Teatro da UFSC recebe ‘Habite-me’, espetáculo de formas animadas neste sábado

27/09/2019 17:00

O Teatro da UFSC recebe “Habite-me”, dia 28 de setembro, sábado, às 20h, gratuito e aberto à comunidade. Co-produção de Cia. do Brasil e do Canadá, o espetáculo de teatro de formas animadas, máscaras e dança, mescla corpo vivo e corpos inanimados que se habitam na busca de uma completude insólita e labiríntica. Trabalho solo da atriz Carolina Garcia, com direção de Paulo Balardim. A apresentação integra a Mostra Oficial do Floripa Teatro – 24º Festival Isnard Azevedo, realizado em parcerias com instituições e espaços culturais da cidade. A apresentação na Universidade tem parceria com o Departamento Artístico Cultural (DAC)/SeCArte).

Projeto com parceria internacional

Mulher com Criança “Habite-me”. Foto: Paulo Balardim

O trabalho iniciou por meio de um programa-piloto de pesquisa e criação para atores-animadores profissionais do Québec (Canadá) e do Brasil, numa parceria entre Conseil des Arts de Montréal (CAM), Festival Casteliers e l’arrondissement d’Outremont em colaboração com o Espaço de Residência Artística Vale Arvoredo (Morro Reuter/RS). O projeto de Carolina Garcia, contemplado nesse programa-piloto, começou em Québec, em janeiro de 2017, ocasião em que a ele somaram-se as participações de Émilie Racine, artista plástica e marionetista, Laurence Castonguay, especialista em mimo corpóreo e professora da Université du Québec à Montréal (UQÀM), e Paulo Balardim, diretor e professor da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).

No decorrer de 2017, a pesquisa aprofundou-se, e, em janeiro de 2018, foi iniciada a construção do espetáculo, com nova parceria internacional que propiciou a vinda das artistas canadenses para o Brasil. Nessa altura, novos artistas foram incorporados ao processo: a pesquisa de objetos para a ação, do artista plástico Élcio Rossini (Porto Alegre/RS) contribuiu com a presença de infláveis que possibilitaram novos signos à cena; com músicas originais de Tuur Forizoone (Bruxelas/Bélgica) os figurinos de Cristina Lisot (Caxias do Sul/RS) colaboraram para a unidade do conjunto.
O espetáculo realizou residência no Festival de Máscaras do Cariri/Ceará, fazendo uma residência de sete dias unindo os profissionais do Brasil e do Canadá, com uma apresentação aberta ao público. Em 2019, em maio, realizou uma apresentação no Encontro PROVOCAÇÃO no CEART-UDESC/SC); em agosto, fez temporada do SESC Copacabana, no Rio de Janeiro.

Sinopse
Conduzido por um fio narrativo musical, a dramaturgia é dividida em três quadros, nos quais o texto emana dos movimentos da atriz. Os elementos de cena almejam estimular o espectador a sentir e encontrar sentidos na cadeia de personagens que surgem e se desfazem de um quadro a outro, intercalados por um espaço moldável pelo ar, por meio de infláveis, numa alusão à efemeridade do tempo que nos absorve e à inconstância da matéria. No primeiro quadro, os enamorados, o relacionamento de um casal de idosos que encontram o valor duradouro do amor mesmo que tenham consciência da brevidade da vida. A solidão, o amor, a memória e a reflexão sobre o passado são tônicas da cena. No segundo, o eterno retorno, o ciclo que nos faz passar de um estado/condição a outro, a volatilidade do tempo e nossa perplexidade diante do inevitável. No terceiro quadro, o inocente, a liberdade, o sonho e a esperança que nos inspiram com o surgimento do novo, em contraponto com os medos e dúvidas que eles nos geram.

Realidade em transformação

O espetáculo opera num universo de imagens que oscilam entre a atriz marionetizada e o boneco animado num espaço disforme e maleável, como uma realidade em constante transformação. Habitar confunde-se com ser habitado. O receptáculo é o corpo humano, investido de máscaras e bonecos que, por meio das relações entre esses elementos com o espaço, com a luz e a música, percorre o tema da habitação e angaria um sentido onírico e metafísico, ao associar-se com a vida e com a morte bem como com a sensação de pertencimento que nos preenche quando encontramos sentido em algo que nos completa.

