‘Linguística da Mentira’: o homem não diz a verdade para disfarçar seus pensamentos

20/04/2017 11:45

mentiralivroFrançois Marie Arouet, vulgarmente conhecido como Voltaire, foi um escritor, ensaísta, deísta e filósofo iluminista francês que, no diálogo Le Chapon et la Poularde (Diálogo do Frango e da Franga) colocou nos bicos de seus protagonistas o definitivo julgamento sobre os homens: “Eles não se servem do pensamento senão para justificar suas injustiças e não empregam as palavras senão para disfarçar seus pensamentos”. Soa familiar para os dias de hoje?

Bem, quem ainda não ficar satisfeito com os emplumados de Voltaire, talvez dê mais credibilidade ao político Talleyrand, a quem se atribui uma frase dita em 1807: “A língua foi dada ao homem a fim de disfarçar seus pensamentos”. Em outras palavras, ou  para dizer a verdade, nas palavras que integram o livro Linguística da mentira, “se não são todos os homens que escondem seus pensamentos com a língua, no caso de políticos e diplomatas a mentira integra o métier”, ou a profissão.

O livro, escrito por Harald Weinrich, com tradução de Maria Aparecida Barbosa e Werner Heidermann, é uma das mais recentes publicações da Editora da UFSC. Trata-se, na verdade, de um ensaio publicado pela primeira vez em 1966 e premiado pela Academia Alemã de Língua e Poesia. “As reflexões desse livro são uma tentativa de ver a mentira como tema linguístico”, observa o autor.
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