Resíduos recicláveis do HU contribuem com sustento de famílias catarinenses

02/06/2020 12:26

Catadores realizam coleta de resíduos recicláveis no HU-UFSC. Foto: Nick Bokeko

Resíduos recicláveis do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) contribuem para sustento de quase 20 famílias. De acordo com o administrador Nick Bokeko, do Setor de Hotelaria do HU, atual fiscal técnico dos contratos de manejo de resíduos sólidos do hospital, existe todo um fluxo de destinação dos resíduos produzidos no dia a dia. “O aproveitamento e descarte correto dos resíduos beneficia o hospital, as famílias de recicladores e o meio ambiente”, explicou.

Segundo ele, o hospital tem parceria com a Associação de Recicladores Esperança (Aresp), que fica na comunidade do Monte Cristo, Florianópolis. Periodicamente, eles recolhem o material – papel, plástico, papelão e outros itens recicláveis. “Tive a oportunidade de visitar a Aresp e conhecer de perto o trabalho incrível que eles fazem. Cada vez que a gente joga o nosso lixo no recipiente correto, estamos gerando trabalho e renda para pessoas que realmente precisam”, disse.

A coleta seletiva já existe na UFSC, mas foi reforçada dentro da estrutura do hospital e atende a uma exigência do Decreto nº 5940/2006, que estabelece que todas as instituições públicas têm de destinar resíduos recicláveis a cooperativas de catadores. Desta forma, a coleta seletiva de resíduos cumpre uma função legal, além de trazer benefícios ambientais e sociais.

O lixo produzido na rotina no HU/UFSC representa pouco no local de trabalho, mas tem um peso muito grande no sustento das famílias envolvidas, segundo lembra o jovem Bruno Roni Branco Antunes, que sustenta sua família – filho e esposa – com o que ganha na Aresp.

“A gente ganha por produção, então quanto mais lixo reciclável a gente levar, melhor para todas as famílias porque no final de quinze dias é feita uma partilha e é disso que a gente vive agora”, explicou Bruno, lembrando que, nesta época de pandemia, o material reciclado do Hospital Universitário é ainda mais importante para essas famílias. “Agora, as empresas deram uma parada e, por isso, o papelão e o papel aqui do HU é o que está fazendo a diferença”, informam os associados da cooperativa, Carlos Alberto Rosa e Edson Camargo da Silva.

“Esse trabalho faz muita diferença na vida de muitas famílias. A gente vê muitas pessoas que, como nós, dependem disso aqui”, afirmou Edson, pai de três filhos e que viu na reciclagem de lixo uma forma de sobrevivência. Segundo ele, o que ajuda muito é quando o material chega já selecionado. “Tem muitos casos de resto de comida com papel e isso atrapalha”, explicou.

No HU, são produzidos cerca de 35 toneladas de lixo por mês, sendo que metade é lixo comum (aí entram restos de comida, papel molhado, papel toalha e outros) e o reciclável representa aproximadamente 8% do total. A ideia, segundo Nick Bokeko, é alterar esta balança, reduzindo o lixo comum e aumentando o lixo reciclável. Isso pode ser feito na hora do descarte.

Todo o material que é jogado fora no HU é recolhido em contentores e levado para a área de transbordo, onde cada tipo de lixo – infectante, químico, reciclável, orgânico e comum – tem sua destinação correta. É dali que saem as cerca de 2,5 toneladas mensais de resíduos recicláveis que geram renda para famílias de catadores de Florianópolis.

Texto: Com informações da Unidade de Comunicação Social HU/UFSC

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