Universidade busca novos voluntários para pesquisas com cápsulas de erva-mate

25/07/2012 14:42

O Laboratório de Pesquisa em Lipídeos, Antioxidantes Naturais e Ateroscleros da UFSC está cadastrando voluntários para mais uma etapa de investigação dos benefícios da erva-mate. O estudo necessita de pessoas com colesterol alto, que estejam tomando medicamento (estatinas) há pelo menos seis meses. Podem participar homens e mulheres com idade entre 18 e 60 anos.

O objetivo é avaliar se o consumo de cápsulas produzidas na Universidade, contendo extrato seco de erva-mate verde ou tostada, apresenta a propriedade de reduzir o colesterol no sangue. O estudo será iniciado no dia 28 de agosto e o contato com a equipe deve ser realizado somente pelos e-mails edson@ccs.ufsc.br ou ali.mb@hotmail.com.

“Na primeira fase da pesquisa, confirmamos que as cápsulas de erva-mate não apresentaram problemas à saúde (toxicidade) e ainda diminuíram a concentração de colesterol em indivíduos saudáveis e com colesterol alto. Agora vamos investigar se as cápsulas de erva-matem podem auxiliar na redução de colesterol naqueles indivíduos que já tomam medicamentos, como as estatinas”, explica o professor Edson Luiz da Silva, do Departamento de Análises Clínicas, que há oito anos estuda os princípios ativos dessa planta.

“Acreditamos que as cápsulas podem facilitar o consumo da erva-mate, pois ela possui sabor amargo, não muito apreciado por algumas pessoas”, complementa o coordenador do Laboratório de Pesquisa em Lipídeos, Antioxidantes Naturais e Ateroscleros.

Ele lembra que estudos anteriores realizados pela equipe que lidera já mostraram que a infusão de erva-mate verde (tipo chimarrão) ou chá mate tostado podem diminuir o colesterol, a glicemia e os radicais livres em indivíduos com colesterol elevado ou com diabetes – principalmente naqueles que usam medicamentos para reduzir o colesterol.

Para a demonstração dos possíveis efeitos benéficos, os participantes devem colaborar para a ingestão de três cápsulas de erva-mate, três vezes ao dia, durante as principais refeições (independente do horário), durante 60 dias.

“É importante que o consumo das cápsulas com o extrato seco de erva-mate não seja interrompido por mais de dois dias seguidos. Além disso, o voluntário deve manter seus hábitos de vida regulares durante o período do estudo, como consumir o mesmo tipo de alimentação, manter a prática exercícios físicos (se for o caso) e, principalmente, não modificar a dose de estatinas ou iniciar o uso de medicamentos para colesterol ou triglicerídeos”, alerta o professor.  Caso a pessoa esteja usando algum outro medicamento, a dose do mesmo não deve ser mudada durante o período do estudo.

A equipe precisa também da autorização dos voluntários para coleta de 12 ml de sangue (três tubos), em jejum de 12-14 horas, no primeiro e no sétimo dia do início do estudo. Serão ainda realizadas coletas após a quarta e oitava semanas, bem como a medida da pressão arterial e aferição do peso e da altura. As cápsulas deverão ser tomadas inteiras, com o auxílio de água, apenas.

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFSC. O professor alerta que o consumo das cápsulas deve resultar apenas em desconforto das coletas de sangue. Porém, pessoas sensíveis à cafeína (um dos componentes do extrato seco de erva-mate) poderão sentir irritação gástrica, tremores, excitabilidade ou insônia. Caso ocorra algum desses efeitos colaterais, o participante deve interromper o consumo das cápsulas de erva-mate e entrar em contato com os pesquisadores.

“Esperamos que este estudo traga benefícios, como o estímulo para que mais pessoas utilizem as propriedades benéficas da erva-mate, que poderá vir a ser utilizada como fitoterápico ou como alimento funcional”, destaca o professor.

Mais informações:
– Professor Edson L. da Silva, edson@ccs.ufsc.br
– Pesquisadora Aline Minuzzi Becker, ali.mb@hotmail.com

Arley Reis / Jornalista da Agecom / UFSC
arleyreis@gmail.com

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