Palestra “Sono, sonhos e memória”

25/08/2011 14:39

O Programa de Pós-Graduação em Farmacologia da UFSC promove a palestra “Sono, sonhos e memória”, com o professor Sidarta Tollendal Gomes Ribeiro (UFRN).

O evento acontece no dia 30 de agosto, terça-feira, às 16h30, na Sala 15, térreo da Farmacologia.

Outras informações pelo telefone (48) 3721-9491/9813, ramal 212.

Tags: farmacologiapalestraSonoUFSC

Pesquisas reforçam potencial da Cannabis no alívio da ansiedade provocada por trauma

20/06/2011 13:05

Um componente químico da maconha mostra cada vez mais potencial de se transformar em aliado no tratamento das sequelas emocionais deixadas pelo trauma. Experimentos indicam que o canabidiol, um dos mais de 80 constituintes da Cannabis sativa, pode ajudar no tratamento de indivíduos que sofrem de ansiedade provocada por experiência traumática. Resultados positivos têm sido obtidos em pesquisas desenvolvidas junto ao Laboratório de Psicofarmacologia, ligado ao Departamento de Farmacologia da UFSC. Os estudos com animais em laboratório resultaram em artigos científicos publicados em importantes periódicos internacionais, como o European Neuropsychopharmacologye.

Assalto ou atropelamento

Nestas pesquisas os animais recebem um choque moderado nas patas, simulando uma situação traumática. Quando são novamente expostos ao ambiente de condicionamento, relembram a situação e expressam uma reação de medo, caracterizada por imobilidade e conhecida como congelamento. Registrando o tempo de congelamento, os pesquisadores avaliam a intensidade do medo provocado pela lembrança do trauma.

O coordenador dos estudos, professor Reinaldo Takahashi, explica que é semelhante ao que acontece com uma pessoa que foi assaltada numa determinada rua da cidade e fica com medo sempre que tem que passar por ali. Ou ao medo sentido por uma pessoa que foi atropelada. toda vez que ouve uma freada de carro.

Segundo ele, em uma perspectiva terapêutica, a maneira mais eficaz de se reduzir o medo em animais de laboratório consiste em realizar sucessivas exposições ao ambiente de condicionamento. Assim os animais se adaptam à situação e reaprendam que aquele local deixou de ser ameaçador.

Em humanos, este tratamento é chamado de terapia de exposição e funciona mais ou menos da mesma forma. “Os principais resultados de nossos estudos demonstraram que o canabidiol facilita esse processo de reaprendizado emocional, tornando a exposição terapêutica muito mais eficiente e com efeitos prolongados”, explica o professor Takahashi.

Função ansiolítica

A pesquisa indica que o canabidiol poderia ser associado a tratamentos psicológicos como a terapia comportamental, ajudando a atenuar traumas. Além disso, o canabidiol reduziu a ansiedade dos animais que passaram pelo processo de condicionamento. A avaliação faz a equipe supor que esse constituinte da maconha funciona como um ansiolítico, o medicamento que combate a ansiedade. A vantagem é que o canabidiol possui características mais interessantes do que as substâncias benzodiazepínicas comumente usadas nesta terapia e que podem ter entre seus efeitos colaterais dependência, sonolência excessiva, piora da memória, tonturas e zumbidos.

Outra vantagem sinalizada pelos estudos realizados na UFSC é que o canabidiol também não provoca efeitos típicos da maconha, como falhas na memória recente, taquicardia, boca seca, incoordenação motoraagitação e tosse. Esses sintomas são causados principalmente por outro canabinóide, o conhecido tetrahidrocanbinol (THC). “Então, além de ser terapêutico, estima-se que se o canabidiol for utilizado como medicamento, terá menospoucos efeitos colaterais”, complementa o professor.

Reaprendizado emocional

Os estudos desenvolvidos na UFSC auxiliam também na compreensão da fisiologia do cérebro, dos processos cerebrais relacionados à retomada da memória traumática e ao consequente reaprendizado emocional. Dando continuidade aos experimentos, o doutorando do Programa de Pós-Graduação em Farmacologia da UFSC Rafael Bitencourt, orientando do professor Reinaldo Takahashi, aprofundou as pesquisas e obteve resultados importantes.

