Instituto de Estudos Latino-Americanos da UFSC lança livro sobre megaeventos esportivos
Faltando poucos dias para a Copa do Mundo, o Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA) da UFSC lança o livro “Megaeventos esportivos: suas consequências, impactos e legados para a América Latina”, organizado pelo professor Paulo Capela e a jornalista Elaine Tavares. O trabalho – que reúne as conferências realizadas durante a 9ª Edição das Jornadas Bolivarianas, evento anual do Instituto – é uma reflexão profunda sobre a política e a lógica dos megaeventos que se começaram a consolidar nos anos 80, tornando o esporte uma mercadoria bastante valiosa no processo de acumulação capitalista. A leitura é indicada para todas as pessoas que procuram ver além do senso comum incensado pela mídia, de que os eventos são promotores de progresso e riqueza. Em certa medida, essa assertiva é uma meia verdade, porque, afinal, os megaeventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas geram muita riqueza, mas é para um pequeno e seleto grupo de empresários, no comando das multinacionais.
Os debates sobre os megaeventos, realizados em abril de 2013, procuraram abordar os mais variados aspectos do tema, não apenas o jogo em si ou a prática do esporte. No texto de abertura, o professor da Unoesc, Nildo Ouriques, recupera historicamente todo o processo de construção dessa lógica do esporte como empresa, que tem sua guinada para o que hoje conhecemos como megaeventos a partir do conhecido acordo realizado entre a FIFA, recém assumida pelo brasileiro João Havelange, e a empresa Adidas, em 1974. Desde aí, as marcas comerciais passaram a ser associadas visceralmente aos clubes e aos atletas, a tal ponto de, em alguns casos, serem as empresas patrocinadoras as que dirigem o trabalho conforme seus interesses. Nilso ainda mostra como o estado vai sendo sequestrado por essa prática e acaba cedendo também às armadilhas do capital, principalmente aqueles que estão na periferia do sistema capitalista.
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