Professores analisam mudanças nos critérios da avaliação quadrienal da CAPES

20/02/2020 08:47

A relevância econômica e social dos cursos de pós-graduação no Brasil e seus impactos no desenvolvimento regional e nacional vão ter maior importância nas futuras avaliações da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Estes critérios se juntam a outros – como internacionalização da pesquisa e produção qualificada – que ganharam destaque no novo modelo multidimensional de avaliação, a ser implementado no próximo período de avaliação.

Para discutir as mudanças com docentes que atuam no Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais (PPGMAT), o coordenador da área de Materiais na CAPES, Antonio Eduardo Martinelli,  veio à UFSC no dia 18 de fevereiro, quando também participou da banca de defesa de tese de Nicolás Ignacio Araya Rivera

Professores João Batista Rodrigues Neto, Guilherme Barra, Antônio Martinelli e Aloísio Klein, em reunião no LabMat. Foto: Gabriel Araújo/Mestrando do LabMat

“A CAPES promoveu a formação de Grupos de Trabalho que estudaram aspectos básicos da avaliação tridimensional e todos estão disponíveis para consulta, disse o docente titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Houve consenso no entendimento que os programas de pós-graduação das universidades devem adotar procedimentos de autoavaliação. “Essa autoavaliação serviria para avaliarmos como melhorar os nossos cursos, e ir nos aprimorando em função dos resultados”, explica o professor Aloisio Nelmo Klein, coordenador do Laboratório de Materiais (LabMat) e docente do PPGMAT. “Precisamos transferir mais tecnologia para a sociedade.”

Isso aumentaria o impacto econômico-social da formação de mestres e doutores, mas há outros indicadores adotados no novo modelo de avaliação da CAPES, inspirado no sistema europeu U-Multirank. Entre eles, figura a produção qualificada, que, em linhas gerais, consiste em observar menos a quantidade e mais a qualidade dos artigos publicados e o fator de impacto do periódico científico no qual eles aparecem, por exemplo.

Outra novidade do modelo de avaliação é valorizar o “protagonismo discente”, resumido por Martinelli como “aliar a boa formação do aluno com sua presença entre autores de publicações científicas e produtos técnicos, preferencialmente de alcance internacional”. A internacionalização abrange ainda disciplinas ministradas em inglês e até a disponibilização de dissertações e teses neste idioma. “Antes elas iam parar em estantes; hoje vão para repositórios eletrônicos e estão acessíveis ao mundo todo”, complementa o professor.

A CAPES planeja implementar o modelo de multidimensionalidade de avaliação já no próximo quadriênio, que tem início em 2021. A última avaliação quadrienal ocorreu em 2017, e analisou o desempenho e resultados obtidos pelos cursos no período de 2013 a 2016. Ambos os programas do Departamento de Engenharia Mecânica foram considerados de “excelência internacional”: o PPGMAT obteve nota máxima, 7, e o Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica, nota 6.

Heloisa Dallanhol/Divulgação EMC-UFSC

 

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