Professor de Engenharia Mecânica é finalista do Prêmio Stemmer
O professor do Departamento de Engenharia Mecânica (EMC) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Régis Henrique Gonçalves e Silva classificou-se como um dos três Agentes da Inovação a serem contemplados pelo Prêmio Inovação Catarinense – Caspar Erich Stemmer, do governo estadual. Ele receberá troféu, certificado e um total que varia de R$ 5 mil a R$ 15 mil, dependendo da posição na categoria, que será anunciada na solenidade de entrega da premiação, em data ainda não definida pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc).
A categoria Agente de Inovação do Prêmio Stemmer foi criada para agraciar pesquisadores com atuação em Santa Catarina que tenham contribuído para a conversão do conhecimento em inovação, gerando significativa contribuição ou impacto para a sociedade. Além de Régis, também são finalistas os professores Claudio Alcides Jacoski, da Unochapecó, e Paulo Cesar Lock Silveira, da Unesc. A classificação dos três teve como base os currículos de cada um, suas produções científicas e as apresentações de trabalhos realizadas até 2020.
> Confira lista completa de finalistas do Prêmio Stemmer 2020.
Régis teve dois pedidos de patente depositados e publicou mais de 50 trabalhos em periódicos técnico-científicos e anais de eventos nacionais e internacionais. Tem experiência na área de Engenharia Mecânica, com ênfase em Processos de Soldagem e sua Automação, atuando principalmente nos seguintes temas: tecnologias de monitoração e controle da soldagem MIG/MAG para controle de trajetória, da transferência metálica e estabilidade do processo, soldagem PTA, soldagem a laser, reparo e revestimento por soldagem, soldagem de pinos (stud welding), soldagem orbital, automação da soldagem e processos avançados de soldagem a arco.
Membro da Alumni EMC desde a criação da entidade, em 2019, o docente fez graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado em Engenharia Mecânica na UFSC. Ao final dessa sequência de estudos, em 2014 passou a integrar o corpo docente do EMC e do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica (Posmec). É o atual supervisor do Instituto de Soldagem e Mecatrônica (Labsolda), membro do corpo editorial da Revista Soldagem e Inspeção e revisor de mais quatro periódicos.
“Muitas pessoas, por falta de conhecimento, ainda consideram a soldagem como algo simples, ‘coisa de oficina`, digamos assim, e não enxergam que existe alta tecnologia e ciência envolvida, e que se enquadra em áreas avançadas como computação, robótica e indústria 4.0”, diz Régis, que destacou a importância da Soldagem e Automação para a indústria e, consequentemente, para a economia, ao se candidatar ao Prêmio Stemmer. Ele também citou contribuições ao combate da Covid-19, serviços e desenvolvimentos tecnológicos feitos no âmbito do Labsolda.
“Lembro também que o Labsolda já foi premiado em 2017 na categoria Instituição de Ciência, Tecnologia & Inovação, assim como o EMC foi premiado na primeira edição, em 2009”, afirmou o professor Amir Antônio Martins de Oliveira Júnior, chefe do Departamento de Engenharia Mecânica.
O Labsolda rendeu a primeira patente da UFSC, em 2007. Em 2020, um novo processo de soldagem por curto-circuito controlado, desenvolvido no laboratório, obteve registro de patente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial.
Régis é responsável pela cooperação com institutos alemães no Labsolda, viabilizando intercâmbios de estudantes da UFSC, a exemplo dos estágios de graduação e doutorado que ele mesmo fez, respectivamente, na Fraunhofer IPT – Institut fuer Produktionstechnologie (Aachen) e no Instituto SLV München (Munique).

Criado na década de 70 como um dos primeiros laboratórios do EMC, o Labsolda se tornou referência no Brasil nas suas áreas de atuação
Ele coordena atividades de pesquisa e desenvolvimento de processos, dispositivos de automação, sistemas e procedimentos de soldagem, atuando em laboratório e em campo, leciona diversas disciplinas dos cursos de graduação da UFSC (Engenharias Mecânica, de Materiais e de Controle e Automação) e do programa do Posmec, fora atividades de extensão destinadas ao público externo e a empresas parceiras. Também elabora propostas de projetos, produz artigos científicos e é responsável pelas relações externas (nacionais e internacionais) junto aos setores acadêmico e industrial, pelo planejamento e realização de treinamentos, divulgação, patenteamento, além da orientação de técnicos e bolsistas do Labsolda.
Sobre Caspar Erich Stemmer
O Prêmio de Inovação Catarinense concedido periodicamente pela Fapesc leva o nome do professor Stemmer, que participou das cerimônias de premiação nas suas duas primeiras edições, em 2009 e 2010. Entre outras funções, ele ocupou cargos nos governos federal e estadual, fundou e presidiu a FEESC – hoje Fundação Stemmer para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação –, foi secretário Executivo do Tecnópolis (Polo Tecnológico da Grande Florianópolis, referência nacional em incubação de empresas), diretor do Centro Tecnológico, chefe do EMC e reitor da UFSC.
Stemmer faleceu aos 82 anos, em 2012. Dois anos depois, foi homenageado pela Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc) com o título de Cidadão Catarinense (in memoriam). Em 2015, a UFSC inaugurou uma estátua de Stemmer no pátio do prédio principal da Engenharia Mecânica.
Equipe de Divulgação/Alumni EMC