (Nelic), permitindo construir uma espécie de “mapa da cultura brasileita recente”.
Valdir Prigol, que analisou o Caderno Mais! da Folha de São Paulo, colaborou com um artigo que aponta a importância do doutorado em Literatura para o aprimoramento e a aproximação da pesquisa e do ensino. “Percebo, agora, que o corpo a corpo com o texto nos coloca em experiência com o não saber, com o outro, e que a partir dessa experiência podemos nos pensar e pensar o literário”. E com a história da literatura, acrescenta, é a mesma coisa: se não há um conceito de literário, a priori, é no contato com cada texto e com experiência que ele oferece que podemos, a posteriori, perceber um modo do literário”.
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Moacir Loth/Jornalista da Agecom/UFSC
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