Palestra ‘Nutrição e Envelhecimento’ abre atividades do segundo semestre do NETI

Grupo de Vozes da Ilha abriu as atividades com canções populares da Ilha. Foto: Jair Filipe Quint / Agecom / UFSC
Nesta quarta-feira, 21 de agosto, às 14h, o Auditório da Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi palco da aula inaugural de 2013.2 do Núcleo de Estudos da Terceira Idade (NETI). Para iniciar as atividades, a apresentação do grupo de canto Vozes da Ilha, coordenado pelo Centro de Estudantes do Núcleo de Estudos da Terceira Idade (CENETI), trazendo ao público canções populares da Ilha de Florianópolis, como o “Rancho de Amor a Ilha”, do poeta Cláudio Alvim Barbosa, mais conhecido como Zininho.
Com a presença do pró-reitor de Extensão da UFSC, Edson da Rosa, e da coordenadora do NETI, Jordelina Schier, foram dadas as boas-vindas aos novos alunos do Núcleo. O pró-reitor aproveitou a oportunidade para lembrar aos participantes do projeto, que não importando a idade, eles agora passam a ser alunos de uma das mais reconhecidas universidades do país, e se tornam agentes de transformação da sociedade. Para Jordelina Schier, a grande preocupação do Núcleo de Estudos da Terceira Idade é a autorrealização dos seus alunos. Que encontram nas aulas, oficinas, e encontros com outros idosos um modo de se sentir útil, mostrando que é possível ter um envelhecimento sadio.

Na foto, autores da obra “Crônicas: 30 anos NETI”, lançada em comemoração aos 30 anos do Núcleo. Foto: Jair Filipe Quint / Agecom / UFSC
Dentro da aula inaugural ocorreu o lançamento do livro em comemoração aos 30 anos do Núcleo. “Crônicas: 30 anos NETI” é um compilado de 30 crônicas, selecionadas através de concurso, que contam a história do projeto por meio dos registros pessoais dos participantes traduzidos de forma literária. Um dos objetivos do lançamento do livro foi dar voz aqueles que por vergonha ou não terem oportunidade deixam de compartilhar suas histórias. A maioria dos 30 selecionados obteve sua primeira experiência como escritor. A vencedora do concurso de crônicas foi Selma Clemes, ex-aluna do curso de contadores de história, com a crônica “Azar de Azira”. O livro foi organizado por Marilda Aparecida de Oliveira e Luiz Carlos Cancellier, com apoio da Fundação José Arthur Boiteux (Funjab).
Palestra Nutrição e Envelhecimento
A professora Júlia Dubois Moreira, nutricionista e doutora em Bioquímica do Curso de Nutrição da UFSC ministrou a palestra “Nutrição e Envelhecimento”, trazendo um olhar sobre a saúde nutricional do idoso. A professora apresentou seus estudos sobre o tema mostrando que é possível chegar à terceira idade de forma saudável, gastando pouco com o sistema de saúde e melhorando a qualidade, apenas escolhendo os alimentos corretos.
O envelhecimento é algo moderno, pois nunca se observou um número tão alto de idosos no país, muitos passando dos cem anos. Durante muito tempo esse foi um privilégio apenas de países de primeiro mundo. Porém, o que se vê é que países em desenvolvimento, como o Brasil, estão proporcionando através de políticas públicas uma melhora da qualidade de vida, e por consequência estamos vivendo mais.
Júlia Dubois apresentou dados do Ministério da Saúde, de 2010, que mostram que em 2040 o crescimento da população idosa será proporcional ao dos adultos na faixa entre 30 e 50 anos. No último censo do IBGE, o Brasil tinha 14,5 milhões de pessoas com idade acima de 60 anos – 36% a mais que em 1991 –. Dentro de duas décadas essa população deverá dobrar.
A professora explicou que do ponto de vista biológico a velhice é um processo natural, dinâmico, progressivo, e principalmente irreversível, no qual ocorrem alterações bioquímicas e psicossociais, que determinam a perda da capacidade de adaptação ao meio em que se vive.
As alterações mais características que ocorrem na terceira idade são a redução do metabolismo que fica mais lento, as alterações ósseas que causam doenças como a osteoporose, alterações hormonais como menopausa na mulher e andropausa no homem, a dificuldade de engolir com deglutição, perdas dos dentes causadas pela alteração de cavidade oral, além das alterações de visão e audição.
Para Júlia Dubois, a forma correta de se ter um envelhecimento sadio é adotar a dieta de restrição calórica. Esta dieta basicamente consiste em adotar hábitos alimentares primitivos, ou seja, comer aquilo que nos mantém vivos. Estamos comendo cada vez mais comidas industrializadas, enlatados e congelados, que sequer existiam há pouco tempo. Experiências com macacos mostraram que o grupo que mantinha uma dieta restritiva viveu três anos mais do que aqueles que possuíam uma dieta livre, em que se podia comer o que quisesse.
Alguns alimentos, como brócolis, abacate, frutas vermelhas, peixes, aveia, soja, vinho tinto, podem prevenir doenças como colesterol alto e tumores. A conclusão é de que comer em poucas quantidades, mesclar vários grupos alimentares, com intervalos menores entre as refeições é a fórmula para a longevidade.
Veja também a reportagem da TV UFSC:
Conheça mais sobre o NETI
O Núcleo de Estudos da Terceira Idade existe oficialmente desde agosto de 1983. O núcleo tem como objetivo proporcionar um envelhecimento sadio aos seus participantes, através de leituras, curso de línguas, oficinas de saúde, formação de contadores de história, entre outras atividades. Além de oferecer projetos voltados ao idoso, o NETI possui curso de especialização na área de Gerontologia, a ciência que estuda o processo de envelhecimento em suas dimensões biológica, psicológica e social, visando capacitar profissionais de nível superior de diferentes áreas, tendo como perspectiva a construção de uma prática interdisciplinar voltada à terceira idade.
Mais informações: neti@reitoria.ufsc.br, http://neti.ufsc.br/ ou (48) 3721-9445.
Andressa Prates/Estagiária de Jornalismo na Agecom/UFSC
andressa.pratesfreitas@gmail.com
Foto: Jair Filipe Quint / Agecom / UFSC