13ª Sepex: não há limite para o interesse e a curiosidade das crianças
“Como ele faz para saber se está calor?”
“Ele não estraga na chuva?”
“Não era melhor colocar alguma coisa cobrindo os fiozinhos?”
O grupo de estudantes do 1º ano do Ensino Fundamental do Aplicação mal dá tempo para que Marcelo Petry, do estande do Campus Blumenau, respire entre uma e outra pergunta a respeito do projeto de robótica que apresentam na 13ª Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão (Sepex) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC): são robôs guiados por controle remoto, projetados para terem custo baixo e localizarem incêndios florestais. “Eles querem saber de tudo mesmo, fazem várias perguntas sobre o funcionamento. Para a gente, que quer divulgar o campus e participa pela primeira vez da Sepex, é ótimo”, diz Petry.
Todo ano as crianças comparecem à Sepex com a família ou excursões de escola. Encontram várias atividades destinadas especificamente a elas, com jogos de peças coloridas, palhaços e contadores de histórias que chamam atenção para o conteúdo e outras atrações. Mas não é só nessas que estão interessadas. Para esses visitantes, todas as atividades são atividades que servem ao público infantil.
“A gente criou esses jogos como suplementos que permitem visualizar conceitos abstratos e exigem a construção de raciocínio lógico. Não foram pensados especificamente para crianças, o importante é utilizar noções espaciais”, explica Paulo Bösing, do Laboratório de Estudos de Matemática e Tecnologia (Lemat). Ainda assim, o estande sempre tem crianças e pré-adolescentes entretidos com seus joguinhos de madeira com desafios de encaixe e colocação de peças. “São ferramentas que exploram as propriedades espaciais. O pessoal não olha e vai embora, eles ficam um tempo no estande. As crianças menores, do NDI, não entendem a tarefa, só gostam das bolinhas e pecinhas, mas já vale a pena”, considera.
As visitas da Escola Internacional, realizadas em todas as edições da Sepex, rendem discussões em sala de aula e incentivos para as experiências das crianças na Feira de Ciências da própria escola. “Para eles, não tem muito isso de só querer o que é atividade infantil. É a chance de verem o que estudam na escola e se aproximarem do conteúdo, então a curiosidade é por todo o mundo ao redor, na verdade”, fala o professor Leonardo Garin, cercado por uma turma de alunos de 4ª e 5ª séries do Ensino Fundamental.
Aranhas e cobras, claro, sempre são fascinantes; por isso, são elas (mortas) o primeiro atrativo para o estande do Centro de Informações Toxicológicas (CIT). Em seguida, a atenção vai para os escorpiões e lagartas. “Aí eles pedem para olhar o microscópio, contam histórias de parentes que viram bichos venenosos em algum lugar”, conta Taciana Seemann, bióloga que atende no estande. As perguntas mais comuns ali são sobre quais as espécies mais venenosas e quanto tempo o veneno leva para matar uma pessoa. “Tem essa noção de que esses bichos matam pessoas, então temos que matar antes. E é nossa chance de desmistificar o senso comum, explicar que em Santa Catarina só temos dois grupos de cobras venenosas, por exemplo. E os animais peçonhentos são os que mais chamam a atenção, mas também prestamos informações sobre intoxicação com alimentos ou medicamentos”, ressalta.
A 13ª Sepex foi dividida em duas etapas: a primeira, de 22 a 25 de outubro, com a realização de cerca de 200 minicursos; a segunda começou no dia 29 de outubro e vai até sábado, dia 1º de novembro, com exposições de trabalhos de pesquisa e extensão em 125 estandes, além de apresentações artístico-culturais e oficinas. O tema desta edição é “Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social”. As Pró-Reitorias de Extensão (Proex), Pesquisa (Propesq), Graduação (Prograd), Pós-Graduação (PROPG) e Administração (Proad) são responsáveis pela realização do evento.
Mais informações e programação:
Conheça o protótipo do robô para localizar incêndios:
Fabio Bianchini/Jornalista da Agecom/DGC/UFSC
fabio.bianchini@ufsc.br