Lançamento do livro “Crítica à razão acadêmica – Reflexão sobre a Universidade Contemporânea”

19/10/2011 18:05

Nesta quinta-feira, 20 de outubro, às 19 horas, no saguão da Biblioteca Central Universitária (BU/UFSC), será lançado o livro “Crítica à razão acadêmica – Reflexão sobre a Universidade Contemporânea”. Publicado pela Editora Insular, a obra – organizada pelos professores Waldir Rampinelli e Nildo Ouriques – reúne textos de estudiosos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), da Universidade de São Paulo (USP) e da Ohio State University, dos Estados Unidos. Nos artigos, ensaios e uma entrevista, oito autores pensam as debilidades e alguma nobreza da universidade contemporânea, com o propósito de indagar e desvendar, principalmente, a história de cinco décadas da Universidade Federal de Santa Catarina.

A comemoração dos 50 anos de existência da universidade catarinense, completados em 2010, foi um dos acontecimentos que motivou os organizadores a buscarem outros autores com os quais dividirem reflexões sobre a universidade contemporânea. Porque, conforme enfatiza Rampinelli, a celebração da vida de uma instituição precisa ir além de festas, condecorações e publicação de um livro de caráter oficial, atividades que marcaram os festejos do cinquentenário da UFSC.

O livro, explicam os organizadores, “analisa e desvenda forças claras e ocultas que atuam na universidade contemporânea, algumas delas na UFSC, ao longo de seus 50 anos, como a oligarquia, a maçonaria e o mercado”. Os autores de “Crítica à razão acadêmica”, todos com atividade intelectual e militante na universidade, extraem, de suas análises, reflexões críticas sobre temas como o das fundações privadas, que minam o espaço público, e o das difíceis relações entre os trabalhadores em educação na universidade (técnicos e docentes). Percorrem também, nos textos, caminhos dos movimentos organizados, especialmente na UFSC, e denunciam os vícios dos processos eleitorais para a reitoria ao longo da história da instituição catarinense. Revelam, ainda, um tanto de servidão voluntária nas relações com o poder, bem como a submissão de “acadêmicos” às chamadas “revistas internacionais”, publicações a serviço de políticas científicas e econômicas “bem nacionais” de países europeus e dos Estados Unidos.

Além dos ensaios de Nildo Ouriques e Waldir Rampinelli, o livro traz textos de Célio Espíndola, Elaine Tavares, Fábio Lopes da Silva, Marli Auras (todos da UFSC) e Ciro Teixeira Correia (da USP). O único estrangeiro entre os autores é o estadunidense Frank Donoghue, que contribui com reflexões sobre as mudanças no mundo universitário dos Estados Unidos. O livro inclui, ainda, uma entrevista com Maurício Tragtenberg, intelectual crítico que percebeu precocemente o surgimento de uma séria ameaça à vida universitária, à qual ele se refere como “delinquência acadêmica”.

“A atitude complacente que atualmente domina o campus e que marca a carreira da grande maioria dos professores é nociva para a construção de uma universidade vital para o Brasil e a América Latina”, escrevem os organizadores. “Este livro pretende ser uma contribuição para que as possibilidades abertas pela crise global não se frustrem e possibilitem um despertar no campus universitário, este mesmo despertar cujas vozes vindas das ruas já se podem ouvir.”

Outras informações com Waldir Rampinelli ((8823-1373), Nildo Ouriques (9931-2930) e no IELA (3721- 4938 e 3721-6483).

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