Especialista do Centro de Informação e Assistência Toxicológica de SC reforça prevenção de doenças e acidentes causados por animais
O dia 6 de julho foi designado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o Dia Mundial das Zoonoses, com a intenção e lembrar a importância de prevenção de doenças e acidentes causados pela interação entre animais e humanos. Esta estreita interação, bem como o aumento da atividade comercial e a mobilidade de pessoas, animais e seus produtos, levaram a uma maior propagação desses agravos e, apesar dos avanços verificados no seu controle, sua incidência permanece alta em todos os países em desenvolvimento.
A bióloga do Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina (CIATox/SC), que funciona no Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago da Universidade Federal de Santa Catarina (HU/UFSC), Taciana Seemann, explicou que as zoonoses são doenças transmitidas de animais para humanos. Já o acidente com animal peçonhento – que está dentro da área de atuação do CIATox – não é exatamente uma doença, mas também é provocado por esta interação; por isso, estes acidentes são contabilizados juntamente com as zoonoses. “Esta data ganha importância principalmente porque esta interação vem crescendo nos últimos anos, por causa do crescimento das cidades, da ocupação de áreas, do desmatamento e da produção crescente de lixo e entulho, por exemplo”, explicou a bióloga, lembrando que são condições que favorecem este encontro entre animais e humanos.
Segundo ela, a prevenção deve ser baseada no que os especialistas da área chamam de “Três AAA” – Acesso, Abrigo e Alimentação. “Os animais conhecidos como sinantrópicos se aproximam do homem em busca destas três condições”, afirmou, explicando que animais sinantrópicos são aqueles que convivem com humanos independente da vontade do homem (é o caso de serpentes, ratos, baratas e formigas, por exemplo). “É o caso da jararaca, que é um animal muito sinantrópico e que ocorre com frequência em Santa Catarina, ou o escorpião amarelo, um animal bem sinantrópico e que nem é endêmico de Santa Catarina, mas acabou aparecendo aqui devido à facilidade de transporte e a sua resistência”, disse.
Na área de animais peçonhentos, em Santa Catarina os casos mais comuns são com serpentes (jararacas e corais) e aranhas (aranha marrom e aranha armadeira), além de escorpiões (amarelo e marrom) e lagartas (taturana hemorrágica). No site do CIATox é possível obter informações sobre comportamento, habitat e medidas de prevenção e primeiros socorros em caso de acidentes.
O CIATox/SC funciona dentro do HU/UFSC e é um serviço nacional de referência para o caso de acidentes com animais peçonhentos e de intoxicação. Na prática, uma equipe de profissionais está de prontidão por 24 horas para dar informações específicas em caráter de urgência na área de Toxicologia Clínica aos profissionais de saúde, principalmente médicos da rede hospitalar e ambulatorial. Também atende a população em geral, em caráter educativo/preventivo, diretamente ou por meio de ligação gratuita pelo telefone 0800 643 5252.
O CIATox/SC está subordinado a Superintendência de Serviços Especializados e Regulação da Secretaria da Saúde de Santa Catarina (SUR/SES/SC), mantendo cooperação técnica e parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o Hospital Universitário.
Texto: Unidade de Comunicação Social – HU/UFSC