Feira do Livro da UFSC é destaque no início do segundo semestre letivo

11/08/2025 13:37

Feira do Livro da UFSC, de 11 a 14 de agosto, reúne 19 editoras brasileiras no Hall da Reitoria. Fotos: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

No dia em que a UFSC abre o segundo semestre letivo, teve início a Feira do Livro da instituição, um dos eventos literários mais aguardados do calendário acadêmico e o maior de sua história. A abertura foi realizada nesta segunda-feira, 11 de agosto, no hall da Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no campus Trindade, em Florianópolis. A feira continua até o dia 14 de agosto, com entrada gratuita e uma extensa programação que inclui música, teatro, dança, palestras e lançamentos de livros.

Na cerimônia de abertura oficial, estiveram presentes o reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, o diretor da Editora da UFSC (EdUFSC), Nildo Ouriques, e a secretária de Cultura, Arte e Esporte (SeCArte), Eliane Debus. Nildo descreveu o evento como “um ato militante em favor da leitura, da crítica e sobretudo de ampliar o horizonte intelectual dos estudantes e sobretudo da comunidade”. Em sua fala, o diretor ressaltou o “genuíno e autêntico interesse do público no livro”, mesmo diante da percepção de que o livro estaria em baixa. Para ele, o livro é um instrumento fundamental “da cultura e um instrumento de luta política”.

Ouriques também expressou preocupação com a indústria editorial. Como exemplo, citou que, no ano passado, entre os dez livros mais vendidos, estavam “os de colorir para adultos”, o que, em sua visão, evidencia o “tamanho da regressão intelectual e política que nós estamos sofrendo”.

A fala do diretor abordou a relevância crescente do incentivo e do acesso à leitura em um contexto dominado pelas mídias digitais. Nildo criticou a tendência em alguns países periféricos de imitar o acesso irrestrito à internet para crianças. Ele observou que crianças de 5 a 7 anos já manuseiam celulares e “não suportam cinco minutos de solidão com o livro”. Além disso, a juventude que ingressa nas universidades hoje demonstra “uma dificuldade imensa de concentração e de leitura”, acrescentou.

Para o professor Nildo, o livro deixou de ser um artigo de luxo, mas ainda não é visto como um “artigo essencial”. Ele defendeu que “é na solidão do livro que a gente acessa ao mundo”, e não por meio de mídias sociais. A feira é uma “luta cultural, uma batalha das ideias e uma batalha cultural gigantesca para essa atividade que é o livro”, concluiu.

O diretor da EdUFSC, Nildo Ouriques (E), a secretária de Cultura, Artes e Esportes, Eliane Debus e o reitor Irineu Manoel de Souza falaram na abertura oficial da Feira do Livro da UFSC

A secretária de Cultura, Arte e Esporte, Eliane Debus, ressaltou em sua fala a importância da literatura e das iniciativas que promovem o livro como protagonista. Ao refletir sobre os simbolismos do evento, a secretária preferiu se afastar da expressão “cadeia do livro” e em vez disso, evocou o Garapuvu, árvore de crescimento veloz e floração vibrante, como um símbolo para o momento. “Como um Garapuvu majestoso, nos encontraremos aqui nos dias 11 a 14 de agosto, a floração invernal daqueles e daquelas que têm o livro como seu fruto e flor, alimento e sensibilidade”, disse, referindo-se aos escritores, revisores, tradutores, editores, livreiros, leitores e agentes de mediação, como professores e bibliotecários.

Citando Antônio Cândido, Eliane reforçou a ideia de que “se o livro, a literatura, é um direito humano e fortalece a humanidade que habita em nós, encontros como este nos possibilitam exercitar querer estar entre livros e em sociedade”. Ela também trouxe à memória os versos de Camões, afirmando que “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, e que, apesar das transformações tecnológicas, “o livro persiste, o ato de ler persiste”.

A secretária encerrou sua fala com uma homenagem às palavras de Castro Alves: “Ó bendito que semeia livros, livros à mão cheia e manda o povo pensar. O livro, o livro caindo na alma é germe que faz a palma, é chuva que faz o mar”. Por fim, ela reiterou os parabéns à equipe organizadora e ao diretor da editora, celebrando o papel transformador da leitura e da literatura.

O reitor Irineu Manoel de Souza cumprimentou as equipes envolvidas, registrando o trabalho conjunto que tornou possível a realização da Feira. Trata-se de um esforço coletivo de docentes, técnicos-administrativos e representantes de editoras universitárias para fortalecer o intercâmbio cultural e promover a democratização do acesso à leitura, e assinalou também que iniciativas assim “incentivam e trazem os nossos jovens para a leitura”.

O reitor aproveitou a ocasião para situar a Feira no contexto do início do período letivo e de realizações institucionais. Citou “a abertura da emergência pediátrica do HU, agora com atendimento 24 horas”, e, ainda, anunciou que o semestre começa com uma agenda intensa, com o Seminário Estadual Mulheres na Gestão das Instituições Públicas e a Aula Magna sobre direitos humanos e cidadania, com a presença da ministra Macaé Evaristo. Ele frisou a relevância da UFSC para Santa Catarina e para o Brasil, lembrando que, “em qualquer avaliação feita, a nossa universidade aparece como uma das melhores do país e da América Latina”.

Editoras que participam da Feira do Livro oferecem descontos de 50%

O reitor expressou confiança de que a Feira “vai proporcionar a ampliação da qualidade do nosso ensino, da pesquisa e da extensão”, reiterando que a escolha do “primeiro dia de aula” para a abertura foi “muito bem programada”. Reafirmou o compromisso da Reitoria em apoiar integralmente os setores que fortalecem a universidade pública de qualidade.

A Feira do Livro da UFSC reúne, neste ano, 19 editoras renomadas e independentes de todo o Brasil, como UFPR, UFMG, Unesp, Fiocruz, Unicentro, Unifesp, UFABC, Edusp, Eduem, Editus e muitas outras. Os visitantes poderão adquirir livros com descontos de 50% ou mais, consolidando a feira como um evento acessível e inclusivo.

Além da diversidade de títulos, o evento oferece uma programação cultural rica e variada. Entre os destaques estão o espetáculo “Infância”, baseado na obra de Graciliano Ramos, com os atores Ney Piacentini e Alexandre Rosa, e debates sobre literatura e outras artes, como cinema e música. Uma homenagem especial será dedicada ao centenário de Salim Miguel, escritor, jornalista e ex-diretor da EdUFSC, reconhecendo seu legado para a cultura catarinense e nacional.

O primeiro dia da feira começou com a cerimônia oficial às 9h, seguida por apresentações culturais e palestras. Às 12h30, o público será animado pelo grupo Pagode do Aplicação, e, no período da tarde, o tema “Literatura e Cinema” será abordado pelo cineasta Fernando Oriente. O dia encerrará com o lançamento de novos livros às 17h30, consolidando o papel da feira como um espaço de celebração da produção literária.

Mais informações no site https://editora.ufsc.br/ ou no perfil do Instagram @editora.ufsc.

 

Rosiani Bion de Almeida | Secom
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