Professoras da UFSC expõem obras de Sumi-ê

02/05/2012 08:36
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Carpas Amarelas, de Nadir Ferrari; a técnica pede gestos firmes, delicados e velocidade considerada ideal

As professoras aposentadas pela UFSC Telma Piacentini e Nadir Ferrari abrem neste sábado 05/05, a exposição Sumiê: singeleza e quietude.

A cerimônia de abertura acontece às 20h, na Biblioteca Barca dos Livros (no LIC), em Florianópolis. O lucro obtido com a venda dos trabalhos, que ficarão expostos até 31/05, será revertido à Barca dos Livros.

Nadir Ferrari foi professora e pesquisadora da UFSC de 1977 a 2009. Atualmente  continua a colaborar com o Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica, como coeditora do periódico Alexandria – Revista de Educação em Ciência e Tecnologia.

Telma Piacentini criou o Museu do Brinquedo da Ilha de Santa Catarina e é lider do Núcleo Infância, Comunicação e Arte (Nica), do Centro de Ciências da Educação da Universidade.

 

Sumiê: singeleza e quietude

As pinturas de Nadir e Telma foram feitas na tradição do Sumi-ê e sua apresentação em costuras sobre tecido foi preparada por Vanda D´Aquino Rosa.

A palavra Sumi-ê significa literalmente pintura com tinta, mas na verdade engloba uma forma peculiar de fazer arte e de viver. A forma extremamente minimalista com que algo é representado no Sumi-ê possibilitou o surgimento da caligrafia chinesa, que se baseia em ideogramas, ao invés de letras. Por exemplo, a representação de uma montanha, com o menor número de traços possível, transformou-se no ideograma que quer dizer montanha na língua chinesa.

A assimetria, a singeleza, a naturalidade, a profundidade, o desapego e a quietude são características importantes no sumi-ê, juntamente com a rapidez com que é realizado.

Não existe tempo para reflexão sobre o que está sendo realizado. Não existe a possibilidade de correção ou repetição. Um traço deve ser encarado como único e quando ocorre um erro a obra é descartada. Como o papel utilizado é fino e absorvente, o trabalho deve ser feito com gestos firmes, delicados, e a uma velocidade ideal. Se o pincel se retarda muito sobre o papel o resultado é um borrão confuso, e quando o pincel avança muito rápido, o traço se torna rígido, sem graça. A cor branca que fica no fundo é essencial na composição.

Praticamente tudo se pode representar, desde animais a figuras humanas, embora a prática do sumi-ê se volte sempre para o exercício dos quatro temas tradicionais, que representam as estações do ano: crisântemos (outono), cerejeiras (inverno), orquídeas (primavera) e bambus (verão).

(fonte: Barca dos livros)

 Mais informações: nadir.ferrari@gmail.com

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