Depoimentos
“A beleza do espetáculo consiste na ruptura desta fina barreira entre móvel e imóvel, entre vivo e morto. A beleza de poder ver vida onde acreditamos que não deveria haver”. (Eduardo Nunes – cineasta)
“Habite-me’ nos oferece abrigo, em meio a esta tormenta que está aí, propalada aos quatros ventos, nos angustiando dia após dia.” (Sandro Mello – dramaturgo, diretor e ator)
“Habite-me’ é uma obra imagética, que através do abstrato que é palpável, nos dá a verdadeira dimensão de uma ética que tem que ser cultuada e colocada em prática, mesmo com a morte e a brevidade das coisas nos desafiando. É um espetáculo necessário!” (Francis Fachetti – coreógrafo, bailarino e crítico)
“Carolina Garcia, em sua grandeza poética, usa a linguagem como meio de estabelecer no seu exercício a significação e a perversão da realidade. Vida para além da morte / morte para além da vida. Virtuose, construção física e espacial delicada e potente. uma joia”. (Ricardo Santos – diretor e ator)

Ficha Técnica
Atuação e Pesquisa: Carolna Garica Marques
Direção e Dramaturgia: Paulo Balardim
Bonecos e Máscaras: Emilie Racine
Trilha Sonora Original: Tuur Florizoone
Cenografia: Elcio Rossini
Figurinos: Cris Lisot
Criação de Luz: Renato Machado
Preparação Corporal: Márcia Pinheiro e Laurence Castonguay
Ensaístas: Elaine Juteau, Laurence Castonguay e Wilson Neto
Operação de Luz: Luana Pasquimel – Rodrigo Oliveira e Hebert Said (standby)
Operação de Infláveis e Som: Wilson Neto – Antonio Maggionni (standby)
Arte Gráfica: Jessica Barbosa
Cias. em Co-Produção: Cia 4 produções (Brasi) e Territoire 80 (Canadá)

Carolina Garcia (atuação e pesquisa) – Artista multidisciplinar, fundadora e gestora do Espaço de Residência Artística Vale Arvoredo. Coordena o Núcleo de Pesquisa em Formas Animadas/EAB e as atividades de intercâmbio e formação do Festival Cena Brasil Internacional. Educadora somática Feldenkrais na Faculdade Angel Vianna. Pós-graduada em Economia da Cultura UFRGS/RS e graduada em licenciatura em Artes Cênicas DAD/UFRGS.

Paulo Balardim (direção e dramaturgia) – Professor adjunto na área de Prática Teatral – Teatro de Animação e do Programa de Pós-graduação da Universidade do Estado de Santa Catarina. Doutor em Artes Cênicas (PPGT/UDESC), Mestre em Artes Cênicas (PPGAC/UFRGS), licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Literatura Brasileira (ULBRA). Diretor, ator e cenógrafo da companhia teatral Caixa do Elefante Teatro de Bonecos (1991-2016). Foi Presidente da Associação Gaúcha de Teatro de Bonecos (2002 e 2003).

Serviço
O quê: Apresentação do espetáculo de formas animadas “Habite-me”, com a atriz Carolina Garcia, na Mostra Oficial do Floripa Teatro.
Quando: dia 28 de setembro de 2019, sábado, às 20 horas.
Onde: Teatro da UFSC (ao lado da Igrejinha), Praça Santos Dumont / Rua Desembargador Vítor Lima, 117, Trindade, Florianópolis (SC).
Quanto: Entrada franca, por ondem de chegada. Os ingressos são gratuitos e serão distribuídos uma hora antes do início da sessão. (Capacidade do Teatro: 108 pessoas)
Gênero: teatro de máscaras, bonecos e dança / Duração: 45min / Classificação Indicativa: a partir de 14 anos

Contato: Departamento Artístico Cultural/ (48) 3721-6493

Teaser de “Habite-me”

[CW] DAC/SeCArte/UFSC, com textos e fotos da produção do espetáculo

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