Área da cultura ganha novos representantes no Conselho Estadual

19/04/2011 18:32

O historiador e folclorista Franciso do Vale Pereira, coordenador do Núcleo de Estudos Museológicos (Nemu) da UFSC é o novo representante da área de folclore no Conselho Estadual de Cultura. Junto com Francisco, outros vinte representantes do setor cultural foram nomeados para as mais diversas áreas (artes, teatro, letras, literatura, música, cinema, dança, patrimônio histórico e geográfico). A solenidade de posse ocorrerá na quinta, 28/04, às 11h, no auditório da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte.

Os novos conselheiros, indicados pelo Governo do Estado e pelas entidades culturais e universidades em sistema de composição paritária, foram nomeados por dois anos em ato assinado pelo governador Raimundo Colombo em 4 de abril de 2011. “A importância de assumir esse cargo está principalmente em poder participar das decisões do Conselho, contribuir para achar caminhos e soluções e fazer a cultura ser uma área reconhecida pelo Governo do Estado. Acredito que quanto mais o governo apoiar as iniciativas culturais, maior será a contribuição para a formação da cidadania”, ressalta Francisco.

Novos conselheiros:

Indicação do Governo do Estado

Marly Elizabeth Benedet Garcia – Presidente (Artes)
Neila Maria Balú (Artes)
Adriano Dutra (Teatro)
Jairo Alvim Barbosa (Letras e Música)
Andrea Marques Dal Grande (Patrimônio Histórico)
Luiz Eduardo Caminha (Escritor e Jornalista)
Luiz Carlos Laus (Música)
Alcides Buss (Letras e Editor)
Marco Anselmo Vasques (Letras e Teatro)
Cristiano Moreira (Poeta)

Membros Indicados pelas Entidades Culturais

Betina Adams, Representante dos Profissionais de Conservação e Restauração do Patrimônio Histórico;
Jeferson Luiz de Lima, Representante dos Profissionais da Área de Cinema;
Elisangela Jaworski, Representante dos Profissionais da Área de Dança;
Luciano Cavichiolli, Representante dos Profissionais da Área de Teatro;
Francisco do Valle Pereira, Representante da Área de Folclore;
Sebastião Carlos de Andrade Machado, Representante da Área de Música;
Augusto Cesar Zeferino, Representante da Área de Patrimônio Histórico e Geográfico;
Júlio de Queiroz, Representante dos Escritores;
Hilário Fred Voigt, Representante dos Artistas Plásticos;
Adriana Durante, Representante dos Profissionais Educadores de Arte.

Tags: museuNemu

Museu Universitário identifica e analisa componentes químicos na pintura de obras de Cascaes

13/04/2011 12:09

Fotos: Paulo Noronha

A análise das camadas pictóricas que revestem esculturas feitas em argila por Franklin Cascaes é o objetivo de um trabalho que vem sendo realizado esta semana por uma equipe da Universidade Estadual de Londrina (UEL) no Museu Universitário Prof. Oswaldo Rodrigues Cabral, na UFSC. A partir do uso de equipamentos avançados de identificação de elementos químicos que fazem parte das amostras, técnicos do Laboratório de Física Nuclear Aplicada da UEL vão permitir que o museu estabeleça os melhores parâmetros para a conservação das peças. Cerca de 500 esculturas de Cascaes, 350 delas em argila, fazem parte do acervo do Museu Universitário.

A cooperação científica entre as duas instituições foi um desdobramento dos estudos da mestranda Vanilde Rohling Ghizoni, do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PósArq), que vem trabalhando em cima de figuras humanas esculpidas por Cascaes do final dos anos 40 ao início da década de 80. “Por meio da análise técnica, poderemos identificar os componentes químicos e dimensionar a sua sensibilidade a elementos como umidade e temperatura, facilitando a conservação”, diz a mestranda. “Este é um trabalho inédito sobre o legado de Cascaes, que tem mais de 1.700 obras tombadas no acervo da UFSC”, completa.

