Professora da UFSC é uma das 20 enviadas especiais convidadas para atuar na COP30

14/05/2025 17:21

Divulgação COP30

A professora Marinez Scherer, coordenadora do Laboratório de Gestão Costeira Integrada da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), será uma das 20 enviadas especiais setoriais na preparação da COP30, conferência mundial do clima que ocorrerá em Belém, em novembro. Ela foi convidada como representante para assuntos relacionados aos oceanos — entre outros 19 temas, além de enviados de 10 regiões estratégicas do mundo.

A pesquisadora explica que a proposta é que os enviados atuem como uma ponte entre a presidência da COP, o setor dos oceanos, a sociedade civil e a academia. “Tudo o que está sendo discutido — as propostas, as ideias da sociedade civil, da academia e as minhas, como enviada especial — será levado à presidência da COP. E o caminho inverso também é verdadeiro: o que for tratado dentro da presidência da COP, especialmente em relação ao nosso setor, deverá ser comunicado à sociedade. A ideia é que eu atue como esse canal de comunicação”, explica.

O site da COP30 informa que os enviados atuarão de forma voluntária e em caráter pessoal, sendo considerados interlocutores estratégicos para o fluxo de informações e percepções das áreas que representam. Essa atuação permitirá que as interações ocorram de maneira mais ágil e eficaz. Além disso, os enviados funcionarão como canais diretos para apresentar demandas e propostas à presidência da conferência, estabelecendo um elo com setores e regiões.

O convite, assinado pelo presidente designado da COP30, André Aranha Corrêa do Lago, e feito pela diretora-executiva da conferência, Ana Toni — que também é secretária nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil —, destaca que os enviados são convocados para a missão de “transformar a COP30 em um momento decisivo para a luta climática global”. A professora participará da primeira reunião no dia 22 de maio, e outros encontros estão previstos até novembro.

No caso da enviada especial para os oceanos, o papel destacado no convite é o de interlocutora-chave da presidência da COP30, assessorando, conectando e trazendo contribuições sobre o setor marinho. Esse trabalho é considerado essencial tanto para a fase preparatória quanto para o êxito da conferência. “Eles dizem que é uma pessoa que vai funcionar como uma caixa de ressonância do que está sendo discutido naquele tema, na COP, para que possa reverberar tanto para a presidência quanto para a sociedade. Eu chamo de elo de comunicação, de conexão”, afirma.

Bióloga, doutora em Ciências Marinhas, professora associada da UFSC e coordenadora do Laboratório de Gestão Costeira Integrada, Marinez é especialista em gestão costeira e marinha, com ampla experiência em assessoria técnica e capacitação em diversos países das Américas, África, Ásia e Europa. Atualmente, atua como ponto focal do Brasil e co-chair do Grupo de Trabalho em Planejamento e Gestão Sustentável do Oceano da COI/UNESCO. Também co-lidera o Centro Regional de Treinamento Cono Sur da Ocean Teachers Global Academy (OTGA).

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Pesquisadores da UFSC fazem alertas de mudanças sem precedentes em meio à COP 28

06/12/2023 08:21

Ecossistema marinho está ameaçado (Imagem de Lisa por Pixabay)

Três pesquisadores da UFSC estão entre os autores de alertas de mudanças sem precedentes emitidos pela comunidade científica em meio a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, a COP 28, evento que ocorre até terça-feira, 12 de dezembro, em Dubai. As professoras Marina Hirota, do departamento de Física, e Regina Rodrigues, da coordenadoria de Oceanografia, projetam um cenário cada vez mais agravado e de emergência no mundo e também nas diferentes regiões do país.

Marina é co-autora do Global Tipping Points Report 2023, um relatório sobre os chamados “pontos de não retorno” coordenado pela Universidade de Exeter, com mais de 200 pesquisadores, entre eles o também pesquisador da UFSC Bernardo Flores, do Programa de Pós-graduação em Ecologia. Já Regina integra o comitê editorial do New Insights in Climate Science, do World Climate Research Programme.

Os dois documentos traçam um panorama baseado no aumento de 1,5 graus de temperatura na Terra, que causa uma série de efeitos para os ecossistemas e que leva o planeta a um patamar no qual não seria mais possível um retorno ao que existia antes do aquecimento. Esse cenário, que no Brasil está sendo visualizado a partir da intensificação de secas e de inundações provocadas pelo alto volume de chuvas, é mapeado pelos cientistas, que apontam também medidas urgentes a serem tomadas.

No relatório global dos pontos de não retorno – a avaliação mais abrangente realizada até hoje pela comunidade científica –, a constatação é de que “a humanidade está atualmente numa trajetória desastrosa”. O documento indica que as ações atuais são inadequadas para a escala do desafio, em que há, pelo menos, cinco pontos de ruptura do sistema terrestre – incluindo o colapso de grandes mantos de gelo e a mortalidade generalizada dos recifes de coral de águas quentes. O prejuízo para a agricultura e a alimentação são certos. “À medida que os pontos de ruptura do sistema Terra se multiplicam, existe o risco de uma perda catastrófica da capacidade de cultivo de culturas básicas”
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