Grupo de gestantes e casais grávidos oferecido pela UFSC completa 25 anos com mais de 100 turmas
O Grupo de Gestantes e Casais Grávidos da UFSC (GGCG) completa 25 anos de atividades ininterruptas junto ao Departamento de Enfermagem e Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC/Ebserh) neste ano, com a marca de 100 encontros realizados e mais de duas mil gestantes e 1.500 acompanhantes atendidos.
O GGCG da UFSC é uma atividade educativa, de extensão articulada ao ensino e a pesquisa, dirigida às gestantes e acompanhantes, coordenado por uma das psicólogas da Maternidade do HU, docentes do Departamento de Enfermagem, educadora perinatal e com o apoio de bolsistas acadêmicas do curso de Enfermagem da UFSC. O grupo guia-se por pressupostos da humanização do cuidado, autonomia dos usuários e interdisciplinaridade.
A psicóloga do HU e uma das coordenadoras do grupo, Zaira Aparecida de Oliveira Custódio, explica que atualmente os encontros são realizados on-line devido à pandemia e sua dinâmica foi adaptada para este contexto. Os integrantes do grupo, geralmente composto por 25 gestantes com seus acompanhantes, escolhem os assuntos de seu interesse que são debatidos com a equipe do projeto ao longo dos encontros.
Os grupos tratam de temas relacionadas a aspectos físicos, emocionais e sociais da gravidez, preparação para o parto e o nascimento, amamentação e cuidados do recém-nascido, além de outras questões que os participantes trouxerem para o debate. Atualmente, na modalidade on-line, estão sendo levantadas informações sobre medidas de prevenção com as mulheres, a família e o bebê no contexto da pandemia da Covid-19.
“Todos os temas são abordados de forma ampla, incluindo o papel do pai do bebê e a atuação da família ampliada. Além disso, o grupo conta com o apoio de um aplicativo de mensagens para fornecer orientações, compartilhar experiências e dirimir dúvidas”, explicou a coordenadora do grupo.
Qualquer pessoa gestante e seu acompanhante da Grande Florianópolis pode participar do grupo, basta fazer inicialmente contato pelo telefone (48) 3721-8284 e aguardar o chamado da equipe, quando forem abertas novas turmas. São formados quatro grupos por ano, de forma que em cada grupo são realizados oito encontros consecutivos, uma vez por semana.
As pessoas inscritas são acionadas, por telefone ou aplicativo de mensagens, e recebem orientações sobre como serão os encontros. Atualmente, os encontros são realizados pela plataforma Google Meet. “Devido à procura constante de gestantes e acompanhantes para a participação no GGCG da UFSC, além da avaliação positiva desta recente modalidade on-line, e sobretudo para mantermos a contribuição que há mais de duas décadas esta atividade promove no campo do ensino, pesquisa e extensão, seguiremos nesta modalidade enquanto houver as medidas de isolamento social durante essa pandemia”, explicou a professora do departamento de Enfermagem/UFSC, Margarete Maria de Lima, enfermeira e também coordenadora do projeto.
As coordenadoras do grupo ressaltaram a participação dos envolvidos nesta trajetória, citando os docentes do Departamento de Enfermagem, os profissionais da Maternidade do HU-UFSC, acadêmicos de graduação e pós-graduação, gestantes e suas famílias, além do apoio financeiro (do Edital Nº 4/2021/PROEX) da Pró-Reitoria de Extensão da UFSC, por meio de bolsas de extensão para alunos de graduação.
Mães relatam como foi a experiência no grupo
A experiência de participação do grupo foi fundamental para a psicóloga Camila Louise Baena Ferreira. “Eu fui uma mãe jovem, aos 16 anos e isso me assustou. Mas a participação no grupo foi de extrema importância para me ajudar a superar estas dificuldades, tanto na parte prática da maternidade quanto na parte emocional, me ajudando a esclarecer dúvidas básicas e, ao mesmo tempo, a me conectar com o bebê. Eu recomendo a quem puder que participe do grupo, pois é muito acolhedor”, comenta.
Segundo ela, a participação no grupo foi tão impactante para sua vida que a ajudou até a definir a sua profissão. “Ter contato com profissionais de saúde, através da equipe do grupo de gestantes, fez crescer a minha paixão por esta área e me ajudou a escolher minha profissão”, conta Camila, que fez estágio no grupo, durante sua formação, e hoje é psicóloga concursada no HU.
Quem também participou das atividades do GGCG foi a fonoaudióloga Elisabeth da Silva Eliassen, que participou do grupo número 100 de forma on-line, devido à pandemia. “É claro que a gente sente falta do contato físico, mas o fato de ser on-line não prejudicou em nada esta experiência, que foi muito positiva. O grupo superou as minhas expectativas”, diz. Apesar de já ser mãe de uma jovem de 19 anos, ela afirma que o aprendizado no grupo foi fundamental tanto na parte prática quanto na parte afetiva.
“Eu já tinha participado de grupos de gestantes como profissional, mas como mãe foi a primeira vez e a minha expectativa era ter esta experiência de criar relações com outras mães e foi superpositivo. O fato de poder participar com o pai de minha filha foi sensacional, a gente pode construir conhecimento junto com outras pessoas. Foi uma sensação de pertencimento, não só ao grupo, mas a toda a equipe que participar deste grupo”, disse, acrescentando que, apesar de já ter passado pela experiência da gravidez, sentiu-se como se estivesse na primeira gestação. “Aprendi muita coisa, principalmente em relação aos cuidados, como dar banho, informação sobre amamentação, toda a segurança que os profissionais me passaram”, resume.
Unidade de Comunicação do HU