Estudantes da Educação Básica vivem dia de cientistas na UFSC

01/10/2025 09:21

Foi a primeira vez que os estudantes do 6º ano da E.E.B.M. Abel Capella visitaram a UFSC. Fotos: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

Caras de espanto, olhares curiosos, risadas e exclamações  marcaram a visita dos alunos do 6º ano da Escola de Educação Básica Municipal Abel Capella, de Governador Celso Ramos (SC), na Grande Florianópolis, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Os estudantes participaram do projeto Pequenos Grandes Cientistas, passando por laboratórios e salas do Centro de Ciências Biológicas (CCB). 

“Vocês sabem o que vão fazer hoje?”, perguntou a professora Regina de Sordi, coordenadora do projeto, à turma durante a introdução da visita no auditório. “Experimentos?” foi a resposta tímida de um dos alunos, que logo começaram a se soltar e colaborar com dúvidas e palpites. 

Em quatro anos de Pequenos Grandes Cientistas, foi a primeira vez que uma escola de fora de Florianópolis participou. Regina também explica que foi a turma mais velha que já recebeu, o que representou um desafio para adaptação do material didático e das atividades. Os cadernos ficam disponíveis no repositório da UFSC e contam com dezenas de experimentos que podem ser feitos em casa. 

A iniciativa busca conectar o público infantil com a ciência. Menos de um terço das escolas públicas em Santa Catarina possuíam Laboratórios de Ciências nos anos finais — 6º ao 9º ano — da Educação Básica em 2024. Os dados são do Censo Escolar da Educação Básica 2024, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Os experimentos

Divididos em três grupos, os estudantes se alternaram em três estações. Na estação da dengue, aprenderam sobre os sintomas da doença e sobre o ciclo de vida do Aedes aegypti, mosquito transmissor do vírus. No microscópio, puderam ver ovos, larvas, pupas e mosquitos, que também são criados em gaiolas para pesquisa. Animados, todos queriam olhar os pequenos insetos mais de uma vez.

Na estação seguinte, os estudantes aprenderam como funcionam as cápsulas de medicamentos e onde descartá-las corretamente, como postos de saúde e farmácias. Além disso, realizaram a cromatografia, isso é, trituraram folhas para misturá-las com álcool e observar a evaporação do líquido, que expõe os diferentes pigmentos da planta em um cartão de papel. Dessa forma, descobriram que plantas de folhas roxas também possuem cloroplastos, substâncias de pigmento verde que realizam a fotossíntese. 

Ao misturar vinagre com bicarbonato em um recipiente com água e grãos de milhos, na terceira estação, observaram a reação que resulta em bolhas de gás carbônico, que faz os milhos “dançarem”, subindo e descendo, pelo frasco. Novamente no microscópio, viram a estrutura de células de cebola, que ficam “murchas” ao se adicionar sal. 

Por fim, as crianças se concentram em volta do aquário e de bandejas com exemplares de tubarões e raias preservados no CCB. A visita foi uma das cinco que o projeto deverá receber este ano, o que a professora Regina destaca como agenda cheia. 

Ela tem ajuda de estudantes de graduação e pós-graduação, como Stephanie Colin, doutoranda em Farmacologia, que participa do projeto pelo segundo ano. As voluntárias conduzem os experimentos e instruem as crianças durante a visita.

Malena Lima agecom@contato.ufsc.br
Estagiária da Agecom | UFSC

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