Equipes do HU/UFSC realizam exames e cuidados especiais no combate à surdez
Dez de novembro é o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, data dedicada à luta pela educação, conscientização e prevenção para os problemas advindos da surdez. A população brasileira tem aproximadamente 5,8 milhões de pessoas com algum grau de surdez. No Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago da Universidade Federal de Santa Catarina (HU/UFSC), um dos primeiros cuidados que o recém-nascido recebe é o teste da orelhinha (triagem auditiva neonatal), um exame feito para detectar se o recém-nascido tem algum problema de audição.
Após a sua realização, caso haja falha no teste, é possível iniciar o diagnóstico e ainda a reabilitação auditiva. É lei federal desde 2010, embora no HU seja feito desde 2004 nos bebês que nascem na maternidade do hospital, onde são realizados cerca de 240 exames de triagem auditiva por mês entre os realizados ainda na maternidade e os retornos, quando indicados.
A importância da realização dessa triagem é que ela é uma forma de proteger e impedir que a criança sofra os efeitos provocados pela deficiência auditiva no desenvolvimento da linguagem. A prevalência da deficiência auditiva é 20 vezes maior que outras doenças, como a fenilcetonúria (diagnosticado pelo teste do pezinho) ou hipotireoidismo, e seu custo dez vezes menor que para outras doenças.
Dependendo do resultado da triagem auditiva neonatal nas duas avaliações preconizadas pelo Ministério da Saúde (Emissões Otoacústicas Transientes e Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico), o bebê é encaminhado para realizar o diagnóstico em um dos Serviços Ambulatoriais de Saúde Auditiva (SASA) habilitados do Estado. O encaminhamento entregue à família deve ser levado na policlínica central de seu município, no caso da Grande Florianópolis.
Uma vez que o bebê é atendido no SASA, lá será feito o diagnóstico com uma equipe multidisciplinar. A seleção e indicação da prótese auditiva mais indicada para cada tipo e grau de perda auditiva e a terapia fonoaudiológica é recomendada.
Nos casos em que a criança tem perda auditiva de grau severo/profundo nos dois ouvidos e que o uso das próteses auditivas foi insuficiente, então a indicação da cirurgia de implante coclear é considerada e o SASA faz a indicação para o Serviço Hospitalar de Saúde Auditiva (SHSA). Em Santa Catarina, somente o HU é habilitado para realização desse procedimento pelo SUS desde 2011.
Após a avaliação com a equipe multidisciplinar (médico otorrino, fonoaudiólogo, assistente social e psicólogo), análise de exames de imagem e laboratoriais e vacinas, o médico faz ou não a indicação para a cirurgia de implante coclear e o paciente entra em uma fila administrada pela Secretaria Estadual de Saúde de Santa Catarina.
O HU realiza três cirurgias por mês, uma bilateral e uma unilateral. Crianças de até três anos e 11 meses na data da cirurgia e casos de meningite recente têm prioridade. Desde que o HU foi habilitado, 204 pacientes fizeram a cirurgia de implante coclear, sendo um total de 247 cirurgias realizadas.
Ainda sobre saúde auditiva e próteses auditivas indicadas para a reabilitação auditiva, em 2018 o HU recebeu um recredenciamento para a Portaria 2.161 de 18 de dezembro de 2014 e passou a fazer a indicação de Próteses Auditivas Ancoradas no Osso.
Texto: Unidade de Comunicação Social do HU/UFSC