O fato de usar as técnicas de fluorescência de raios-X e espectroscopia Raman, que utilizam fontes de radiação gama, faz com que a intervenção seja do tipo “não destrutiva”, porque não exige a retirada de um pedaço da obra para a análise. A primeira técnica consiste em identificar os elementos químicos que fazem parte da policromia da amostra. “Isso facilitará a escolha do tratamento adequado para uma eventual restauração”, afirma o físico Paulo Sérgio Parreira, do Laboratório de Física Nuclear Aplicada da UEL. Já o Raman é um feixe de laser que, ao bater no pigmento, recebe uma resposta de energia que faculta a identificação do composto molecular da tinta usada na obra.

Bom conceito – O professor Paulo Sérgio Parreira, que desde segunda-feira trabalha no museu ao lado de Fábio Lopes, do programa de pós-doutorado em Física da UEL, e do mestrando Eduardo Inocente Jussiani, explica que o fato de usar equipamentos portáteis facilita o deslocamento até o local onde se encontra a obra a ser analisada. “Este modelo é usado em diferentes situações e, pelas suas características, facilita as ações de campo, como o estudo de pinturas rupestres”, afirma. “O sistema é muito prático e nos permitiu, por exemplo, trabalhar em igrejas com pintura mural necessitando de restauração, em vários estados brasileiros”, conta.

Parreira informa que o laboratório já firmou termos de cooperação técnica com o Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, com o Museu de Arte de São Paulo (onde foi restaurada, em parceria com o Louvre, a obra “Hymeneus Travestido Assistindo a uma Dança em Honra a Príapo”, pintado entre 1634 e 1638 pelo francês Nicolas Poussin) e com o Museu de História Nacional, no Rio de Janeiro (onde foi restaurada uma coleção de moedas de ouro e prata do Brasil colônia).

Blocos de pedra – A mestranda Vanilde Ghizoni explica que Franklin Cascaes não costumava queimar as peças que fazia e usava tintas baratas, em vista do custo, como deu a entender nos cadernos manuscritos que deixou. “Professor da antiga Escola Industrial, ele trabalhou muito com gesso, a partir de formas de argila, mas abandonou esse processo porque elaborava peças únicas e o gesso, na sua opinião, perdia detalhes que ele considerava importantes”, conta ela. O vínculo estreito que mantinha com os oleiros de São José, junto aos quais se criou, também pesou na decisão de dedicar-se ao artesanato com barro, uma forte tradição na região da Grande Florianópolis.

Como muitos artesãos, Cascaes trabalhava sobre blocos de pedra, cujas camadas removia com instrumentos até chegar ao resultado final. Sem cozimento, no entanto, as peças ficam mais vulneráveis a fraturas e ao desgaste do material.

Os apoios – O Museu Universitário terá novas instalações nos próximos meses, e é importante que as peças a serem expostas estejam num espaço com a mesma temperatura da área de armazenamento, onde a climatização protege as obras. “A análise feita pela UEL é importante, porque ainda não conhecemos o comportamento da argila e como se pode fazer a melhor conservação das esculturas”, afirma Vanilde. As peças foram restauradas entre 2004 e 2005, mas sem conhecer as características da pintura há sempre o risco de perdas do material original.

Vanilde Ghizoni, que está desde 2003 no Museu Universitário, deve concluir seu mestrado em meados deste ano e informa que muitos projetos foram desenvolvidos ali graças à participação em editais nacionais.

O projeto de Vanilde tem o apoio da Secretaria de Cultura e Arte (SecArte), Museu Universitário e PósArq. Antes de começar a análise das peças, houve palestras com ela e com o físico Paulo Sérgio Parreira, da UEL, com entrada franca, na última segunda-feira, dia 11, no Museu Universitário.

Mais informações no Museu Universitário Prof. Oswaldo Rodrigues Cabral, pelo fone (48) 3721-8821.

