Repórter Sônia Bridi ministra palestra de abertura da 15ª Semana da Ensino, Pesquisa e Extensão
Meio ambiente e jornalismo foram temas da abertura da 15ª Semana de Pesquisa, Ensino e Extensão (Sepex), no dia 19 de outubro. O evento contou com a presença da jornalista Sônia Bridi, que ministrou a palestra “Mudanças climáticas: o que cabe a você?”. A conferência foi baseada no livro “Diário do clima – Efeitos do aquecimento global: um relato em cinco continentes”, que é resultado de uma série de reportagens sobre o aquecimento global.

O chefe de Gabinete da Reitoria e professor do curso de Jornalismo, Aureo Moraes, direciona perguntas à jornalista Sônia Bridi
(Foto: Giovanna Olivo / Agecom / UFSC)
A repórter deu abertura à Semana com o auditório do Centro de Eventos da UFSC lotado. Durante a apresentação, relembrou a infância no interior de Santa Catarina, a vida acadêmica, o início da carreira de jornalista e a trajetória como correspondente internacional. Também destacou as coberturas que realizou em convenções do clima, como a RIO 92 – ocasião na qual o efeito estufa foi citado pela primeira vez por cientistas – e a conferência de Copenhague em 2009, que tiveram como objetivo promover um acordo entre os países participantes para que a emissão de poluentes fosse reduzida.
Sônia conta que, em seu trabalho, sempre esteve muito envolvida com a ciência e ressaltou a importância da produção científica nas universidades, como, por exemplo, a participação de arquitetos e engenheiros no desenvolvimento de projetos que possam combater o aquecimento global sem necessariamente mudar o modelo de produção energética. “Ontem a Alemanha anunciou que até 2030 vai banir todos os carros a diesel e até 2050 irá banir todos os carros a combustão, inclusive o biocombustível. Um desafio que a engenharia tem pela frente” disse.

Plateia da palestra com Sônia Bridi no Auditório Garapuvu, do Centro de Cultura e Eventos da Universidade.
(Foto: Henrique Almeida / Agecom / UFSC)
A repórter viajou por 14 países para produzir a série de reportagens sobre o aquecimento global. Apesar de ter subido o monte Kilimanjaro, o ponto mais alto do continente africano, e encontrado apenas 15% do gelo que existia há cerca de 80 anos, Sônia diz que a situação do local não foi o que mais lhe surpreendeu durante as viagens. “O que mais me chocou foram os camponeses do interior da Austrália que estavam passando por períodos de seca e o fracasso da lavoura. As manchetes dos jornais eram sobre a onda de suicídio entre os agricultores, porque eles são pessoas extremamente conservadoras que não acreditam em aquecimento global”, completou.
Sônia Bridi e o cinegrafista Paulo Zero foram correspondentes internacionais na China por dois anos. O país é um dos principais emissores de gases do efeito estufa, porém, é o que mais investe em energia verde. A jornalista mencionou os investimentos do governo chinês em cidades sustentáveis e projetos que envolvem tecnologias de combate à poluição do ar, água e solo, incluindo a economia de produtos, seu descarte, veículos elétricos e monitoramento da poluição.
Além das questões ambientais, a repórter abordou temas sociais ao lembrar da infância no interior de Santa Catarina e da dificuldade de acesso à educação de qualidade. Ressaltou a necessidade de uma educação igualitária dentro das escolas. “Não é democrático que as crianças comecem a vida de pontos de partida tão diferentes, isso é um apartheid”, finalizou.
Por fim, o público pode fazer perguntas à jornalista. Com questões variadas, as perguntas giraram em torno da vida da repórter, da agricultura e de dicas sobre papel de cada cidadão nas mudanças climáticas.
Giovanna Olivo e Manuella Mariani /Estagiárias de Jornalismo/Agecom/UFSC