Madre Cristina e Massimo Canevacci são destaques na TV UFSC

07/03/2014 16:09

Madre Cristina na TV UFSC

Neste domingo a TV UFSC apresenta, às 21 horas, dentro da série Realidade Brasileira, um especial sobre Madre Cristina, personalidade que cresceu entre discussões políticas e o aprendizado cristão. Célia Sodré Dória, seu nome de registro, foi uma religiosa católica brasileira, cônega da congregação de Santo Agostinho. Nascida em São Paulo em 1916, foi também educadora, psicóloga, fundadora e diretora do Instituto Sedes Sapientae (em latim, sede de sabedoria). Teve participação ativa na resistência ao regime militar, na campanha da anistia política e na organização de movimentos sociais.

Na fase mais dura do regime militar, transformou parte de sua clínica na capital paulista em alojamentos para abrigar perseguidos políticos. No mesmo local, passou a funcionar de fato a sede da UNE, pois ali despachava regularmente José Serra, também procurado pelos órgãos de repressão. Com isso, entrou na mira, não só da polícia política, mas também de setores conservadores da Igreja.

No governo Emíllio Garrastazu Médici, de 1969 a 1974, vários presos políticos foram torturados para confessar alguma ligação de Madre Cristina com suas organizações clandestinas. Mas a freira comunista, como era chamada pelos defensores do regime, nunca chegou a ser presa ou sofrer alguma represália mais séria, apesar das constantes ameaças de morte que recebia.

Em 1977, fundou o Sedes Sapientiae, que oferece cursos de especialização nas áreas de pedagogia, psicologia e filosofia, mas é principalmente uma instituição aberta para a discussão dos temas ligados à desigualdade social, com a participação ativa de movimentos como os que congregam os sem-terra e os defensores das causas indígenas.

Foi lá que começou, em 1978, o movimento pela anistia política, com a realização de um concorrido congresso. Ali também foram realizadas, a pedido do cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, muitas investigações sobre os processos políticos realizados durante o período militar, que resultaram no livro Tortura, nunca mais.

Massimo Canevacci no UFSC Entrevista

Massimo Canevacci no UFSC Entrevista

Reconhecido pela ousadia em romper com métodos clássicos da história intelectual, Massimo Canevacci é um antropólogo que expõe e explica a metrópole contemporânea, a influência das mídias digitais, e ao contrário do que muito da tradição acadêmica sugere, não vê o processo cultural atual como puramente alienante. Ele capta, sim, a imensa possibilidade de interação, participação e de criação de um novo tipo de sujeito, múltiplo e ativo.

Para Canevacci, o convidado do UFSC Entrevista desta segunda-feira, às 20 horas, o conceito de cidade é baseado numa concepção de cidadania e de produção industrial, que é desafiado profundamente na nova forma, por exemplo, de consumo.

Segundo ele, o consumo contemporâneo, dos últimos 10, 20 anos, baseado não somente nos shopping-centers, mas em um tipo de dimensão mais performática, por exemplo, parques temáticos etc, desenvolve um diferente tipo de relação entre a individualidade e o conceito de sociedade. Canevacci acredita também que o conceito de sociedade não é mais forte como era antes. A sociedade era muito baseada sobre a cidade. E agora se desenvolve um tipo muito mais fluido, diferenciado, também de identidade.

A cidade por exemplo, desenvolveu um tipo de identidade mais ou menos fixa; uma família, um trabalho, um território. Agora com a metrópole comunicacional, é muito mais fluida a situação, por que se tem uma multiplicidade de identidades. E isso significa também uma transformação rápida no trabalho. Novamente agora é difícil a pessoa fazer o mesmo trabalho por toda a vida e morar no mesmo território.

Para acompanhar os programas da TV UFSC, sintonize o canal 15 da NET Florianópolis ou o Canal Aberto 63.1 Digital. A programação completa pode ser conferida nos sites www.tv.ufsc.br e www.tvbrasil.ebc.com.br. Assista também aos boletins de notícias no www.youtube.com/tvufsc.

 

 

 

Tags: Madre CristinaMassimo CanevacciTV UFSC