UFSC realiza audiência pública sobre CSocial, Teletrabalho e Flexibilização da Jornada dos TAEs em 1º de julho
A Pró-Reitoria de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas (Prodegesp) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realiza uma audiência pública na próxima terça-feira, 1º de julho, às 9h, no Auditório da Reitoria, no campus de Florianópolis, no bairro Trindade. O evento representa uma etapa decisiva no processo de definição das políticas institucionais voltadas ao Teletrabalho, à Flexibilização da Jornada de Trabalho e ao Controle Social (CSocial) para registro de frequência dos técnicos-administrativos em Educação (TAEs).
Na ocasião, será apresentado o Relatório que detalha a avaliação de projetos-piloto implementados na UFSC. O documento apresenta uma análise das respostas coletadas de servidores, alunos e comunidade externa, e examina as vantagens e desvantagens percebidas de cada iniciativa, como o impacto na qualidade de vida, produtividade, acessibilidade dos serviços e desafios de comunicação. O relatório também compila sugestões e críticas para o aprimoramento dessas políticas e do sistema Csocial.
A participação ativa dos servidores TAEs e da comunidade universitária é fundamental na audiência pública, pois trata-se de um momento único para que os servidores contribuam diretamente na formulação de políticas que impactam o dia a dia de trabalho na UFSC. O espaço será uma oportunidade de debater, sugerir e fortalecer as propostas que irão nortear a gestão do trabalho técnico-administrativo, garantindo que as decisões reflitam as necessidades reais da categoria.
Após a audiência, o documento será encaminhado para apreciação do Conselho Universitário (CUn), em data a ser definida. Vale lembrar que, antes da audiência, a minuta da Resolução Normativa consolidando as portarias nº 470, 471 e 473 (2023/GR) esteve disponível para consulta pública entre os dias 13 de maio e 15 de junho, garantindo a possibilidade de contribuições prévias da comunidade universitária.
Sobre o Relatório
O relatório, elaborado pela Prodegesp, teve como objetivo apresentar os resultados das avaliações de três projetos-piloto e do sistema Csocial, introduzidos na Universidade a partir de 31 de março de 2023 e já implantados em todos os setores. A coleta de informações foi realizada por meio de um questionário divulgado à comunidade universitária entre outubro e dezembro de 2024, e todo o processo foi orientado e acompanhado pela Comissão Permanente de Acompanhamento e Implementação do Teletrabalho e Ampliação do Atendimento com Flexibilização da Jornada de Trabalho (CPTeleFlex).
A avaliação contou com a participação de 574 respondentes, sendo a maioria composta por técnico-administrativos (TAE) com 371 respostas (55,2%), seguidos por docentes com 152 respostas (26,5%), alunos (graduação e pós-graduação) com 100 respostas (17,4%), e a comunidade externa com cinco respostas (1%). A vasta maioria dos respondentes (69,2%) afirmou utilizar o setor avaliado frequentemente, e os canais de atendimento mais utilizados foram e-mail (92,8%), atendimento presencial (73,5%) e telefone (64,9%).
No que tange ao conhecimento geral dos projetos-piloto, 73,3% dos respondentes já tinham ciência sobre as iniciativas de teletrabalho e flexibilização da jornada. Em termos de percepção sobre disponibilidade, acesso, qualidade e tempo de espera, os resultados foram variados: 59,1% dos respondentes relataram uma melhoria na disponibilidade ou facilidade de acesso aos serviços e servidores TAEs, enquanto 22,7% perceberam uma piora. Similarmente, 58,2% notaram melhora na facilidade de contato e 57,3% perceberam uma melhoria na qualidade dos serviços prestados, embora para 19,6% a qualidade tenha piorado. Em relação ao tempo de espera, 51,6% observaram uma redução no tempo de espera para a resolução de demandas, mas para 21,9%, o tempo de espera aumentou.
As vantagens da ampliação do atendimento com flexibilização da jornada de trabalho mais citadas foram o maior equilíbrio entre a vida profissional e pessoal dos servidores (66,1%), melhor atendimento ao público (55,4%), aumento da produtividade (50,2%) e redução de aglomerações e filas (40,5%). 37,8% dos respondentes não apontaram desvantagens. Entre as desvantagens mencionadas, destacam-se o impacto na integração dos servidores (30,4%) e problemas de coordenação e comunicação interna (25%).
