Professora da UFSC defende proteção a oceanos no primeiro dia da COP 30, em Belém
A professora da coordenadoria de Oceanografia da UFSC, Regina Rodrigues, falou à imprensa, nesta segunda-feira, 10 de novembro, durante a programação da COP 30, sobre a importância do cuidado e da atenção com as questões relacionadas ao oceano. Para Regina, para preservar o ecossistema é importante ter atenção a questões como a sobrepesca e também à poluição dos oceanos. O ambiente marinho vem sendo afetado drasticamente pelo aquecimento global, o que faz com que os cientistas tenham particular interesse nele.
“É realmente importante ter políticas que reduzam a sobrepesca, juntamente com a melhoria da saúde do oceano, como a diminuição da poluição, enquanto a redução na temperatura da superfície do mar não é alcançada”, explicou a professora, ao ser questionada sobre a pesca de atum no Pacífico.
Regina participou da coletiva de lançamento do relatório 10 New Insights in Climate Science 2025/2026, que também será lançado ao público geral da COP 30, em Belém. A COP 30 é um evento mundial que reúne gestores públicos, lideranças globais e cientistas em torno da temática ambiental. Ela e a professora Marina Hirota, do Departamento de Física, fizeram parte do corpo editorial do relatório.
Na coletiva, o cientista Johan Rockström, idealizador do conceito de “fronteiras planetárias”, destacou cada um dos dez tópicos tratados como insights na discussão das ciências climáticas. O documento reúne evidências científicas sobre temas que merecem estar na agenda da política para mitigar o avançado processo de aquecimento da temperatura na terra. Ele falou sobre a perda de resiliência dos ecossistemas, os impactos da temperatura no Oceano e urgência na redução das emissões de carbono na atmosfera.
Cecília Kinuthia Njenga, diretora na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, lembrou das mudanças aceleradas no planeta, com impactos na vida e nos ecossistemas, o que exige uma responsabilidade global.
Relatório fala do ano mais quente da história
Segundo o relatório, 2024 foi o ano mais quente já registrado, com temperaturas globais 1,55°C acima dos níveis pré-industriais. “O conteúdo de calor dos oceanos e o aumento do nível do mar atingiram recordes históricos, enquanto o gelo marinho antártico registrou sua segunda menor extensão já observada. Apesar das evidências crescentes, as emissões globais de gases de efeito estufa continuaram a aumentar no último ano”, aponta o material de divulgação que sintetiza o documento.
O relatório aponta que a perda de biodiversidade pode intensificar as mudanças climáticas e reduzir a capacidade dos sistemas naturais de absorver carbono e estabilizar o clima. Os impactos humanos também são projetados: há ameaças à segurança hídrica, expansão de doenças como a dengue, perda de produtividade e redução de renda global, com impacto em trabalhadores vulneráveis.
Segundo Regina, a divulgação do relatório na COP 30 é estratégica por se tratar de um documento direto, que ganha visibilidade na agenda do evento. Já Marina participou pela primeira vez do corpo editorial. Antes, ela havia sido autora do documento e classifica o trabalho como uma experiência importante para ouvir outras áreas de conhecimento e conectar com os seus objetos.
O Brasil faz parte de resultados e discussões do relatório, não só pela realização e organização da COP 30, mas também por assuntos que impactam diretamente o pais. No caso da dengue, por exemplo, houve recorde de casos, com 17 cidades decretando situação de emergência. A região amazônica e a Mata Atlântica também são ecossistemas presentes nas observações dos cientistas.
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