Mesa-redonda discute atores e possibilidades na veiculação de notícias de ciência

03/12/2014 11:51

O último dia do II Colóquio Internacional “Tendências contemporâneas da divulgação científica” começou com um debate sobre os atores, as possibilidades e fomentos da comunicação de ciência. O objetivo da mesa-redonda foi discutir as formas de repasse do conhecimento de pesquisas e trabalhos que estimulam o desenvolvimento do saber científico para o público leigo.

Douglas Falcão, diretor do Departamento de Popularização e Difusão de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (SECIS/MCTI), abriu as palestras exemplificando iniciativas governamentais no ramo da comunicação científica. Mencionou as feiras, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e as olimpíadas de conhecimento como formas criadas para levar o conhecimento científico até a comunidade de fora do ramo. O palestrante ainda frisou a importância das iniciativas municipais para o desenvolvimento da área de divulgação científica.

A segunda palestrante da mesa foi Tattiana Teixeira, professora de Jornalismo e diretora geral de comunicação da UFSC, especialista em cobertura científica. Ela afirma que a preocupação deve estar na formação dos atores da comunicação de ciência, enfatizando o papel da universidade em oferecer tal oportunidade. Segundo ela  “de um lado tem-se um público que precisa e demanda pelo conhecimento científico, do outro, atores que precisam de uma formação”. Tattiana contou as experiências que teve na área dentro da universidade e enfatiza que “precisa-se de uma preocupação com quem está iniciando na carreira de pesquisador, oferecendo a oportunidade para que ela tenha acesso à linguagem da comunicação científica”.

O ciclo de palestras da mesa foi encerrado por Ildeu de Castro, que já foi coordenador da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e é professor de Física na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ele mostrou dados de pesquisa sobre Percepção Pública da Ciência, realizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que mostram o grau de credibilidade de cientistas e de jornalistas e falou na importância desta credibilidade. Elencou as dificuldades nas relações entre estes atores, ressaltando alguns motivos para que elas ocorram. Explicou, ainda, que na UFRJ devem ser promovidos cursos para a graduação voltados à discussão de temas relacionados à comunicação da ciência, em uma perspectiva que envolve diferentes áreas. Destacou legislação do MEC que aponta a necessidade, já a partir de 2015, de uma parte da carga horária dos graduandos ser voltada para atividades de extensão, o que pode ajudar a estimular ações desta natureza e também  falou ser “radicalmente contra a posição de que é somente papel dos comunicadores profissionais divulgar ciência”. Os participantes puderam discutir e fazer perguntas após as apresentações.

Contando com profissionais da área e acadêmicos de diversas universidades, a segunda edição do Colóquio Internacional – Tendências contemporâneas da divulgação científica  tem seu encerramento oficial hoje às 19h no auditório da reitoria.

Gabriel Volinger/Estagiário de Jornalismo/DGC/UFSC

Assista à matéria sobre o Colóquio produzida pela TV UFSC:

 

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