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Na terça-feira, 19 de maio, no Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi realizada a mesa-redonda “Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes: o que temos a ver com isso?”. O evento, que contou com profissionais das áreas da Saúde, Educação, Assistência Social e Direito, trouxe questões relevantes que envolvem essa temática e demonstrou dados e pesquisas relacionados ao assunto.

Ana Brasil, psicóloga do projeto “Em Frente”, que visa à discussão e operacionalização de uma proposta para o manejo e o enfrentamento das violências infantojuvenis, falou do projeto e trouxe dados de pesquisas feitas pelo Sistema Nacional de Atendimento Médico (Sinam), relacionados a agressores e vítimas de abuso.

Ivana Martins da Rosa, mestranda em Educação da UFSC, apresentou o seu projeto de pesquisa, “Artefatos culturais e a pedofilização do corpo na infância”, trazendo dados e depoimentos de quatro crianças da comunidade Chico Mendes, em Florianópolis. Explicou o campo da sua pesquisa e expôs noções conceituais do que é o corpo. Falou da importância de ouvir as crianças, já que, na maioria das vezes, só se fala delas nas pesquisas.

A professora Raquel Barbosa, do NDI, falou da “Questão do quesito raça/cor nos prontuários do programa Sentinela”, tema apresentado no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSC em 2007, que procurou compreender como os profissionais intervêm em casos que envolvem crianças e adolescentes negros inseridos em contextos de violência.

Depois da apresentação delas, Rogério Machado Rosa, psicólogo e doutorando em Educação, mediador da mesa, abriu o espaço para perguntas. Foram discutidas maneiras de como o professor deve agir em situações de violência, modos de lidar com a família e a própria criança, indícios de que o aluno possa estar sofrendo alguma violência, e a necessidade de não revitimar a criança, além de verdades e mitos que envolvem essa questão.

Presentes na plateia relataram experiências e reforçaram a importância de espaços para a discussão desses assuntos, já que, durante o curso de licenciatura, não é feita uma abordagem sobre o tema.
Débora Nazário/Estagiária de Jornalismo Agecom/DGC/UFSC