‘Projeto Releituras – Livro Acessível’ é contemplado em edital de estímulo ao empreendedorismo

28/12/2020 16:35

O Projeto Releituras – Livro Acessível foi um dos contemplados no Programa Centelha 2020, iniciativa de estímulo ao empreendedorismo que oferece capacitações, recursos financeiros e suporte para transformar ideias em negócios de sucesso. O Releituras manterá seu caráter social e sem fins lucrativos, assim como seu trabalho de produção e fornecimento de audiolivros acessíveis para pessoas com dificuldades de leitura de material impresso (cegas, idosas, com baixa visão, com limitações cognitivas ou sensoriais, etc). Uma startup, contudo, passa a ser sua parceira incentivadora.

A estudante de Letras – Português da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Maria de Fátima Medeiros e Silva, criadora do Projeto Releituras, explica que a empresa VI Mídia – Voz Inclusiva foi criada em novembro como parte das atividades do Programa Centelha. Definida como produtora de soluções de áudio – audiolivros, podcasts e vinhetas, entre outros – para os setores de educação, indústria e comércio, a startup tem a proposta de promover acessibilidade informacional e receberá, por um ano, mentoria de profissionais da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc).

O Programa Centelha é promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap). É operado pela Fundação Certi e, em Santa Catarina, executado pela Fapesc.

Releituras

Releituras é um projeto de voluntariado criado em 2017 e que, desde então, recebeu diversos reconhecimentos e premiações, como o Prêmio Acessibilidade Instituto Guga Kuerten (IGK 2018), e foi selecionado em programas de incubação, como Instituto Nexxera, Cocreation Lab e Impact Hub. Antes da pandemia de Covid-19, eram ministradas oficinas de preparação para voluntários na Biblioteca Universitária da UFSC, entre outros locais, e realizadas gravações no Laboratório de Radiojornalismo da Universidade. Atualmente, os voluntários gravam os áudios em suas casas, com os próprios smartphones. “Durante a pandemia o projeto não parou de produzir , e deu até ‘cria’”, comenta Maria de Fátima.

Em agosto, foi lançada a Rádio Projeto Releituras, uma rádio on-line cuja programação inclui livros, contos, crônicas e podcasts. Aos sábados, são homenageados grandes nomes da música popular brasileira, como Pixinguinha, Cartola, Elizeth Cardoso, Chiquinha Gonzaga, entre outros. 

Ao longo do ano, também foram promovidas uma série de lives com pessoas print disabled (com dificuldades de ler materiais impressos por limitações físicas, cognitivas ou sensoriais) e com profissionais especialistas nas áreas de  acessibilidade e inclusão social, como psicólogos, pedagogos e fonoaudiólogos. Maria de Fátima conta que alguns dos participantes “estavam em depressão e depois da entrevista se transformaram até em youtubers, outros contribuíram imensamente para a divulgação da necessidade do olhar para a acessibilidade informacional”.

“O fato de conseguirmos trabalhar de maneira remota foi, para nós, administradores do projeto, e para os voluntários, muito gratificante. A leitura dos livros evitou que muitos voluntários se sentisse sozinhos, ou fossem pegos de surpresa pela depressão. A produção não parou, muito pelo contrário, aumentou; não paramos um só dia”, complementa a criadora e coordenadora do projeto.

Atualmente o Releituras está em busca de parcerias com coordenadorias de cursos de graduação da Universidade, para que estudantes possam produzir materiais acessíveis para serem disponibilizados na rádio on-line, bem como a utilizem para atividades curriculares ou estágios. “O Projeto Releituras quer estar cada vez mais ligado aos alunos da UFSC e à comunidade, incentivando o voluntariado e a produção de material acessível, que, devido à pandemia, passou a ser essencial não só para alunos com limitações de leitura, mas para todos os alunos da rede pública de ensino”, destaca Maria de Fátima.

Mais informações podem ser obtidas nos sites do projeto, da rádio e pelas redes sociais (Facebook, Instagram e Youtube).

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