UFSC participa de ação de crowdfunding para levar alimentos aos indígenas da aldeia Tekoá Marangatu
O Grupo de Pesquisa Gestão do Conhecimento Empresarial e Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) é um dos colaboradores da campanha de crowdfunding destinada a angariar fundos para levar alimentos para os 200 indígenas que vivem na aldeia Tekoá Marangatu, em Imaruí (SC). Desde o início da pandemia, essa comunidade vem enfrentando dificuldades para se manter na aldeia. Houve redução de doações, de visitas e também de trabalho, já que muitos indígenas são artesãos e as vendas das peças diminuíram.
A campanha é uma iniciativa de voluntários do Instituto Educacional e Cultural Sérgio Murilo, que criaram a campanha em uma plataforma de arrecadação de doações, a Benfeitoria. A campanha leva o nome de uma ação que é feita desde 2017 pelo Instituto: Ação Amigos da Aldeia. O principal objetivo é levar alimentos à aldeia ao longo de todo o ano de 2022.
Só a plantação não é suficiente
A aldeia fica em área rural, onde preserva os valores da cultura guarani. As crianças aprendem o idioma guarani desde o berço e depois, na escola, aprendem o português. O modo de vida guarani, ñande rekó, é preservado, com o conhecimento dos anciões da aldeia, e integrado ao ensino da escola.
Neste modo de vida, eles plantam, mas enfrentam dificuldades, como nos explica o guarani Floriano da Silva, orientador pedagógico da escola da aldeia, que defendeu sua monografia “Comida Guarani da Aldeia Tekoa Marangatu na Atualidade”, em 2020, na licenciatura em História, da UFSC: “Apesar de a gente plantar na aldeia, somos em muitos, numa terra pequena, e a colheita dos alimentos nem sempre é boa. Às vezes chove muito, outras vezes, quase nada. Às vezes, a terra cansa e produz pouco”, diz.
“Historicamente é um povo sofrido, que merece o nosso respeito. Temos uma dívida social com os indígenas e doações, assistência é só um pouco do que podemos fazer”, diz a Diretora da Escola Tekoá Marangatu, Rosimeri Alves Ribeiro.
Essa ação de aprendizagem e solidariedade conta com o apoio de outras organizações além do grupo da UFSC, como a Clínica Projeto Castração, de São José, e organizações privadas de Florianópolis. A atividade é completamente integrada com a Escola Tekoá Marangatu, a única no Brasil que oferece o curso de Magistério Indígena para formar professores da aldeia para outras aldeias do país.
Não é só levar comida
A Ação Amigos da Aldeia começou reunindo praticantes de Aikidô de Florianópolis e da sangha Jizen Ji, do sul da ilha de Florianópolis, para levar alimentos à aldeia, mas logo ganhou outro objetivo: trazer conhecimento do modo de vida indígena para as pessoas da cidade, que nunca foram a uma aldeia, como forma de promover uma cultura de paz, de educação, equilíbrio socioambiental e respeito.
“Ao aprender sobre a cultura indígena, aprendemos a valorizá-la ainda mais, e percebemos que a nossa principal conexão com a aldeia é a educação. Todas as crianças estão na escola e o currículo integra saberes indígenas e não indígenas, para que as crianças aprendam a viver o modo de vida indígena, o ñande rekó, e também possam entender o modo não-indígena, caso queiram vir para a cidade, fazer faculdade, por exemplo”, diz o presidente do Instituto, Altair Ireno dos Santos.
Para saber mais sobre a ação Amigos da Aldeia, clique aqui.
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Mais informações sobre a participação da UFSC com Juliana Frandalozo no telefone: (48) 99625-4052