Encerramento do Projeto Valorização de Produtos Agroalimentares de Qualidade consagra alimentação sustentável

15/03/2011 15:52

O auditório da Reitoria recebeu, no fim de fevereiro, a cerimônia de encerramento do projeto Valorização dos Produtos Agroalimentares de Qualidade (Vapraq), uma parceria entre a UFSC por meio do Centro de Ciências Agrárias (CCA), do Departamento de Fitotecnica (CCA) e a Universidade Teramo/Itália. Ao final houve degustação de azeite de oliva do Frantoio Montecchia/ Teramo, com a presença do produtor Gennaro Montecchia.

A UFSC é parceira da universidade italiana desde 2006. O convênio está em vias de renovação até 2016, compreendendo mobilidade acadêmica (estudantes e professores) e o Projeto VAPRAQ que visa a capacitação de brasileiros com cidadania italiana residentes nos estados de Santa Catarina e Paraná, tendo concluído, ao menos, o ensino médio e tendo entre 18 e 64 anos.

Andrea Fantini A  intenção dos promotores é repassar a comerciantes e a outros interessados o conhecimento das comidas típicas da gastronomia italiana de qualidade, além de aspectos econômicos ou relacionados à ética que caracterizam a experiência do Slow Food, movimento em expansão que defende a produção natural e sustentável – e que vem se difundindo também no Brasil.

Busca-se também oferecer a associações de pequenos agricultores biológicos a oportunidade de obter conhecimento direto (por meio de estágio na Itália) da experiência europeia na proteção de produtos típicos e locais. Outro atrativo é a possibilidade de qualificação na área do marketing agroalimentar, a fim de explorar as oportunidades criadas pela dinâmica do mercado e aumentar a atividade das empresas que já operam nesta área.

A parceira europeia da Unite é a empresa Slow Food Itália, e no Brasil, além da UFSC, estão atuando a Associação de Agricultores Biológicos de Santa Catarina (Aecit) e a Federação dos de Associações de Abruzzeses no Brasil (Feabra), com sede em São Paulo.

O professor Andrea Fantini, mentor e coordenador, veio pela primeira vez ao Brasil no início dos anos 80. Fazendo, entre outras atividades, projetos para o Gabinete de Planejamento do governo de Santa Catarina (Gaplan). Depois, em 1986, voltou como turista. Por meio de acordo ficou cedido ao Centro de Ciências Agrárias da UFSC. Ele é economista agrário e professor do Departamento de Ciência dos Alimentos da Universidade de Teramo, cidade localizada na região de Abruzzo, na Itália.

Participou também como um dos coordenadores Nelson Jacomel Júnior da CIDASC. Os professores e pesquisadores do CCA: Aparecido Lima da Silva, Miguel Pedro Guerra, e José Afonso Voltolini também estiveram na Itália com os estagiários conhecendo as vinícolas e os locais de produção de azeite, sendo hospedados pelas empresas agroalimentares.

Participaram, também, chefs consagrados do slowfood brasileiros como Teresa Corção e italianos como Gabrielle Marrangoni e Gilberto Venturini. O resultado foi positivo segundo o coordenador do projeto Andrea Fantini. Os recursos do financiamento foram prioritariamente oriundos do Ministério de Trabalho da Itália, mas foi cofinanciado pela União Europeia.

Além da capacitação dos cidadãos italianos o projeto também se propõe a melhorar as possibilidades de pessoas que já estão trabalhando ou aposentados que queiram ou necessitem continuar trabalhando, sempre na perspectiva do slowfood que está interpretando que se quer uma indústria agroalimentar limpa em termos de produção, boa em termos nutritivos e justa em termos de não explorar pessoas nem dilapidar o meio ambiente, isto é uma alimentação sustentável e defendendo produtos que estão em perigo de extinção contra as práticas do “agrobusiness” que coloca em perigo muito alimentos.

Em Santa Catarina um exemplo é a recuperação dos engenhos de farinha em Florianópolis e a Fortaleza do Pinhão em Uribici.Também existe um movimento do “slowfish” que propõe peixe de qualidade contra a destruição de uma pesca indiscriminada e a valorização de produtos como o berbigão, notadamente, aqui em nossa região, destacando-se o chef Ubiratan Farias. O encerramento administrativo do projeto será em 16 de março com uma entrevista coletiva, em Teramo, sobre slowfood.

Está se tentando constituir um grupo de compra para importar azeite de qualidade sem o intermediário que faz aumentar o preço. Para isto estão sendo promovidas degustações para saber se tem a ver com o paladar brasileiro.

Fantini conta que a questão da baixa acidez ser um indicador da qualidade do azeite é falácia, já que a acidez pode ser modificada quimicamente, embora um bom azeite não deva ter alta acidez.

Os identificadores de qualidade são o odor que lembre erva ou fruta, o sabor picante ou amargo indicadores das qualidades antioxidantes e se não houve alteração.

Depois de 18 meses o bom azeite perde a qualidade. Nos supermercados brasileiros encontram-se azeite comercializado com validade de três anos. Deve haver muito cuidado no transporte e no armazenamento por causa da oxidação.

Contatos com o professor Andrea Fantini poder sem feitos pelo telefone (48) 9617-6106 ou pelo e-mail  fantini@unite.it

Por Alita Diana / Jornalista na Agecom

Foto: Paulo Roberto Noronha/Agecom

Leia também: http://noticias.ufsc.br/2009/12/14/projeto-´valorizacao-dos-produtos-agroalimentares-de-qualidadesera-lancado-nesta-terca-feira/

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