Vestibular UFSC 2015: impressões sobre tempo e viagem antes do até logo
A segunda-feira foi o dia do “até logo” para muitos dos mais de 27 mil candidatos que fizeram o Vestibular 2015 da UFSC até o fim. Até logo porque milhares retornam no próximo ano, aprovados em alguma das 6.511 vagas de 98 opções de cursos; outros retornam para tentar de novo. A despedida provisória foi com as questões discursivas e a redação. Neste ano, foram duas opções de tema, cada uma com excertos de texto e um assunto para os candidatos analisarem e escolherem. A primeira proposta apresentava diferentes concepções de viagem e pedia uma dissertação a respeito, para que o vestibulando assumisse uma posição e defendesse-a com argumentos consistentes. A outra convidava a refletir sobre os significados do envelhecimento na contemporaneidade e redigir uma crônica sobre isso. O resultado será divulgado antes da primeira fase das matrículas on-line, a partir de 24 de janeiro.
Mais informações:
Coperve – www.vestibular2015.ufsc.br
(48) 3721-9200
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Jackson Rodrigues foi o primeiro vestibulando a deixar o CCE após terminar a prova no último dia. Antes, ainda passou uma hora esperando até o horário mínimo de permanência em sala, que era 16h30min. Depois de três anos como estudante de Engenharia de Materiais, resolveu dar novo rumo à sua vida e fazer o Vestibular para Psicologia. “Tá bem concorrido, mas acho que dá. Mas não fiz cursinho, nada assim”, conta. Na Redação, escolheu o tema da velhice. Do que escreveu, seu trecho preferido foi “a vida não difere de um vinho; a idade azeda os maus e apura os bons”. |
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A Universidade não é só os cursos, enfatiza Rocelle Gil Santos. Ela estuda Biblioteconomia e faz o Vestibular para… Biblioteconomia. A ideia é seguir o curso eliminando do currículo as disciplinas em que reprovou por FI (frequência insuficiente). “Eu participo muito de toda a vida universitária, então acabei não conseguindo acompanhar essas aulas”, diz. Como veio de Minas Gerais para morar em Florianópolis há cinco anos, se identificou e escolheu o tema do turismo para a redação, mas com abordagem mais ampla. “Só o simples fato de ter contato entre indivíduos já é turismo porque a troca de conhecimentos e informações já faz de você um turista e isso depois gera viagem e o verdadeiro turismo”, escreveu. |
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Alexandre Braun estava feliz com seu desempenho após o último dia das provas e da redação. Ele veio de Curitiba tentar uma vaga em Direito na UFSC e conta estar otimista com a possibilidade de ser aprovado. Também gostou das possibilidades de temas que foram propostos para a redação, tanto que antes de começar a escrever passou alguns minutos pensando. Não apenas na abordagem que tomaria em seu texto e na linha que adotaria, mas também sobre qual deles escreveria. Acabou escolhendo o da velhice e ficou particularmente satisfeito com uma frase, que memorizou: “o tempo esconde o que é eterno”. |
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A interdisciplinaridade nas questões foi um dos fatores que agradou a estudante Carla Ramos, que tenta para Psicologia. “Achei que está inovando bastante, saindo do que as pessoas esperam”, avalia. Nas questões abertas, sua única certeza é ter acertado a de Matemática. Sobre a redação, ela confessa que escreveu rápido e prefere não lembrar de nenhuma passagem em particular, mas escolheu fazer a dissertação sobre viagens. “Falei sobre você viajar só para ver o lugar e poder dizer que esteve lá ou então realmente conhecer o local para onde vai, o que, para mim, é o melhor”, fala. |
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“O tempo passa muito melhor quando é sentido na pele, literalmente”. É fácil associar o trecho da redação de Ketilyn Wunderlich às tatuagens que enfeitam seus braços, ainda mais porque foi essa a parte de que ela mais lembrou. A candidata a uma vaga em Química gostou dos temas propostos e escolheu escrever sobre velhice por afinidade com assunto, afinal “tenho 21 anos já” (foi ela que disse). De um modo geral, considerou as questões discursivas mais difíceis que no ano passado. |
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A crença religiosa de Gladimir Barcelos Martins, de Blumenau, ajudou-o a escolher o tema para a redação. A passagem do tempo e a perspectiva do envelhecimento são assuntos em que ele pensa bastante, conta, também por estar com 29 anos. “Falei sobre prolongar os bons momentos; temos nossas decisões e, assim, a escolhas que fazemos formam o que nós vamos visualizar quando envelhecermos e olharmos nossa vida. Escrevi que o que nós plantamos é o que nós vamos colher lá na frente”, observa. Ele concorre a uma vaga no curso de Medicina e acredita que tem boas chances. Mas achou a prova “um pouquinho difícil”. |
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“Viajar não significa sair do seu país. Você pode ir de um bairro para outro e descobrir uma cultura diferente”. A abordagem que Denise Moraes, 18 anos, escolheu para a redação combina com sua animação pelos temas propostos, que ela considerou inesperados e fora do comum. A candidata tenta passar para Farmácia e acha que no ano passado as provas do Vestibular haviam sido mais fáceis. “Esse ano o pessoal pegou mais forte, principalmente em Química e Física”, fala. |