Game desenvolvido pelo DesignLab ajuda a combater sedentarismo entre trabalhadores da indústria

05/03/2021 16:37

Um aplicativo de celular para incentivar a prática constante de exercícios físicos e melhorar a qualidade de vida do trabalhador. Este é o game Desafio Saúde criado pelo DesignLab, laboratório da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), para o Serviço Social da Indústria (Sesi/SC). Elaborado em parceria com o Centro de Inovação Sesi em Tecnologias para Saúde, o game foi desenvolvido ao longo de um ano e concluído em 2019. Hoje já circula por aparelhos de trabalhadores de indústrias vinculadas a Sesis de diferentes regiões do país.

O desenvolvimento do projeto de extensão contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu). “A Fapeu participou dando suporte administrativo para que a gente pudesse contratar as pessoas, contratar as empresas que seriam necessárias para, em parceria com o DesignLab, tocar o desenvolvimento do game”, explica o professor Milton Luiz Horn Vieira, coordenador do trabalho e do DesignLab, unidade vinculada aos programa de graduação e pós-graduação em Design da UFSC.

O game em versão mobile para os sistemas operacionais Android e iOS foi desenvolvido para a plataforma Guidoo, onde o Sesi mantinha o formato inicial criado para computadores. O desafio foi converter o jogo para um dispositivo móvel a partir das especificações e expectativas apresentadas pelo Sesi. “O que nós fizemos foi trazer esse game para o celular, com todos os estudos necessários para que ele atendesse ao usuário final. Foram feitas reuniões, ensaios, testes pra ver se atingia os objetivos e houve a necessidade de fazer adaptações para que ele pudesse realmente ter um resultado melhor”, lembra o professor Milton Vieira.

O game é utilizado pelos professores de Educação Física que vão às indústrias ministrar aulas de ginástica laboral. Após realizados os exercícios nas empresas, os trabalhadores recebem metas para desenvolver ao longo da semana até a próxima ginástica laboral. As metas vão sendo acompanhadas pelos orientadores, e os alunos recebem pontuações e benefícios conforme atingem os objetivos. “O game vai fazendo o meio de campo entre o professor e o aluno de uma ginástica laboral a outra”, acrescenta o coordenador.

Coletivo

Diferentemente de outros games de computador, que podem levar o trabalhador a ficar praticamente parado, sentado, este é extremamente oposto: visa não deixar o usuário parado. No aplicativo, o trabalhador insere dados de estilo de vida e recebe dicas, desafios e informações de saúde para alcançar o bem-estar e reduzir o sedentarismo. “O aluno vai executar desafios que o celular vai passar pra ele. O desafio pode ser uma caminhada de 10 minutos, subir e descer escadas, não ficar parado, fazer respiração por um minuto e meio e assim vai”, explica o professor Vieira. “Então a pessoa vai fazendo os exercícios, se filmando ou se fotografando pra constatar que realmente essas metas foram atingidas. E o profissional da saúde é que vai pontuando esses exercícios. Ou seja, ele tem que fazer exercícios fora do horário tradicional que é feito dentro da empresa, na ginástica laboral, pra continuar se mantendo saudável. Não pode ficar parado”, detalha Vieira.

Em setembro de 2019, o aplicativo foi lançado pelo Sesi nacional. “É um game sobre boas práticas de saúde. Você tem metas para executar após os exercícios realizados durante o treinamento feito com os profissionais de saúde do Sesi. Ele tenta acompanhar o usuário durante a semana, criando pontuações e desafios entre outros participantes desse mesmo treinamento feito pelo Sesi”, detalha o coordenador do projeto.

Para as indústrias que adotam a plataforma, as informações fornecidas pelo trabalhador no aplicativo, respeitando o anonimato dos usuários, são fundamentais para a tomada de decisões sobre programas coletivos de promoção à saúde. E na pandemia da Covid-19, quando as atividades laborais em grupos foram prejudicadas pela necessidade de afastamento social, o game foi uma alternativa para manter os trabalhadores em atividades físicas e distantes do sedentarismo nas horas de folga.

“O aplicativo pode ter ajudado as empresas, agora, nesta época de pandemia, porque elas estão acompanhando e mandando desafios para o funcionário que está em home office seguir executando seus exercícios”, acredita o professor Milton Vieira.

*Esta reportagem integra a 12ª edição da Revista da Fapeu, que pode ser acessada na íntegra em https://is.gd/I37SH3/Fapeu

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