Laboratório traz novas possibilidades de pesquisa naval e aérea na UFSC Joinville

07/05/2025 19:01

Que tipo de arrasto provoca o vento em um carro em movimento? Como um barco rebocador enfrenta a resistência a seu avanço na água? Ou ainda: como dutos de plataformas de petróleo podem resistir melhor ao vaivém do mar? Perguntas que a ciência produzida no Campus de Joinville da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) pode melhor responder desde a entrada em operação dos novos equipamentos do Laboratório de Interação Fluido-Estrutura (LIFE-Multiusuário). O evento que marcou o início oficial das atividades ocorreu na tarde desta quarta-feira, 7 de maio.

O LIFE está equipado com túnel de vento, que simula o escoamento de ar a até 120 km/h, e canal de água circulante, que pode testar diferentes interações entre objetos e o líquido. “A gente pode fazer o que quiser aqui. É só imaginar”, resume o mestrando Rafael D’Amaro Chiara, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciências Mecânicas, da UFSC Joinville. Rafael e outros colegas estão imaginando o seguinte: uma estação meteorológica de baixíssimo custo que pode flutuar no mar (ou rio ou lagoa) sem a necessidade de recarregar baterias, abastecida de energia proveniente da deformação que o material sofre com o movimento da água.

Isabela Bianchi Pizzani, do Curso de Engenharia Naval da UFSC Joinville, explica o funcionamento do canal de água circulante ao colega. Foto: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

“O estudante é quem traz novas ideias. É quem faz a inovação acontecer na prática”, disse em seu discurso o professor Irineu Manoel de Souza, reitor da UFSC, durante o evento no LIFE, na tarde de quarta-feira. Ele destacava o fato de o laboratório estar repleto de estudantes, muitos uniformizados, para a cerimônia. Além deles, técnicos-administrativos em educação e pesquisadores acompanharam as falas e o descerramentos das placas.

Fapesc investiu R$ 2,2 milhões no LIFE

Pouco depois das 15h, com o início da cerimônia, o primeiro a discursar foi o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), Fábio Wagner Pinto. A fundação destinou, no âmbito do programa MultiLab SC, um investimento de R$ 2,2 milhões para a modernização do LIFE. O presidente da Fapesc, egresso da Engenharia da UFSC, também ressaltou o fato de o laboratório estar repleto de estudantes. Ele comentou que a Universidade é a maior captadora de recursos junto à fundação – quase 50% da verba de fomento da Fapesc é investida em projetos de egressos, de estudantes ou de pesquisadores da UFSC.

Na sequência, falou o secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação de Joinville, William Escher, que destacou o alinhamento do trabalho no LIFE com a matriz econômica do município. “É oportunidade de resolver problemas para muitas empresas da cidade”, observou. O diretor-presidente do Perini Business Park (onde está instalado o Campus de Joinville), Marcelo Hack, comentou que o laboratório é um exemplo da “materialização do que podem fazer juntos o poder público e a iniciativa privada”.

Reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza; presidente da Fapesc, Fábio Wagner Pinto; e coordenador do LIFE, André Luís Condino Fujarra, cortam a fita que marca o início da operação do canal de água circulante (ao fundo). Foto: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

O professor William Gerson Matias, que representou o pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UFSC, Jacques Mick, ressaltou o aspecto de o LIFE ser um laboratório multiusuário. O diretor do Campus de Joinville, Diego Santos Greff, fez uma aposta no futuro: “os alunos daqui passarão a ser lembrados mundo afora, por tudo que ainda será realizado por esse grupo de pesquisa”.

Professor detalha como são feitas as pesquisas 

Por último, falou o professor André Luís Condino Fujarra, coordenador do LIFE. Ele comparou o local a uma casa que recebe visitantes, agradecendo a todos da equipe que se esforçaram por contribuir com a promoção da cerimônia. Por alguns minutos, o professor explicou como são feitas as pesquisas do laboratório. Em uma sala com impressoras 3D, é possível produzir modelos de vários objetos, cujas interações com fluidos (água ou ar) serão testadas ou nos túneis de vento ou nos canais de água circulante. Segundo o professor, há mais de R$ 20 milhões em equipamentos investidos no LIFE.

Às 15h54, as autoridades descerraram duas placas: uma que marca o início das atividades atuais do laboratório e outra que reconhece os esforços levados a cabo pela gestão anterior para o momento pelo qual passa o equipamento. Depois, todos os presentes foram chamados para ajudar a desfazer o laço da fita que dava acesso aos maiores túnel de vento e canal de água circulante.

Rafael D’Amaro Chiara, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciências Mecânicas, da UFSC Joinville. Foto: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

O professor André Fujarra sugeria que os presentes procurassem um dos estudantes para tirar dúvidas sobre os equipamentos. A graduanda Isabela Bianchi Pizzani, do Curso de Engenharia Naval da UFSC Joinville, era uma da uniformizadas. Apesar de estar só no segundo ano, não deixou de ensinar os colegas. “Vocês ainda vão ver isso na aula”, dizia a dois novatos curiosos que acompanhavam a fala de Isabela sobre o canal de água circulante. Não há dúvidas de quem mais ganha com os equipamentos do LIFE.

 

 

 

 

 

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