UFSC e Epagri pesquisam macroalgas utilizadas na produção de biofertilizante

11/07/2022 17:25

Estudo foi desenvolvido com macroalga Kappaphycus alvarezii, no município de Palhoça. Crédito: Epagri/Divulgação

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) realizaram pesquisas com macroalgas utilizadas na produção de biofertilizante – agente que não contém substâncias agrotóxicas e é capaz de atuar no cultivo de plantas, elevando sua produtividade. O estudo foi implementado em Palhoça, município da Grande Florianópolis líder na maricultura, com a espécie Kappaphycus alvarezii, que depois de processada se transforma em biofertilizante.

O trabalho começou em 2008 e aponta que o Estado tem capacidade de produzir a macroalga no litoral, sem risco ao meio ambiente e agregando valor à cadeia produtiva da maricultura. Na parceria, a UFSC desenvolve metodologias de cultivo da Kappaphycus alvarezii, estuda a cadeia produtiva do ponto de vista socioeconômico e ambiental, além de viabilizar os cultivos em tanques para manter as linhagens no inverno e participar das negociações de licenças para o início da atividade comercial em Santa Catarina. Em abril deste ano, os maricultores de Palhoça receberam autorização dos órgãos ambientais para iniciar a produção comercial do vegetal.

Essa espécie de macroalga pesquisada é uma das mais comercializadas no mundo e atende a diversos mercados, desde a indústria alimentícia, farmacêutica, cosmética, até o agronegócio. É conhecida como matéria-prima para a fabricação de carragenana, um coloide muito utilizado como espessante e estabilizante na indústria alimentícia. Em termos ambientais, o cultivo de macroalgas pode auxiliar a minimizar a eutrofização e as ocorrências das marés-vermelhas, uma vez que – assim como as microalgas – as macroalgas competem pelos nutrientes dissolvidos na água e os utilizam para seu próprio crescimento.

Posicionamento do biofertilizante no mercado

Alex Alves dos Santos, pesquisador da Epagri, explica que os estudos seguem para detalhar a composição do biofertilizante em cada estação do ano, já que a alga se desenvolve de maneira distinta em diferentes temperaturas de água. Serão analisadas os macro e micronutrientes presentes em amostras do vegetal colhidas no verão, inverno, outono e primavera. Com o resultado desta avaliação, os pesquisadores poderão definir as propriedades específicas do biofertilizante, o que vai permitir posicionar o produto no mercado. “É uma cadeia produtiva nova, que está começando a ser implantada, então, são muitos os desafios, sendo que o principal é o posicionamento do produto no agronegócio nacional”, relata Alex.
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