Pós-doutorando é selecionado pela segunda vez para encontro com Prêmios Nobel

Domingos Lusitaneo Pier Macuvele desenvolve suas pesquisas no Laboratório de Materiais e Computação Científica. Foto: arquivo pessoal
O pós-doutorando Domingos Lusitaneo Pier Macuvele, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi um dos 611 jovens cientistas selecionados para participar do 71º Lindau Nobel Laureate Meeting. O evento, programado para ocorrer de 26 de junho a 1º de julho na cidade de Lindau, na Alemanha, reunirá os mais promissores pesquisadores do mundo e vencedores do Prêmio Nobel.
Esta é a segunda vez que Domingos é selecionado para o encontro. Contudo, a edição anterior, de 2020, para a qual foi convidado, acabou ocorrendo de maneira virtual, em função da pandemia de covid-19.
“Nem nos meus maiores sonhos eu poderia imaginar que um dia participaria de um evento como este que reúne cerca de 70 vencedores do prêmio Nobel (Física, Química e Fisiologia/Medicina) e estar entre os jovens cientistas mais brilhantes do planeta. É uma honra e tanto. Essa conquista é como se fosse o resumo de tudo que já fiz academicamente até agora”, afirmou o pesquisador em entrevista para a Agecom/UFSC em 2020, após o anúncio da seleção anterior.
Moçambicano, Domingos vem de uma família com 14 membros – um pai, duas mães e dez irmãos – e foi o primeiro a entrar no ensino superior. Sobreviveu a uma guerra civil que durou cerca de 16 anos (1976-1992) e enfrentou uma série de dificuldades para seguir com os estudos. “Naquele tempo as escolas eram muito precárias. Só para ter uma ideia, algumas turmas estudavam embaixo das árvores, salas não tinham carteira, e os alunos sentavam no chão. Entrei no ensino secundário em 2000, a escola distava cerca de uma hora caminhando muito rápido”, relata. Entrou na universidade com auxílio de um amigo, que ofereceu exames anteriores, livro e uma dedicatória de incentivo.
O encorajamento do amigo deu certo. Domingos se graduou em Química pela Universidade Pedagógica de Moçambique, fez mestrado em Química e Biotecnologia pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e doutorado em Engenharia Química pela UFSC. Atualmente, realiza pós-doutorado no Laboratório de Materiais e Computação Científica, do Departamento de Engenharia Química e de Alimentos. Também atua como professor na Universidade Rovuma – Extensão de Niassa, de Moçambique.
Pesquisas com aplicações biomédicas e ambientais
O jovem cientista está envolvido na síntese de materiais para aplicações biomédicas e ambientais. A vertente ambiental envolve pesquisas sobre nanoestruturas para remoção de contaminantes emergentes em meio aquoso. Entre esses contaminantes, incluem-se pesticidas, fármacos e microplásticos – substâncias que no passado não eram consideradas contaminantes.
Já o trabalho com aplicações biomédicas tem como objetivo melhorar as propriedades de um polímero usado na produção de componentes de próteses para substituição total ou parcial de articulações. “No doutorado tivemos resultados muito promissores e agora no pós-doutorado estamos melhorando o material e realizando alguns ensaios biológicos que não foram realizados durante o doutorado”, explica. “Desde cedo sempre tive essa vontade de ajudar a humanidade a resolver vários problemas de saúde. Outra inspiração dessa componente biomédica surgiu das práticas das comunidades, como o uso de plantas ou argilas para aliviar a dor”, complementa.
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