Quanto às vantagens do teletrabalho, as mais apontadas foram a maior flexibilidade para os servidores (72,7%), a redução da necessidade de deslocamento (72,6%), a economia de recursos públicos (59,7%), a contribuição para a sustentabilidade (54,9%) e o menor desgaste físico e mental (51,6%). Assim como na flexibilização, 37,8% dos respondentes não identificaram desvantagens no teletrabalho. As principais desvantagens percebidas foram isolamento social e perda de integração (39,1%), dificuldade de supervisão e controle (28,1%) e problemas de comunicação (28%).
No que se refere ao sistema CSocial, 62,3% dos respondentes conheciam a sua área pública, e 59,7% o consideraram uma ferramenta adequada para o controle de frequência e assiduidade dos servidores TAEs da UFSC.
O relatório destaca uma divergência significativa nas percepções entre servidores técnico-administrativos (TAEs) e docentes em relação aos projetos-piloto. Para os servidores técnico-administrativos (TAE), a ampla maioria (78,86%) usa o setor frequentemente e 93,69% já tinham conhecimento sobre os projetos-piloto. A vasta maioria dos TAEs relatou melhora na disponibilidade/facilidade de acesso (79,81%), contato (77,61%), qualidade dos serviços (77,61%) e diminuição no tempo de espera (68,46%). As principais vantagens da flexibilização da jornada, segundo os TAEs, foram o maior equilíbrio entre vida profissional e pessoal (83,91%) e a melhoria no atendimento ao público (75,71%), sendo que para 53,63% deles, não há desvantagens na flexibilização. No teletrabalho, as vantagens mais citadas pelos TAEs foram a redução da necessidade de deslocamento (85,80%) e a maior flexibilidade (83,60%), e para 42,27% deles, não houve desvantagens. Em relação ao CSocial, a maioria dos TAEs (89,91%) conhecia a área pública do sistema e 90,16% a consideraram uma ferramenta adequada.
Em contrapartida, para os servidores docentes, embora 74,34% utilizem o setor frequentemente, apenas 63,16% já tinham conhecimento sobre os projetos-piloto. A maioria dos docentes relatou piora na disponibilidade/facilidade de acesso (67,1%), contato (63,82%) e qualidade dos serviços (57,89%). Além disso, 61,19% dos docentes perceberam que o tempo de espera aumentou. A principal percepção dos docentes em relação à flexibilização da jornada foi a ausência de aspectos vantajosos (44,74%), com as desvantagens mais citadas sendo problemas de coordenação e comunicação interna (58,55%) e dificuldade em garantir a qualidade do atendimento (50,66%). Para o teletrabalho, as vantagens mais citadas pelos docentes foram a redução da necessidade de deslocamento (50,66%) e maior flexibilidade (49,34%). No entanto, as principais desvantagens do teletrabalho para eles foram a dificuldade de supervisão e controle (68,42%), os desafios para atividades que exigem presença física (67,76%) e problemas de comunicação (67,76%). Embora 63,82% dos docentes conhecessem a área pública do CSocial, apenas 17,76% afirmaram que seus setores disponibilizam o link do sistema, e 48,68% declararam desconhecer a existência da área pública do CSocial ao buscar informações; para os docentes, 50,77% consideram o CSocial adequado.
As sugestões e críticas qualitativas apresentadas no relatório enriquecem a análise. Em relação ao teletrabalho, os pontos positivos destacaram o aprimoramento da qualidade de vida (pessoal e profissional), o apoio ao desempenho das funções, a otimização de processos, a redução de custos institucionais e o aumento da produtividade e satisfação dos servidores. Os pontos negativos incluíram a dificuldade na integração e comprometimento dos servidores, o impacto negativo na interação entre servidores e no atendimento presencial, e a ineficácia no controle da frequência e do desempenho.
Para a ampliação do atendimento com flexibilização de jornada, os pontos positivos englobaram o aumento da disponibilidade de atendimento presencial aos usuários, a melhoria na qualidade de vida dos servidores que aderiram e a promoção de um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo. Contudo, os pontos negativos apontaram para a falta de funcionários em determinados horários, reclamações de usuários sobre a falta de resolução no atendimento pelo servidor presente e a necessidade de aprimorar a organização e integração entre os dois turnos.
Finalmente, o sistema CSocial recebeu pontos positivos como o reforço na confiança entre a administração e a comunidade acadêmica, o estímulo a um ambiente mais participativo e colaborativo, a otimização dos serviços prestados e o maior incentivo à responsabilidade dos servidores. Os pontos negativos abordaram a necessidade de reformulação das normativas para adequá-las às atualizações do sistema, problemas relacionados ao gerenciamento e à eficácia do sistema atual e desafios na fiscalização e no controle de frequência.