Curso de Ciência, Gênero e Diversidades contribuiu com a formação de agentes multiplicadores para uma universidade inclusiva
A primeira edição do curso Ciência, Gênero e Diversidades, oferecida no Programa Institucional de Apoio Pedagógico aos Estudantes (PIAPE), em parceria com a Pró-Reitoria de Pesquisa (PROPESQ) e o Instituto de Estudos de Gênero (IEG), formou agentes multiplicadores para “uma UFSC mais inclusiva, menos preconceituosa e discriminatória”. A avaliação é das professoras Olga Zigelli Garcia, do curso de Enfermagem, Miriam Grossi, de Antropologia, e da coordenação de cursos do Instituto de Estudos de Gênero (IEG), que têm a expectativa de continuar com a oferta.
“Em nossa percepção o curso foi um sucesso. 61% dos estudantes eram da UFSC, destes a maioria da graduação. Este cenário nos abre a perspectiva de que se tornem agentes multiplicadores formando uma rede com vistas a capilarizar as temáticas relativas a gênero e diversidades”, afirma Olga. A atividade durou seis semanas e contou com a presença de alunos externos, de 18 Estados e Distrito Federal. A professora Olga lembra dos desafios de reunir orçamento para a oferta e capacitação de dez tutores e tutores, além de todas as dificuldades ocasionadas por um curso 100% virtual, sujeito inclusive a dificuldades técnicas.
De acordo com a professora Miriam, a equipe está em diálogo com a Pró-reitoria de Graduação para que o curso faça parte dos cursos oferecidos regularmente pelo PIAPE, com a proposta de ter mais de uma turma a cada semestre, para atender a alta demanda que se apresentou já na primeira edição. A avaliação final por parte dos acadêmicos também entusiasmou as idealizadoras. “A totalidade de estudantes afirmou que o curso foi fundamental em sua formação acadêmica e pessoal, pretendem utilizar os conhecimentos adquiridos em seu curso e prática profissional e querem recomendar o curso para colegas e amigas e amigos”, afirma Miriam.
As atividades foram iniciadas em março e se estenderam até maio, mas a oferta foi lançada junto à celebração do dia internacional das mulheres e meninas nas ciências, em 11 de fevereiro. A proposta do programa era possibilitar que estudantes da UFSC conhecessem o contexto histórico-cultural acerca das trajetórias científicas das mulheres no século XXI, buscando contribuir para o fortalecimento pessoal, teórico e institucional de jovens pesquisadoras e pesquisadores que atuam em diferentes áreas do conhecimento.
Para a professora Janaina Santos, coordenadora do PIAPE, o curso fez com que fosse possível observar a grande diversidade de estudantes, das mais variadas áreas do conhecimento, que manifestaram interesse em aprender mais sobre gênero, sobre as violências relacionadas à gênero e suas interseccionalidades, bem como sobre mulheres na ciência.
“Ao longo do curso foi muito interessante observar o engajamento dos e das estudantes com a temática e os relatos das muitas transformações que gerou em suas perspectivas acadêmicas, pessoais e profissionais, constituindo-se em um marcador nas suas trajetórias universitárias”, sinaliza. Janaina salienta que “a oferta de ações de apoio e orientação pedagógica, incluindo cursos e palestras que ampliem a formação acadêmica e crítica de estudantes da UFSC, é fator fundamental para universidades públicas inclusivas, democráticas e engajadas com as transformações necessárias em nossa sociedade”.