UFSC recebe sistema de última geração para pesquisa de câncer, diabetes e outras doenças

Segundo o CCB, as características do equipamento o tornam único em seu gênero na América do Sul. Foto: divulgação
O Laboratório de Bioenergética e Estresse Oxidativo (Labox) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) recebeu um sistema de última geração que pode ser utilizado em pesquisas sobre câncer, diabetes e distúrbios neurológicos ou cardíacos e doenças neurodegenerativas. O equipamento foi adquirido por meio de um edital em associação com o Laboratório de Metabolismo Energético da Universidade de Califórnia, Irvine, nos Estados Unidos.
O EXOID, novo equipamento do Centro de Ciências Biológicas (CCB), é uma ferramenta de alta precisão que permite estudar partículas tão pequenas que são medidas em nanômetros, o que corresponde a 0,0000001 centímetro. As estruturas estudadas pelos Labox estão presentes em sistemas vivos e, por isso, são chamadas de nanopartículas biológicas, como vírus, lipoproteínas, lipossomos, nanopartículas lipídicas e vesículas extracelulares.
O foco de interesse do Labox são as vesículas extracelulares, que atuam na comunicação entre as células, transportando moléculas como proteínas, RNAs mensageiros e até organelas, como mitocôndrias, fundamentais na respiração celular.
A capacidade do EXOID de caracterizar e quantificar vesículas com alta precisão possibilita a pesquisa sobre as funções vitais e as atividades que ocorrem dentro das células, assim como os mecanismos envolvidos em diversas doenças. Assim, o equipamento pode ser utilizado em pesquisas sobre câncer, diabetes e diversos distúrbios. É possível investigar como essas nanopartículas participam da comunicação celular ou como seus padrões se alteram em diferentes condições de saúde. Isso contribui para a identificação de informações úteis no diagnóstico, no acompanhamento da progressão de doenças e na eficácia de tratamentos.
O sistema se diferencia porque facilita a medição individual de cada partícula e permite a análise de amostras menores com rapidez e precisão. A detecção é feita por pulsos elétricos. Cada partícula passará por uma membrana com poros nanométricos. Quando a partícula atravessa um poro, causa uma pequena variação na corrente elétrica, um pulso que permite saber o tamanho e a quantidade de partículas, e dessa forma, identificá-las.
O Labox mantém colaboração estreita com o Laboratório de Metabolismo Energético (E-Lab), do CHOC Children’s Hospital, instituição afiliada à Universidade de Califórnia, desde 2020. “Embora recente, a associação tem se mostrado altamente produtiva e bem-sucedida no fortalecimento da cooperação internacional”, afirma a professora Alexandra Latini, integrante do laboratório. As pesquisas na área contribuem para o fortalecimento do CCB na investigação em nanobiologia, biotecnologia e medicina translacional.