Mães da UFSC: Paloma Maria Santos

01/08/2016 08:03

© Pipo Quint / Agecom / UFSC

Paloma Maria Santos

Pós-Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento

Mãe da Maria Clara, 10 meses

Meu processo de amamentação foi muito tranquilo, eu busquei reunir o máximo de informação possível e me preparar o melhor que eu podia já durante a gravidez. Li muito a respeito, assisti a vídeos, conversei com amigas que já tinham tido essa experiência. Acho que isso foi fundamental para o sucesso no meu processo de amamentação.

Nos primeiros dias eu tive o apoio das enfermeiras na maternidade onde eu estava. Tinha uma enfermeira que dizia: “A bebê tem que fazer a boca de peixinho, e você tem que ouvir o leitinho sendo engolido”. No começo, quando a gente chega em casa, eu confesso que dá um certo apavoro. Tudo é novidade, a gente fica com receio de estar fazendo alguma coisa errada. São tantos detalhes a serem checados que o processo de amamentação acaba por não fluir tão bem quanto poderia. Coisa de mãe de primeira viagem. Elevar a cabeça do bebê, cuidar da pega, segurar com o máximo de cuidado aquela preciosidade que parece ser de vidro e poder “quebrar” a qualquer momento. A gente não sabe se está produzindo leite o suficiente, se o bebê está mamando certinho, se precisa ou não arrotar, se vai ganhar peso direitinho.

A minha primeira semana foi um pouco assim, bem diferente do que é mostrado nos comerciais de margarina. Mas a verdade é que quanto mais você se entrega, mais a coisa engrena, e a gente passa a curtir tudo o que a amamentação nos reserva. É um amor, uma gratidão tão grande de poder segurar o bebê no colo e poder alimentá-lo. Os primeiros meses são muito especiais, é olho no olho, é contemplar o ato de respirar, uma idolatria mútua, é algo realmente inexplicável. Você se sente conectada, a vida parece finalmente fazer sentido. Sei lá, acho que isso é o que traduz a maternidade de uma forma geral.

Mas é claro que nem tudo são flores o tempo todo. Quando a Maria Clara tinha sete meses, ela entrou na escolinha, adoeceu e ficou quatro dias sem mamar. Meu leite empedrou, e eu tive um começo de mastite. A dor é mesmo absurda. Eu procurei ajuda médica e, em dois dias, se resolveu.

Agora estamos enfrentando o nascimento dos dentinhos, e essa é outra fase de adaptação. De vez em quando levo umas mordidas, mas a gente conversa e se entende. Pretendo amamentar a Maria Clara até quando ela quiser. Acho que enquanto essa troca for saudável para ambas as partes, a gente vai seguindo com esse processo. Os benefícios são tantos e o prazer que a gente sente é tamanho que eu não vejo por que parar. Em time que está ganhando não se mexe.

 

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