Mudanças climáticas ameaçam plantas de importância socioeconômica para agricultores e comunidades indígenas, aponta estudo

06/04/2022 11:29

Um estudo liderado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em parceria com o Museu de História Natural (Naturalis Biodiversity Center), da Holanda, e a Universidade de São Paulo (USP), apontou que as mudanças climáticas ameaçam plantas de importância socioeconômica para agricultores e comunidades indígenas no Brasil. Os pesquisadores avaliaram 135 espécies priorizadas pela iniciativa do Ministério do Meio Ambiente Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual e potencial: Plantas para o Futuro – Região Sul, de 2011.

Mesmo uma década após a publicação, essas espécies continuam demonstrando um grande potencial para proporcionar a segurança alimentar para comunidades e têm valor comercial no mercado nacional e externo. Agricultores e populações indígenas cotidianamente utilizam esses recursos vegetais para construção, alimentação, medicina, ornamento, entre outros usos. Assim, a eventual perda dessas espécies impacta diretamente sua subsistência.

“A principal motivação para a realização desse estudo foi a urgente necessidade de incorporar o impacto das alterações climáticas nos planos de conservação da biodiversidade, bem como discutir abordagens alternativas que melhorem os sistemas ecológicos e, concomitantemente, a qualidade de vida de populações locais que diariamente fazem o uso de diversos recursos vegetais”, justifica Valdeir Pereira Lima, o primeiro autor do trabalho, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais (RGV/UFSC) que atualmente desenvolve pesquisas na Universidade de New Brunswick, no Canadá.

O artigo foi publicado em fevereiro deste ano na Scientific Reports (clique AQUI para acessar a íntegra). No estudo, os pesquisadores utilizaram a modelagem de nicho ecológico, uma ferramenta globalmente empregada para estimar habitats climaticamente adequados e as diretrizes da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês) para acessar preliminarmente o status de conservação das espécies estudadas.

A pesquisa estima um declínio médio entre 22% a 56% das 135 espécies analisadas nas áreas climaticamente adequadas. Embora apenas 4,3% dessas espécies estejam potencialmente ameaçadas pela Lista Vermelha IUCN, este número aumenta para 41% a 84% quando consideradas as mudanças climáticas, uma vez que essas espécies poderão se tornar ameaçadas pela perda de condições necessárias para sobrevivência.

Esses resultados evidenciam um futuro de perdas potenciais para a biodiversidade brasileira e, ao mesmo tempo, reforçam a necessidade de avaliações preliminares para que políticas de conservação sejam efetivamente colocadas em práticas antes da erosão irreversível da biodiversidade que ainda sustenta as diversas populações no Brasil.
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Agricultores de Canoinhas visitam a UFSC

02/10/2012 12:19

Agricultores fazem parte do projeto Agrocidade, no qual as famílias hospedam alunos da quarta fase dos cursos de Agronomia e Zootecnia da UFSC

Agricultores do município de Canoinhas, Santa Catarina, estiveram na UFSC na sexta-feira, 28 de setembro. A visita faz parte do projeto Agrocidade, que atende aos agricultores catarinenses que, no semestre anterior, hospedaram os alunos da quarta fase dos cursos de Agronomia e Zootecnia. Por três semanas, os estudantes participaram do Estágio de Vivência nas propriedades rurais. Os representantes das 24 famílias hospedeiras foram recepcionados pelo professor José Carlos Padilha e receberam da vice-reitora Lúcia Helena Pacheco  um certificado de colaboração.

O objetivo do encontro é promover a integração dos agricultores catarinenses com a UFSC, facilitar o acesso ao conhecimento técnico-científico cultural já acumulado nas Ciências Agrárias e redirecionar a formação dos agrônomos. Durante a visita à Florianópolis, os produtores rurais participaram de atividades nos laboratórios do Centro de Ciência Agrárias (CCA), de uma audiência na Secretária da Agricultura e participaram de um jantar oferecido pelos ex-estagiários.

Para o professor Padilha, que coordena o projeto há 16 anos, essa visita é um compromisso institucional da UFSC. “Com certeza isso representa muito na formação dos nossos estudantes e esse é um agradecimento aos agricultores que acolheram os estudantes e uma forma de aproximá-los da Universidade”. Essa é a segunda vez que o município de Canoinhas recebe o Estágio de Vivência, que já foi realizado em Salete, São Carlos, Monte Castelo, entre outros.

Patrícia Cim/Estagiária de Jornalismo na Agecom / UFSC
patriciacim@gmail.com

Fotos: Henrique Almeida / Agecom / UFSC
henrique.almeida@ufsc.br

 

Veja reportagem da TV UFSC sobre a visita dos agricultores de Canoinhas:

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