Seus estudos sugerem que há uma interação entre o sistema responsável por parte das respostas ao estresse, o sistema corticosteróide, e o sistema endocanabinóide, que ocorre no decorrer do processo de reaprendizado.

O primeiro está relacionado a hormônios que possuem um papel importante na regulação do metabolismo e o segundo, o sistema endocanabinóide, é formado por mensageiros cerebrais produzidos pelo próprio organismo e que parecem ter evoluído como parte da comunicação entre os neurônios (uma espécie de “fábrica natural” de maconha que os vertebrados possuem).

“Um determinado nível de estresse diante de uma situação traumática é necessário para que ocorra liberação de substâncias no nosso cérebro, levando à indução da produção dos endocanabinóides. Estes endocanabinóides facilitariam o processo de reaprendizado emocional, impedindo ou amenizando as chances de uma pessoa desenvolver um trauma”, explica Rafael.

Para os pesquisadores, o melhor entendimento do processo de reaprendizado emocional em situações potencialmente traumáticas pode facilitar a procura por condutas terapêuticas para aqueles indivíduos que desenvolvem algum transtorno relacionado à persistência de uma memória traumática. O conhecimento sobre os endocanabinóides também pode ajudar na concepção de terapias que aproveitem as propriedades terapêuticas da maconha.

“O futuro dirá se os canabinóides um dia passarão de substâncias proibidas a aliados no tratamento das sequelas emocionais deixadas pelo trauma”, complementa o professor Takahashi, pesquisador que será homenageado em outubro com o Prêmio Destaque Pesquisador UFSC 2011.

Mais informações: takahashi@farmaco.ufsc.br / Telefone: (48) 3721-9764 Ramal: 227

Por Reinaldo N. Takahashi e Rafael M. Bitencourt, com edição de Arley Reis

Tags: Cannabis sativafarmacologiamaconha

Departamento de Farmacologia participa de Simpósio da Rede Novos Talentos

13/06/2011 16:21
Entre os dias 29 de maio e 1° de junho a UFSC foi representada no Simpósio de Criatividade, Interatividade e Difusão em Ciências da Rede de Educação e Ciência: Novos Talentos pelo Departamento de Farmacologia, do Centro de Ciências Biológicas (CCB). O encontro aconteceu na Casa de Cultura da cidade fluminense de Paraty e reuniu representantes das 18 universidades que integram o projeto com o objetivo de estimular o ensino criativo das Ciências no Ensino Médio através de cursos experimentais de pequena duração – proposta deste programa apoiado pelo Ministério da Educação e apoiado pela Finep e pela Capes. A discussão de novas metodologias de ensino e das dificuldades encontradas no trabalho desenvolvido permeou os quatro dias de palestras e apresentações culturais.O coordenador-geral da Rede Novos Talentos e do departamento de Farmacologia da UFSC João Batista Calixto deu início às atividades do Simpósio na noite de domingo. Calixto relembrou a história da Rede, iniciada em 1985 pelo professor da UFRJ Leopoldo De Meis. No mesmo dia, o coordenador ainda resumiu as atividades feitas por cada grupo e o público pôde assistir à apresentação “Dançando para não dançar”, de Tereza Aguilar.

Na manhã de segunda-feira, 30/05, o presidente da Capes Jorge Guimarães palestrou a respeito da atuação da instituição na Educação Básica no Brasil e da importância do ensino diferenciado e prático, para que os alunos cheguem ao meio acadêmico estimulados. O destaque seguinte ficou por conta da fala do ex-ministro da Ciência e Tecnologia Sérgio Rezende a respeito do ensino das Ciências no Brasil. Para Sérgio, é essencial que novos pesquisadores sejam incentivados e descobertos desde a Educação Básica. “O Brasil se encontra em uma fase próspera e para que isso seja consolidado é necessário dar continuidade ao fomento tecnológico e científico” avalia.

Encerrando a programação da manhã, o professor Antônio Pavão da UFPE – criador do Espaço Ciência – foi o responsável pela dinâmica “Observar, registrar e descobrir”. Após o intervalo, aconteceu a primeira Plenária de avaliação da Rede, que se repetiu no segundo dia do evento. Já durante a noite o sambista Paulo Barros trouxe a palestra “Ciência na Sapucaí” – em que foi exibido o desfile da Unidos da Tijuca, aliada à explicação de Paulo acerca de todos os aparatos desenvolvidos para o desfile do ano de 2010.