Por Paulo Clóvis Schmitz/ Jornalista na Agecom

Tags: cascaesmuseuUEL

UFSC oferece curso de extensão em Gestão de Acervos Museológicos

22/03/2011 17:01

Foto: Thaine Machado

Pessoas que moram no raio de três quilômetros dos museus nas cidades brasileiras são as que menos visitam o seu acervo. Essa pesquisa recente do Observatório Nacional de Estudos de Público, vinculado ao Instituto Brasileiro de Museus, mostra o quanto os acervos de memória estão desvinculados das comunidades que representam. Quanto mais próximo o cidadão mora de uma instituição museológica menos se dispõe a conhecê-la, aponta o estudo de 2009. Capacitar pessoas que atuam no setor para que os museus deixem de ser arquivos mortos da história e da cultura de uma cidade, integrando-os ao público é o objetivo do Curso de Extensão Gestão de Acervos Museológicos, que o Núcleo de Estudos Museológicos da Secretaria de Cultura e Arte da Universidade Federal de Santa Catarina oferece de 7 de abril a 16 de junho.

Com aulas sempre às quintas-feiras, das 9 às 12 horas, na sala 606A, do Centro de Ciências da Educação e carga horária de 30 horas/aula, o curso é gratuito, aberto ao público em geral, mas se direciona a alunos dos cursos de biblioteconomia, arquivologia, museologia, professores, pesquisadores e profissionais da área de museologia que querem melhorar a integração com o público. “É preciso empreender todo um esforço de gestão para atrair a comunidade e torná-lo uma instituição viva, afinal, é a referência de sua história e de sua identidade que ele representa”, explica Francisco do Vale Pereira, historiador e coordenador do Nemu.

Oferecendo 30 vagas, o curso quer fortalecer a ação educativa dos museus, aperfeiçoando as formas de interação com os diferentes públicos visitantes e ensinando não só a quantificá-los, mas principalmente a qualificá-los. “A gestão de um museu precisa considerar as diferentes linguagens de cada público, seja ele crianças de uma escola, portadores de necessidades especiais, turistas, estrangeiros, indígenas ou pesquisadores”. Será ministrado pela museóloga Rosana Andrade Dias do Nascimento, doutora em História pela UFBA; professora de História da Arte no Curso de Design da UFSC e professora convidada do curso de Mestrado em Museologia da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Lisboa, com reconhecida atuação nacional e internacional na área de Documentação Museológica, Teoria Museológica.

Em Santa Catarina são aproximadamente 200 museus no Estado que têm como principal desafio melhorar a qualidade técnica dos acervos e mostrar sua importância à população. “O melhor caminho para cumprir esse desafio é prepará-los para preservar e difundir melhor os museus, de modo que estejam mais presentes na vida das cidades”, aponta Pereira. O curso capacita os gestores a realizarem o inventário do seu acervo, a cuidarem da sua reserva técnica, restauração e conservação em laboratórios e finalmente foca na exposição ao público, mostrando as diferentes dinâmicas de apresentação do acervo. “Quanto mais um gestor conhece e administra o seu acervo, mais tem condições de transformá-lo em uma ponte de ligação e diálogo com a sociedade em torno”.

Interessados devem enviar seu nome completo e CPF para o e-mail fpereira@cfh.ufsc.br, ou entrar em contato pelo telefone: 3721 6318 / 9114 4477.

Programa:

  1. Conceito de Documento
  1. Documentação
    1. Definição básica;
    2. Documentação: na Museologia, na Biblioteconomia e na Arquivologia;
    3. A interdisciplinaridade e a documentação museológica.
  1. A Documentação Museológica: procedimentos de aquisição
    1. Ética de Aquisição;
    2. Políticas de Aquisição;
    3. Tipos de Aquisição;
    4. Documentação provisória para aquisição.
  1. Documentação Técnica Museológica
    1. Sistema de numeração;
    2. Procedimentos de marcação;
    3. Inventário;
    4. Sistema de Fichas: de Identificação, de Localização com Planta baixa, de Conservação;
  1. Diagnóstico de acervo.
  1. Banco de dados para acervos de museus.

Contatos: (48) 99110524 – 37219459

raquelwandelli@gmail.com

raquelwandelli@reitoria.ufsc.br

assessora de Comunicação da SeCArte/UFSC

Tags: curso extensãomuseu
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