Conscientização e prevenção são as principais mensagens do Dezembro Vermelho
O mês de dezembro chega com um alerta direcionado para toda a população: trata-se do mês da Campanha Nacional de Prevenção ao HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST). O Dezembro Vermelho traz como mensagem a necessidade de educação permanente, prevenção, rastreamento regular, assistência e, principalmente, conscientização sobre as atitudes de risco e as medidas preventivas que podem ser adotadas por cada indivíduo.
O médico Luiz Fernando Sommacal, do setor de Tocoginecologia do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC), explicou que a campanha é importante principalmente porque muitos indivíduos infectados não apresentam sintomas. “Tanto é que há uns dez anos, usávamos a sigla DST, de ‘doença’. E atualmente, tratamos como IST, de ‘infecções’, pois grande parte das pessoas não estão doentes”, explicou.
O médico ressalta que a campanha de conscientização é importante principalmente devido à alta prevalência de IST em Santa Catarina, que é o estado brasileiro com mais casos de sífilis, com 164 casos para cada 100 mil habitantes (dados de 2018) – para se ter uma ideia o Brasil tem taxa de cerca de 26,8 mortos por 100 mil habitantes no caso de coronavírus. “E com medidas simples é possível evitar e tratar. O exame de VDRL é relativamente barato e o tratamento também tem baixo custo”, disse.
No caso de HIV, houve uma queda de 34% de 1984 a 2018, mas a taxa ainda é elevada, pois Florianópolis é a segunda capital com o maior número de casos, com 55,7 casos para cada 100 mil habitantes (contra 60,8 por 100 mil de Porto Alegre), segundo dados do Ministério da Saúde.
Por isso, segundo ele, é preciso que os profissionais de saúde fiquem atentos a qualquer sinais que o paciente apresente e que a prevenção comece cedo, com estratégias de educação nas escolas. “Adolescentes e adultos jovens devem ser conscientizados sobre os riscos de infecção”, afirmou o médico, acrescentando que é preciso também ter o rastreamento, por exames, sistemático da população.
Conforme Sommacal, além de exames e políticas de assistência, é preciso esta conscientização, pois a prevenção é uma decisão pessoal. “Toda vez que se pratica sexo inseguro ou de risco sem camisinha, é uma roleta russa. É uma decisão particular”, disse.
Diagnóstico
O principal papel do HU-UFSC na cadeia de assistência no caso de HIV é na área de diagnóstico, pois o Laboratório da instituição é responsável pelos exames de carga viral na região da Grande Florianópolis. Ou seja, o hospital recebe as amostras dos pacientes infectados e faz o exame para detectar em que nível está a infecção nas várias fases do tratamento.
O Laboratório do HU-UFSC faz parte da Rede Nacional de Laboratórios de Contagem de Linfócitos T CD4+/CD8+ e Quantificação de Carga Viral do HIV do Ministério da Saúde, que realiza em média 1.500 exames mensais de pacientes advindos da região da grande Florianópolis para verificar a quantidade de vírus e a contagem de linfócitos CD4+/CD8+ presentes em amostra de sangue desses pacientes.
Esses testes buscam monitorar a evolução clínica das pessoas infectadas pelo vírus HIV, à análise do momento ideal para a introdução de terapias com antirretrovirais e à efetividade do tratamento de um indivíduo HIV positivo. A determinação da Carga Viral para HIV é obtida através da técnica PCR – RT quantitativa e a contagem de linfócitos TCD4+/CD8+ é realizada por citometria de fluxo.
Texto: Unidade de Comunicação Social/HU-UFSC-Ebserh