Livro de Filosofia da EdUFSC revela conhecimento, direitos e desafios das mulheres

14/05/2014 14:41

Nenhum homem foi oficialmente “convidado” a participar do livro coletivo Filosofia: machismos e feminismos, organizado por Maria de Lourdes Borges e Márcia Tiburi, e publicado pela Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (EdUFSC). Embora a contracapa diga que “este é um livro sobre mulheres e filosofia ou sobre temas feministas na filosofia”, o conteúdo vai além e é bem mais variado. São 15 mulheres, oriundas de diversas instituições do país e do exterior, que se debruçam sobre assuntos plurais, interdisciplinares e polêmicos, alguns deles pouco explorados, que são tabus na sociedade e até na academia. Os únicos autores homens infiltrados, Eduardo Subirats e André Cechinel, assinam, em coautoria com Imaculada Kangussu, o artigo “Feminino em perspectiva tripla”.

Segundo Márcia Tiburi, dois livros anteriores trabalharam a mesma veia: As mulheres e a filosofia (Unisinos, 2002) e Mulheres, filosofia ou coisas do gênero (Edunisc, 2008). A novidade é que esta obra é escrita quase na íntegra por mulheres. “Este seria um livro de mulheres  para mulheres, e poderia muito bem se chamar Mulheres que escrevem filosofia. No entanto optamos pelo título Filosofia, machismos e feminismos, decididas a privilegiar o conteúdo”, justifica, com razão, a doutora em Filosofia e colunista da revista Cult, Márcia Tiburi, parceira da professora e ex-secretária de Cultura (Secult) da UFSC, Maria de Lourdes Borges, na organização do novo título da editora universitária.

Abrangente, mesclando temáticas antigas e inéditas, o livro guarda uma coerência com os anteriores: a coragem de sair de temas aceitos pelo patriarcado com o qual, alertam as organizadoras, “é sempre bom tomar cuidado!”.
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Filósofa diz que televisão é “anti-intelectual” e se diz uma “telespectadora selvagem”

25/10/2011 12:14

A filósofa Márcia Tiburi, que também é professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie em São Paulo, participou na sexta-feira, 21 de outubro, do Filosofia Pop, um encontro que possibilita o diálogo entre filosofia, mídia e rock ‘n roll. O assunto da palestra foi “Olho de Vidro: a Televisão e o Estado de Exceção da Imagem”, que é o título do novo livro da pensadora. Na obra Márcia Tiburi faz uma análise e crítica da televisão brasileira.

Para a filósofa a televisão é “anti-intelectual”. “A pessoa se deforma quando assiste televisão. Ela acredita no que a televisão exibe, mas na verdade o mundo não é daquele jeito”, ratificou. Márcia Tiburi explicou que os homens pensam ser independentes da natureza por causa da tecnologia. “Na verdade os homens são dependentes mesmo é dessa segunda natureza – a tecnologia.”

Em seu livro a filósofa cria uma categoria na qual a própria se encaixa, o telespectador selvagem, aquele que não assiste televisão, mas participa do ciclo televisivo. “Não há como estar fora do ambiente televisivo. Você fica parado dois minutos e vem um monte de pessoas falando sobre a novela, reality shows, então é impossível ficar fora da televisão. O telespectador selvagem, da qual eu sou exemplo, é aquele que acompanha involuntariamente a TV”, complementou.

A televisão passou a ser trabalho na medida em que, segundo ela, tudo pode ser objeto de estudo para o filósofo. “Nosso trabalho é desmistificar o que está dado, o que está presente e ninguém se questiona”, emendou. O termo cunhado pela autora, “Olho de Vidro”, é uma metáfora para explicar que a televisão formula uma “prótese de conhecimento”. Ela explica: “O nosso olho leva informações ao nosso cérebro acerca de tudo. O Olho de Vidro que eu menciono no livro é um olho que não está dentro de nós, mas fora. Ele constrói uma imagem e define que o mundo é aquilo que mostra”.

Quando questionada acerca da solução para a televisão ela responde: “O mal da televisão, da moda e da alimentação contemporânea, por exemplo, é que todos são indústrias. Só com a queda dos monopólios teremos uma democratização de processos. A sociedade continua sendo capitalista e patriarcal”, destacou a pensadora.

Por José Fontenele / Bolsista de Jornalismo na Agecom

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Marcia Tiburi fala no Filosofia Pop nesta sexta na UFSC

20/10/2011 16:28

O “Filosofia Pop” é um evento de extensão, para reunir estudantes e professores em torno de atividades filosóficas, artísticas e culturais, possibilitando o diálogo entre filosofia, mídia e rock ‘n roll, suscitando debates, críticas e reflexões acerca dos temas.  Será realizado nestas quinta e sexta (20 e 21 de outubro) no auditório do CFH trazendo como convidada a filósofa Marcia Tiburi que falará na sexta-feira às 14h30min e às 18h30min e terá a participação de professores do Departamento de Filosofia.

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