Representante da Capes ministra palestra na pós em Ciência da Informação

Maria Helena Weber é representante da área de Comunicação/Ciência da Informação na área de Ciência Sociais aplicada na Capes
“Para avançar, um projeto de pós-graduação tem que ser pensado de forma coletiva”, afirma a professora Maria Helena Weber. Ela é representante da área de Comunicação/Ciência da Informação na área de Ciência Sociais aplicada na Capes e foi convidada pela Pós-graduação em Ciência da Informação (PGCIN) para marcar o início das atividades de 2012. O evento aconteceu na manhã desta quarta-feira, 7/03, como parte do Seminário de Integração do Mestrado do PGCIN.
Na palestra “Ciência da Informação, Comunicação, Museologia no contexto da pesquisa e da pós-graduação”, a professora Maria Helena fez um panorama sobre esses cursos no Brasil. Um dos destaques de sua fala foi a equação para se chegar a programas de pós-graduação que promovam a qualidade de vida e a cidadania.

Professora Maria Helena apresentou dados sobre os programas de pós em Comunicação, Ciências da Informação e Museologia
Para a professora, o ponto de partida é o projeto coletivo, algo que ainda é muito difícil de se fazer. “Existe um processo de individualização na pós, mas o compromisso e a responsabilidade é de todos, alunos e professores. Isso significa que um professor que produz muito não qualifica um projeto de pesquisa”, explica. Um exemplo positivo é o da pós em Comunicação da Federal do Rio de Janeiro, que passou da nota 3 para 6 da Capes, depois de um esforço coletivo para resolver os problemas, trabalhar as relações internacionais e os projetos de pesquisa.
A participação nos grupos de pesquisa foi outro ponto da equação que mereceu destaque. “O crescimento do aluno se dá no grupo de pesquisa, não nas disciplinas”, afirma a professora. Nos grupos os alunos trabalham com os professores, produzem artigos, compartilham bibliografia, analisam as disciplinas e fazem o debate teórico. “Não é fácil trabalhar coletivamente e compartilhar o conhecimento, pois é algo que exige organização e sistematização. Mas é uma experiência rica: há casos até em que o aluno muda sua tese, depois de mostrar ao grupo sua pesquisa, o que aumenta em 80% suas chances de se sair bem na defesa”, afirma.
Outro desafio é em relação à qualificação da produção científica. Na área de Comunicação e Ciência da Informação, apenas 0,55% das publicações são classificadas como A1, o nível mais alto. A maior parte das publicações, 48,7%, está nas faixas mais baixas, B2 a C. “Isso não significa que o que estamos produzindo não seja adequado e sim de que existe um nó na classificação dos periódicos”, diz. São 465 títulos que ainda não foram classificados. Maria Helena relata que a grande contribuição da sua equipe para a área será coordenar o processo para definir os critérios de qualidade dos periódicos e fazer a classificação.
Sobre o evento
O Seminário de Integração do Mestrado é um evento promovido pelo Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação (PGCIN). Além da palestra com a professora Maria Helena Weber, os mestrandos tiveram reunião de integração e dois treinamentos, um sobre estatística como ferramenta de pesquisa e outro sobre bases de dados de Ciência da Informação.
Texto e fotos: Laura Tuyama, jornalista na Agecom.