Entenda a Teoria da Resposta ao Item usada para a correção do ENEM
O MEC divulgou o resultado do ENEM 2011. A Teoria da Resposta ao Item é usada desde 2009 para as avaliações do ENEM. O Laboratório de Custos e Medidas ( www.custosemedidas.ufsc.br), ligado ao Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas, do CTC, estuda, desde 2007, aplicações da Teoria de Resposta ao Item (TRI), que utiliza modelos estatísticos para estimar habilidades e características que não podem ser medidas diretamente.
A partir de itens, é criada uma escala que mede a característica desejada dos indivíduos e, como os itens também são representados na mesma escala, torna-se possível interpretar os resultados obtidos. O uso mais comum da TRI é na mensuração do conhecimento de pessoas por meio de provas. Na análise por esta teoria, cada questão tem um nível de dificuldade diferente e, por isso, duas pessoas que acertam o mesmo número de questões podem ter pontuações diferentes, dependendo do padrão das respostas apresentadas. Mais do que a quantidade de acertos, os modelos da TRI analisam o padrão dos mesmos. Se uma pessoa acerta questões mais difíceis e erra questões mais fáceis – alguns acertos serão explicados pelo acaso (“chute”) e não pelo conhecimento.
Uma grande vantagem é permitir que resultados de diferentes provas sejam comparados, o que, na análise tradicional, só ocorreria no caso de provas com todas as questões iguais.
Isto é possível porque a TRI concentra-se nos itens, ou questões, enquanto a análise clássica depende da população e da prova à qual os itens pertencem.
Desde 1995, a teoria é utilizada em provas de eficiência, como o SAEB e, em 2009, foi implementada nas avaliações do ENEM.
A TRI também é muito utilizada na psicologia. Uma das propostas do laboratório é desenvolver aplicações na área empresarial, que serviriam para a mensuração do grau de satisfação de clientes, do grau de empreendedorismo de pessoas e do nível de risco de crédito, entre outros.
Outras informações: professor Antonio Cezar Bornia : 
Por Rafael Hertel/ ex-bolsista de jornalismo da UFSC/ matéria integrante do livro UFSC 50 anos: Trajetórias e Desafios, organizado pela professora Roselane Neckel e jornalista Alita Diana
