Peça “O Último Godot” retorna ao Teatro da UFSC de 26 a 28 de julho

26/07/2013 09:14

A peça “O Último Godot”, do dramaturgo romeno Matéi Visniec, sobe ao palco do Teatro da UFSC nos dias 26, 27 e 28 de julho, às 20h. A montagem é resultado da disciplina Processos Criativos do curso de Artes Cênicas da UFSC, ministrada pela professora Dirce Waltrick do Amarante. A entrada é gratuita e os ingressos devem ser reservados pelo e-mail: oultimogodot@gmail.com. 

O espetáculo é produzido pelos alunos da sétima fase do curso e relembra os 60 anos da estreia de “Esperando Godot”, de Beckett, encenada pela primeira vez no Théâtre de Babylone, em Paris. O texto da peça é de 1987 e presta homenagem à obra-prima de Beckett.

Sobre “O Último Godot” 

Nos anos 1950, Beckett ofereceu ao ator e diretor teatral parisiense Roger Blin duas peças suas: Eleutheria (1947) e Esperando Godot. Blin optou por montar a segunda, porque considerou que os custos de produção de Godot  não seriam tão altos quanto os de Eleutheria, que precisava de um cenário móvel e de dezessete atoresem cena. Godotrequeria apenas cinco atores e um cenário praticamente vazio, com uma arvorezinha ao fundo.  O tema mais visível da peça de Beckett é a espera: em dois atos, dois personagens, Estragon e Vladimir, esperam a chegada de Godot.

Em 1987, o dramaturgo romeno Matéi Visniec (1956 – ), radicado na França, escreveu O último Godot, em homenagem à obra-prima de seu mestre Samuel Beckett. Para Visniec, a peça de Beckett, “hermética para um bom número de pessoas, ‘absurda’ para a maioria dos observadores do fenômeno literário, era para mim de uma clareza incrível, de um realismo cruel, de uma transparência divina. Lendo Esperando Godot compreendi quase tudo sobre a natureza humana.”

O último Godot (1987) narra o encontro inusitado entre o escritor irlandês Samuel Beckett (1906 – 1989) e seu misterioso personagem Godot (de Esperando Godot, 1952). Godot, na releitura contemporânea de Visniec, tem uma visão bastante apocalíptica do teatro:

Beckett – Eu também quero dizer uma coisa. Lamento tudo que aconteceu. Se quiser, você pode entrar no final, como queira.

Godot – E pra quê? O teatro está morto.

Ao ser perguntado sobre o que quis dizer com “o teatro está morto”, e se teria alguma relação com a situação do teatro na Romênia, Visniec explicou que, no seu país, em certo período da história, o teatro viveu (ou antes sobreviveu) “enquanto teatro vigiado, perseguido (pelo poder), frequentemente desfigurado pelos pequenos ‘compromissos’ que os autores aceitavam para ver suas peças representadas.”

Porém, pode-se também pensar que a “morte do teatro” estaria relacionada com a descrença atual de que a arte (ou o teatro, mais especificamente) poderia “salvar” o mundo; ou, ainda, com a ideia de um teatro que se  esgotou enquanto função e meio.

Alunos integrantes da peça 

  • Robson Walkowski
  • Priscila de Souza Serafim
  • Anderson Souza
  • Eduardo Stahelin
  • Giovana Ursini
  • Ivi Louise Horst
  • Jacqueline Kremer
  • José Jocimar
  • Lindson Mühlmann

Sinopse

A peça de Visniec narra o encontro inusitado entre o escritor irlandês  Samuel Beckett (1906 – 1989) e seu misterioso personagem Godot, de “Esperando Godot”. Godot, na releitura contemporânea de Visniec, tem uma visão bastante apocalíptica do teatro: “o teatro está morto!”.

Serviço 

O quê: peça “O Último Godot”

Quando: 26, 27 e 28 de julho de 2013, às 20h.

Onde: Teatro da UFSC (ao lado da Igrejinha) – Praça Santos Dumont, Trindade, Florianópolis.

Quanto: Gratuito. Reservar ingresso pelo e-mail: oultimogodot@gmail.com

Bruna Andrade/ Estagiária de Jornalismo/DAC/Secult/UFSC

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