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O modo de fazer arte de Mônica Priori de Oliveira não é nada convencional. Suas pinturas não são emolduradas e nem assinadas, e prefere trabalhar com dois itens bem atípicos, papel jornal e tinta PVC. Sendo assim não se preocupa com reproduções, pois seu trabalho é único e carrega a sua identidade. A técnica escolhida a acompanha desde o início de sua trajetória de artista plástica, assim como o desejo de retratar a natureza humana.

Mônica também é aluna do curso de Letras Espanhol, e foi por meio desta ligação com a UFSC que surgiu o convite para realizar, durante a X Semana Acadêmica de Letras, a exposição “Retratos Efêmeros”. Até esta sexta-feira, 10 de junho, quem passar pelo Centro de Comunicação e Expressão (CCE), andar térreo, poderá observar os desenhos afixados nos vidros e na parte interna do espaço antes ocupado pela Editora da UFSC.

As pinturas expostas no CCE datam de 2007 a 2012 e fazem parte de séries – Anônimos, Funcionários da Udesc , Ribeirão, Meninos, entre outras – já expostas pela profissional em outras cidades e até mesmo fora do Brasil.

Nesta seleção, a artista traz, em maior parte, pessoas anônimas em momentos do cotidiano. Os traços são, visivelmente, fortes e precisos, em contraste com a leveza da expressão corporal. Nem o fundo da tela, nem as pessoas ali representadas são por acaso. O papel jornal se contextualiza com o personagem, e vice-versa. Seu trabalho nasce, muitas vezes, no olhar para o lado, onde há alguém com uma história, sentimentos e impressões.

Mônica explica em seu material de divulgação “que o “eu”, as identidades têm a inteireza do jornal de ontem, de hoje ou de amanhã: podem suportar esse vazio deixado por verdades que se vão, assim como podem cobrir mentiras”.

Como já foi dito, o uso de jornal não é aleatório. Mônica comenta que, às vezes, procura uma matéria específica, uma publicação de determinada data que tem relação com o que deseja pintar. Por que jornal? A esta pergunta feita várias vezes à artista, ela justifica pela dinâmica que esse meio proporciona, ao turbilhão de informações, e a tentativa de se aprofundar naquilo que passa tão rapidamente por nós no dia-a-dia.

Rosiani Bion de Almeida/Agecom/UFSC

Confira alguns dos trabalhos de Mônica Priori: