Comitivas italianas visitam a UFSC
Duas comitivas italianas foram recepcionadas no gabinete, dia 29 de março, pelo reitor em exercício professor Carlos Alberto Justo da Silva. A primeira a ser recebida formada por professores da Universidade de Padova que, juntamente com as universidades de Teramo e Parma estão integrando um projeto para um doutorado com intercâmbio entre Brasil-Itália na área de segurança alimentar. A segunda, na área de vitivinicultura, encerrando os trabalhos que vêm sendo desenvolvidos por meio de um acordo de cooperação com o Istituto Agrario di San Michele All´Adige (IASMA) em quatro municípios catarinenses visando criar vinhos de altitude com qualidade.
Cooperação para um doutorado em segurança alimentar
A UFSC vem desenvolvendo trabalhos de cooperação técnica e intercâmbio com as universidades italianas de Padova, Parma e Teramo. Jorge Guimarães, presidente da
Capes, encomendou ao reitor da UFSC, professor Alvaro Prata, um projeto de cooperação técnica para um doutorado em segurança alimentar envolvendo Brasil- Itália. Já integrando a proposta, professores da Universidade de Padova: Fabilo Vianelo, Alessio Giacomini, Andrea Curtoni, Tomaso Patarnello e Clara Montesissa, vieram ministrar um curso de verão nesta área. O projeto foi elaborado pelos Departamentos de Engenharia Química e de Alimentos/ Centro Tecnológico e Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos/ Centro de Ciências Agrárias, foi apresentado ao professor Prata, para encaminhamento a Capes.
O Chefe de Gabinete, professor José Carlos Cunha Petrus, também recebeu a comitiva, que além dos cinco professores, era formada por idealizadores e integrantes do projeto: professora Alcilene Rodrigues Monteiro Fritz, que desenvolveu o projeto com a professora Gláucia Maria Falcão Aragão, que não estava presente, e o professor João Borges Laurindo, que recém assumiu a coordenação da pós-graduação em Engenharia Química. Além desses, estavam presentes o professor José Antonio Bellini da Cunha Neto, da Pró-reitoria de Pós-graduação, Andrea Fantini, da Universidade de Teramo e Enio Pedrotti, secretário de Relações Institucionais e Internacionais (SINTER) da UFSC.
Vinhos de altitude de qualidade
Acompanhavam a comitiva do Istituto Agrario di San Michele All´Adige (IASMA) composta do diretor geral Alessandro Dini, do fisiologista Duilio Porro e do geneticista Marco Stefanini, Marcelo Sardagna, do Sindivinho e os pesquisadores do Centro de Ciências Agrárias (CCA) especialistas em enologia, Aparecido Lima da Silva e José Afonso Voltolini, além de Enio Pedrotti, do CCA e da SINTER.
Encerrando os trabalhos que vinham sendo desenvolvidos e beneficiaram, no primeiro momento, produtores com laços com a Itália. Foram visitadas vinícolas em quatro municípios, onde as pesquisas vinham sendo apoiadas: Villa Francioni em São Joaquim, Panceri em Tangará, Abreu Garcia em Lages e Villaggio Grando em Água Doce.
A contribuição financeira do IASMA chega ao fim, mas a FAPESC ajudará a dar continuidade às atividades de pesquisa desenvolvidas, num caminho ainda em longo prazo, que deverá continuar contando com intercâmbio e parceria com os técnicos do instituto italiano, visando apoiar e melhorar a qualidade do vinho brasileiro. Para Aparecido o desafio é a produção de um vinho que suporte nosso clima, tão sujeito às mudanças.
O reitor em exercício falou sobre a reserva de mercado recém lançada pelo governo, visando o aumento e a melhoria da produção do vinho brasileiro para que possa atingir real competitividade.
Por Alita Diana/jornalista da Agecom
Fotos: Wagner Behr/Agecom
Saiba mais sobre os projetos para a vitivinicultura catarinense:
Santa Catarina no circuito dos vinhos de qualidade
Fazer de Santa Catarina uma referência em produção de vinhos de real valor é meta do governo do Estado, pesquisadores, técnicos e empresários. A UFSC desenvolve três projetos de vitivinicultura para alcançar este objetivo.
A universidade está envolvida através dos Departamentos de Engenharia Rural, Solos e Fitotecnia, do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da UFSC, trabalhando em conjunto com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri).
Na região de Urussanga, a uva Goethe está no caminho da obtenção de uma indicação de origem. Híbrida de espécies originárias dos Estados Unidos e da Europa, teve excelente adaptaçãoem Santa Catarina, e se transformou em uva padrão do sul do Estado.
Os rótulos indicação de procedência (IP), indicação geográfica (IG) e denominação de origem (DO), valorizam o produto, sendo que cada país tem sua legislação.
Um grupo da UFSC estudou o clima, o solo e a planta – ou seja, o “terroir”, voltados para a variedade Goethe, para montar um dossiê para o Ministério da Agricultura e o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) visando alcançar uma IP e, futuramente, uma DO.
Outro projeto de repercussão é o dos vinhos de altitude: acordo de cooperação entre o Istituto Agrario di San Michele All´Adige (IASMA) da Província Autônoma de Trento, Itália e o governo de Santa Catarina permitem o intercâmbio de estudantes de graduação e pós-graduação, pesquisadores e professores. Estão sendo avaliadas 36 variedades de uva de origem italiana quanto ao comportamento, adaptação, fisiologia, qualidade da uva e qualidade do vinho.
Os estudos são realizados em quatro unidades de pesquisa: Água Doce, Campos Novos, São Joaquim e Tangará. A avaliação é realizada, anualmente, e elaborado vinho através de microvinificação (produção de vinho em pequenas quantidades) na Epagri de Videira.
Pesquisadores, enólogos e sommeliers se reúnem, a cada ano, para avaliar o vinho típico das regiões de altitude:900 a1.400m, no caso de Santa Catarina.
Devem ser selecionadas no mínimo três variedades de uvas que produzam excelentes vinhos. Estão em processo de seleção, com resultados animadores, as brancas Vermentino e Fiano e as tintas Sangiovese, Nero d´Avola, Negroamaro e Primtivo.
O terceiro projeto, no campo da extensão, é o acompanhamento de uma vinícola no município de Campo Belo do Sul, onde foram implantadas cinco variedades de uva em 2006, tendo-se obtido excelente resultado na produção de vinhos finos de altitude, colocando a região definitivamente na rota do turismo. A vinícola é também campo de estágio para estudantes da UFSC e de um colégio agrícola da região.
Com esses projetos os pesquisadores do Centro de Ciências Agrárias da UFSC contribuem para que a vitivinicultura de Santa Catarina receba reconhecimento nacional e internacional, fomentando o enoturismo, a geração de renda e o desenvolvimento regional.
Por Alita Diana/jornalista da Agecom
Matéria integrante do livro UFSC 50 anos Trajetórias e Desafios ( 2010) /Roselane Neckel e Alita Diana Corrêa Küchler ( organizadoras)