Na terça-feira a programação foi dominada por integrantes da Rede. Coordenadores de diversas universidades como UFRJ e Fiocruz, puderam expor suas principais atividades desenvolvidas – livros, DVD’s, vídeos, hipermídias, jogos, gibis – para incrementar o ensino científico aos estudantes. A avaliação final – feita pela Finep e pela Capes – aconteceu na segunda pela manhã, junto ao encerramento promovido pelo professor Calixto. “O Simpósio foi ótimo para traçarmos novas estratégias para ampliar ainda mais o número de universidades integrantes e aprimorar o trabalho desenvolvido nos grupos que já pertencem ao projeto” pontua o coordenador-geral, que ainda acrescenta a visibilidade nacional e a dificuldade de entrada nas escolas públicas como os maiores desafios para a Rede de Educação e Ciência: Novos Talentos.

A Rede – Os cursos de férias oferecidos apostam na praticidade e no dinamismo do ensino, através de DVD’s, história em quadrinhos, livros, manuais, literatura de cordel, peças teatrais e outras atividades. A última inovação foi a do glossário científico em Libras (Língua Brasileira de Sinais), desenvolvido e incentivado pela professora Vivian Rumjanek, da UFRJ.

O projeto contempla atualmente 18 universidades em todo o país e 23 grupos que oferecem os cursos experimentais. 2.885 alunos e 927 professores já foram beneficiados com bolsas de estágio nos laboratórios. Na UFSC, o departamento de Farmacologia é responsável por cursos de férias e workshops destinados a alunos e professores de escolas públicas da Grande Florianópolis. A temática abordada pelos bolsistas atuais – Rodrigo Marcon, Mariane Ventura e Robson Puel – é a de “Como surgem e agem os medicamentos”, expondo a aplicabilidade da teoria aos alunos.

Por Gabriele Duarte/ Bolsista de Jornalismo na Agecom

Tags: capesfarmacologia

Oitava edição do Curso de Inverno de Farmacologia recebe inscrições

30/05/2011 12:35

As inscrições para o VIII Curso de Inverno de Farmacologia da UFSC estão abertas até o dia 17 de junho.  Organizada e ministrada por estudantes do mestrado e doutorado em Farmacologia da universidade, a capacitação acontece no segundo semestre, entre os dias 31 de julho e 6 de agosto. Serão abertas 20 vagas e selecionados 10 suplentes, caso haja desistência. A formação é direcionada a alunos de graduação das áreas de ciências biológicas e da saúde que tenham interesse em pesquisa científica.

Drogas de abuso, ansiedade e medo, doenças neurodegenerativas e inflamação e dor serão alguns dos módulos abordados nesta edição. O objetivo é integrar jovens pesquisadores de diversas universidades do país e despertar o interesse dos estudantes pela pesquisa científica, além de aproximar aluno e professor.

“Esta é uma excelente oportunidade para os graduandos fazerem e fortalecerem contatos com o corpo docente do departamento”, explica um dos organizadores, Gilliard Lach, doutorando em Neurofarmacologia e responsável por um dos módulos.

Para o doutorando o curso é importante também para os alunos da pós-graduação da universidade, uma vez que terão a oportunidade de lecionar aulas teóricas e práticas relacionadas com a farmacologia para estudantes de nível de graduação.

Biomedicina, Farmácia e Biologia são os cursos que mais se inscrevem. No entanto, alunos de qualquer área da biologia e da saúde podem participar, tenham cursado a disciplina “Fisiologia Humana”. A ficha de inscrição está disponível página do curso e deve ser enviado para o e-mail cursodeinvernoufsc@gmail.com , anexado ao Currículo Lattes, o histórico escolar atual digitalizado, uma carta de recomendação do orientador e uma carta de intenção em que o aluno descreva os motivos pelo interesse no curso de inverno.

Os nomes dos selecionados estarão disponíveis na página do curso a partir do dia 1° de julho. A taxa de R$ 50 será destinada à confecção do material distribuído, apostila contendo os slides apresentados nas aulas teóricas e o roteiro das aulas práticas, além das referências bibliográficas para consulta posterior.

Mais informações: Gilliard Fach / cursodeinvernoufsc@gmail.com / (48) 3721-9191

Por Ana Luísa Funchal / Bolsista de Jornalismo na Agecom

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