Últimos dias de apresentação do espetáculo “As filhas de King Kong” no Teatro da UFSC
Alunos do curso de Artes Cênicas concluem o semestre com apresentação do espetáculo
Os alunos da disciplina de Montagem Teatral do Curso de Artes Cênicas da UFSC fazem as últimas apresentações da peça “As filhas de King Kong” no Teatro da UFSC. O espetáculo, que já passou pela casa durante o Festival de Teatro Isnard Azevedo, retorna nos dias 27 e 28 de fevereiro, às 20h. O espetáculo já passou pela casa durante o Festival de Teatro Isnard Azevedo. O texto consiste em uma dramaturgia lírica e grotesca sobre o relacionamento com a velhice. A peça tem classificação livre, com entrada gratuita.
Traduzida e adaptada por Paulo Ricardo Berton, “As filhas de King Kong” é obra da dramaturga Theresia Walser e causou polêmica em sua estreia, na Alemanha, em1998. A autora aborda tema como a eutanásia e o tratamento dos idosos. A proposta dos alunos do Curso de Artes Cênicas da UFSC foi abraçar o desafio de levar ao palco este texto tragicômico para a apresentação de final de semestre.
A temática atinge complexo de culpa das sociedades ocidentais e orientais em relação ao desprezo pela velhice. “Segundo nossa interpretação e também conforme algumas referências propostas pela dramaturga, a peça encontra-se no ambiente do grotesco, do absurdo”, diz a aluna integrante Nathália Menotti Mazini. “O conjunto das referências e o próprio texto pode ser risível a primeira leitura, mas a atmosfera vai ficando cada vez mais tensa e o riso vai ficando frouxo até desaparecer.
A encenação “As Filhas de King Kong” mobiliza desde o início deste ano alunos da sétima fase da disciplina Projeto de Montagem, ministrada pelos professores Dirce Waltrick do Amarante e Paulo Ricardo Berton, responsável pela direção geral. A professora Priscila Genara Padilha cuidou da preparação de ator e Luiz Fernando Pereira da cenografia, figurino e maquiagem. Quatorze alunos integram o elenco que tem um núcleo permanente e outro que se alterna em duas equipes diferentes. Os estudantes também ocupam funções na montagem e produção do espetáculo.
A peça tem apoio da UFSC, assim como do Centro de Comunicação e Expressão (CCE) e do Departamento de Artes e Libras (DALi).
Sinopse
Um ambiente sujo, fétido, marcado pelo descaso e assassinatos. Um mundo grotesco, onde pessoas que deveriam cuidar, maltratam. Mulheres – pseudocuidadoras de velhinhos – que sonham com uma realidade diferente, fora do asilo, longe da decadência que esse ambiente decrépito lhes oferece. Velhos loucos, frágeis e sonhadores.
A peça conta a história de três cuidadoras de idosos e revela a vida miserável e decadente de todos que no asilo se encontram. As três mulheres – Filhas de King Kong – não possuem qualquer expectativa para suas vidas e, como passatempo, costumam assassinar seus pacientes da forma mais glamorosa – e um tanto curiosa – possível. Carla, Berta e Meggie sonham com uma realidade diferente da que estão presas.
Os velhos, por sua vez, revelam-se – apesar da idade avançada e dificuldades impostas naturalmente pelo tempo e agravada pelos maus tratos impostos pelas Filhas de King Kong – mais vívidos e com mais expectativas de vida que suas próprias cuidadoras. Na ânsia por viver um pouco mais, planejam novos rumos e deliram em suas fantasias, muitas vezes absurdas, porém não menos vivas. Seis idosos à beira de seus 80 anos, seis histórias, seis mentes podadas e caquéticas, pessoas coloridas por suas próprias criatividades. Velhinhos que esperam pelo filho que jamais voltará, que se apaixonam todo dia pela mesma esposa, por mais que esta esteja perdendo completamente a noção da realidade, que escrevem poemas de amor. Pessoas apaixonadas por suas próprias melodias, esperançosas por encontrar um homem que as ame verdadeiramente. Idosos que, ao final da vida, ainda conseguem inspiração em coisas simples e belas.
Na trama ainda encontramos com Rolfi, um aventureiro golpista e sedutor. Outro personagem decadente. O único representante viril da casa de repouso, capaz de despertar a atenção das três jovens cuidadoras.
Inúmeras atmosferas, muitas intenções. Assassinatos mal concebidos, violência, esperança. Golpes mal aplicados. Tudo isso abordado com muita ironia, criatividade e humor.
Entrevista com a dramaturga Theresia Walser, sobre a peça, realizada pela professora Maria Aparecida Barbosa, professora do Curso de Alemão – clique aqui
Serviço
O quê: peça “As filhas de King Kong”
Quando: 27 e 28 de fevereiro, às 20h
Onde: Teatro da UFSC (ao lado da Igrejinha), Praça Santos Dumont, Trindade, Florianópolis
Quanto: Gratuito. Chegar com uma hora de antecedência.
Contato: Priscila Padilha – professora responsável: 48 9656-0355
Fonte: Bruna Andrade/Estagiária de Jornalismo no DAC/SECULT/UFSC