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A doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Paola Barros Delben é uma das agraciadas com uma bolsa internacional para apoiar estudos e pesquisas conduzidas na Antártica. A bolsa foi concedida pelo Conselho de Gestores de Programas Antárticos Nacionais (COMNAP) e apoiará o projeto de Paola “Gestão de Riscos de Saúde e Segurança em Isolamento, Confinamento e Contextos Extremos”. Ela utilizará a bolsa para realizar pesquisas colaborativas com colegas do Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, Lisboa, Portugal.

A pesquisa aborda uma das áreas prioritários para a COMNAP, que é a segurança humana, e aumentará a compreensão sobre o impacto do isolamento, confinamento e ambientes extremos nos expedicionários, afirmou a instituição ao anunciar as bolsas.

Paola é vinculada ao Laboratório Fator Humano, do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) da UFSC, e foi a primeira pesquisadora com projeto de ciências humanas, psicologia, saúde mental e tecnologia aplicada a ser contemplada com esse reconhecimento pelos principais órgãos responsáveis por pesquisas na Antártica.

O projeto de pesquisa em que a doutoranda atua existe desde 2014 e é coordenado por Roberto Moraes Cruz, professor do Departamento de Psicologia da UFSC. A proposta é estudar os fatores psicológicos em ambientes Isolados, Confinados e Extremos (ICE), foco de sua pesquisa desde a iniciação científica na graduação. Mesmo com poucos recursos, o projeto deu origem à produção de artigos, capítulos de livros e até cartilhas.

O projeto de Paola visa o aperfeiçoamento de um dispositivo de gerenciamento de riscos, que já foi oferecido à Marinha para ser adotado pelo Programa Antártico Brasileiro (Proantar). O Brasil mantém no continente antártico a Estação Antártica Comandante Ferraz, uma base localizada na ilha do Rei George. A Antártica é considerada um ambiente ICE e, por isso, a observação a uma série de protocolos de segurança é indispensável. Assim, desenvolver pesquisas sobre como a convivência humana nestes ambientes pode afetar o comportamento das pessoas é essencial.

A pesquisa de Paola já foi tema da Revista UFSC Ciência.

A cartilha desenvolvida pela pesquisadora subsidiou uma matéria com dicas de como manter a saúde mental durante os isolamentos sociais determinados pela pandemia de Covid-19.

O outro pesquisador brasileiro beneficiado pela COMNAP Antarctic Research Fellow 2021 é Renan Lima, doutorando da Universidade Federal do Rio Grande (RS). A bolsa permitirá que Renan realize pesquisas colaborativas com colegas da Universidade do Novo México, Albuquerque (EUA) sobre o projeto “Lidando com um ambiente em rápida mudança: uma visão isotópica sobre a ecologia de forrageamento de focas de gelo do Península Antártica”.

As bolsas são concedidas desde 2011 e até agora apenas três estudantes brasileiros foram contemplados. “O esquema de bolsa permite que pessoas em início de carreira trabalhem com uma equipe de projeto de outro país, abrindo novas oportunidades e frequentemente criando parcerias que duram muitos anos e por muitas temporadas no campo da Antártica. Ao apoiar seu desenvolvimento profissional com um instituto anfitrião, a bolsa também fortalece a capacidade e a cooperação internacional”, segundo divulgado no site do COMNAP.

Veja também: https://www.comnap.aq/comnap-antarctic-fellowships
Para obter mais informações sobre o IAATO Antarctic Fellow 2021, visite www.iaato.org.
Para obter mais informações sobre o SCAR Antarctic Fellows 2021, visite www.scar.org.