Pressão social dos pares é determinante para distanciamento social, aponta estudo

10/08/2020 10:20

Uma parceria entre pesquisadores dos programas de pós-graduação em Psicologia e Administração da UFSC desenvolveu um instrumento capaz de mensurar quais são as principais crenças (fatores psicológicos) que influenciam as pessoas a adotar a medida de distanciamento social durante a pandemia de Covid-19. O estudo Preditores da Intenção de Permanecer em Distanciamento Social foi publicado pela Revista de Administração Pública e é assinado por Gabriel Horn Iwaya, Janaína Gularte Cardoso, João Henriques de Sousa Júnior e Andrea Valéria Steil.

O instrumento foi nomeado “Escala de Intenção de Permanecer em Distanciamento Social”. As crenças investigadas estão associadas às vantagens percebidas de adotar o distanciamento social (por exemplo, bem-estar e segurança); relacionadas com a percepção de pressão social; e com fatores de controle comportamental, facilitadores ou impeditivos (recursos financeiros, autoeficácia). Entre os 786 participantes da pesquisa, 80% são catarinenses.  

“Identificamos que a pressão social exercida pelos pares é o fator psicológico determinante para a formação da intenção de permanecer em distanciamento social. Ou seja, quanto mais uma pessoa percebe que outras pessoas (que ela considera importante) pensam que ela deveria permanecer em distanciamento social, mais disposição essa pessoa apresentará para adotar a medida de distanciamento social”, explica Gabriel Horn Iwaya.

De acordo com o pesquisador, esses resultados são úteis para organizações públicas que buscam subsídios teóricos e evidências científicas para justificar o desenvolvimento de mensagens voltadas à promoção do distanciamento social no estado de Santa Catarina. “As evidências da pesquisa indicam que identificar quem são as figuras-chave influenciadoras (líderes religiosos, políticos, comunitários, digitais) é uma estratégia eficaz na disseminação de mensagens persuasivas em campanhas de saúde pública durante a pandemia. Em especial, essas figuras-chave devem propagar mensagens procurando enfatizar: a) os benefícios aos destinatários (autoproteção); b) o comportamento como uma medida de proteção social; c) apelos normativos (ex. “a esmagadora maioria das pessoas em sua comunidade acredita que todos devem ficar em casa”); d) o comportamento como algo esperado pela comunidade”, continua.

Os responsáveis pela pesquisa realizaram uma live pelo Instagram com uma discussão aprofundada sobre os resultados da pesquisa.

Mais informações pelo e-mail gabrieliwaya@hotmail.com

 

Tags: coronavírusdistanciamento socialpesquisa coronavírusUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina